Certamente é uma frase forte, que emociona e leva a
pensar, mas tem a ver com a voz da favela, um conjunto da música moderna, porém
lendo essa frase na camiseta de um jovem que passou por mim, comecei a pensar
no assunto. Pensava a minha moda, e passavam na minha mente imagens vistas nos
filmes com as filas de expulsos e despejados pelos bombardeios nas guerras do
Laos, do Vietnam, da Bósnia, até os guetos da África do Sul e Quênia, de onde
as pessoas fugiam procurando refugiar-se num lugar melhor, onde certamente
cabia essa frase, pois tentavam sobreviver no inferno. E ainda me lembrava da
guerra de Israel e palestinos, que a televisão mostra nos seus noticiários,
pois o mundo ainda oferece sempre, bastante disso.
Aquele jovem não era nada disso que queria evidenciar
na camiseta, mas infelizmente a situação de muitos lugares do mundo é difícil,
e a vida nas favelas brasileiras também é, e essas pessoas estão aí para
lembrar que ainda há pessoas que tentam sobreviver no inferno. Eu não conheço
diretamente, mas acompanho as notícias, que não faltam nos jornais e na
televisão, e ainda há sempre outros casos que nos chamam a atenção, por
exemplo: na revista semanal “ISTO É” da páscoa 2001, havia uma matéria sobre
idosos que vale apena comentar. Dizia que o Brasil precisa escutar a professora
Maria Auxiliadora Coelho, professora titular de nutrição da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Ela entrevistou 475 idosos, em 13 asilos cariocas,
conveniados com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
O objetivo de Maria Auxiliadora era recolher dados
sobre a alimentação dos internados. Outra realidade estarrecedora desviou sua
atenção a ponto de mobilizá-la a relatar a sua experiência em um livro: 65% dos
idosos nunca receberam um telefonema sequer e 41% deles nunca foram visitados
pelos familiares. “Há muitos idosos que só conhecem os netos pelas fotografias.
E esses netos, muitas vezes, não sabem que os avós estão num asilo”.
ISTO É perguntou: Quais são as situações mais
dramáticas? Maria Auxiliadora responde: Vi velhinhos que entraram no asilo
andando e caíram, por falta de corrimãos, ficando paralíticos. Não há cadeiras
de rodas. Nunca vi tantos descaso e sofrimento humano como nos asilos do Rio.
Precisaria dizer mais (?), o quê? Já estamos na
matéria do sobreviver no inferno, então, se não é inferno, é sala de espera.
Li outra frase também, essa estava colada. Um adesivo
brilhante, colado no vidro de um carro, na minha frente, na rua lia uma frase
que também me levou a pensar, dizia: “Sou
feliz por ser católico”, pois isso é o ponto da questão. Pois todas as
religiões inventadas pelos homens são a causa dessas situações de que falei,
mas o catolicismo é aquela que gerou todo o atraso, pois é aí o abuso que o
homem cometeu na Itália sobre a religião, de onde hoje temos as consequências,
pois tudo nasceu dessa falta de moral, nasceu o erro, nasceu o egoísmo das
pessoas que adoram a cruz e desrespeitam o próximo, e desse desamor, nasceram
todas as situações iguais. Enfim, pela falta de uma verdadeira religião, o
mundo foi condicionado.
As religiões
são feitas de frases bobas que as pessoas não entendem bem, mas se exaltam,
pois o sujeito do adesivo não sabe, mas sendo católico em vida, deve-se
preparar para sobreviver no inferno depois. Pois é o que o espera ao terminar a
sua vida aqui. Católicos, evangélicos, mulçumanos, hebreus, etc., todos os que
se juntam para rezar e participam dos cultos do deus dos padres, pastores,
rabinos, ou das mesquitas, não sabem, mas contrariam assim o primeiro
mandamento mosaico que vale até hoje, em que se inclui ainda, o sincretismo das
práticas do espiritismo.
Há
continuação da vida e os que morrem nos tiroteios, nas guerras, nos
bombardeios, até reencarnam rápido, porque são inocentes. E os trapaceiros, os
assassinos e os que têm muitos inimigos no astral também, pois é para não
infernizar mais essas dimensões astrais, que já são um inferno, já pelo nível
de degradação em que se encontram, pois os levam a reencarnar rápido, para que
sejam perseguidos aqui, pela lei de Talião, e não lá. E os que ficam por lá,
são os que não observaram o primeiro mandamento em vida, os que prejudicaram o
meio ambiente e não respeitando a natureza, destruíram o seu futuro e lá, fazem
a triagem, se preparam para reencarnar nas favelas e locais que eles mesmos
prepararam em vidas anteriores. E nos tempos atuais, está sendo realizada uma
grande seleção, muitos irão para outros lugares do espaço, onde eles sempre
encontrarão a sua favela. No momento, então, nessas dimensões há muito
alvoroço, pois o Juízo está correndo e os espíritos são convocados aos seus
destinos.
Luigi
13/05/2001
Do livro: RECORTES LITÁURICOS – Legiões Litáuricas
Nenhum comentário:
Postar um comentário