quarta-feira, 5 de agosto de 2015

SERÁ QUE A IGREJA PODERÁ SER SALVA?

Domingo 14 de Abril último (2002), reuniram-se em Aparecida, os bispos da CNBB e para falar de política, começaram a discutir sobre a dívida externa do país.

A televisão como normal passou a matéria em todos os noticiários para dar-lhe maior relance possível.

Um delegado desta comissão, inclusive embarcará para Roma para informar ao Vaticano sobre o encontro e o pensamento dos bispos.

Em março último a revista Time, também fez uma longa matéria, sobre a preocupação dos fiéis americanos, a medida que crescem as denuncias de abuso sexual e por causa do encobrimento oficial egoístico da igreja, já vão se perguntando: será que a igreja poderá ser salva?

Sabe-se que também o cardeal e bispo de Nova York, talvez o prelado mais eminente dos Estados Unidos, mandou um emissário a Roma para pedir ajuda diante as milhares de ações legais que correm naqueles tribunais, pedindo indenizações bilionárias à igreja e recebeu um seco se vira, como orientação.

O cardeal arcebispo de Aparecida Don Aloísio Lorscheider, entretanto celebrou uma missa solene em homenagem aos cinquenta anos da CNBB, no santuário nacional e depois da solenidade, os 350 bispos e mais 50 assessores iriam almoçar com os romeiros, com o objetivo de colocar em prática, o objeto da discussão na 40ª assembléia da entidade, tal como, a superação da miséria e a desigualdade entre os povos. Para isso em um gesto de humildade e de confraternização entre todos, comprovando a igualdade entre os cristãos, serviriam o almoço apenas pelos bispos e assessores, podendo, porém os romeiros comer seus lanches e pratos trazidos das suas casas ou vendidos no refeitório da basílica. Segundo o padre José Roberto Pereira, assessor de imprensa do santuário, esta é a primeira vez, que os bispos almoçariam juntos com os fiéis.

Quando li esta matéria no nosso jornal de outro dia, fiquei bastante triste, pois se queriam criar um gesto de humildade e confraternização entre todos e comprovar a igualdade entre os cristãos, não podiam dividir o seus banquetes em porções um pouco menores pelo menos por um dia, mostrando assim como superar a desigualdade e a miséria entre os povos?

Para mim, perderam uma boa oportunidade para dar um bom exemplo. Pois os 350 bispos, representando as 270 dioceses de todo o país, teriam inclusive levado para casa um bom exemplo de fraternidade, para partindo daí, dar continuidade aos seus trabalhos, e a missa sendo transmitida ao vivo pela rede Vida de televisão, e por emissoras de rádio filiadas a rede católica de rádio e pela internet, teria sido uma bela resposta, para os que nesta terra também, já começaram a pensar: será que a igreja poderá ser salva?

Pois de um lado descobre-se que muitos sacerdotes abusaram da inocência de muitas crianças e do outro estes pastores que se dizem tão diferentes consideram seus rebanhos, como se fossem verdadeiros quadrúpedes e sendo assim não deveriam pelo menos providenciar-lhes um bom pasto de capim? Pois quanto custaria? Não muito, já que uma colheita dessa igreja em um dia igual a este, numa festa divulgada por tantos meios de comunicação devem ter recebido muita contribuições deste seu rebanho.

Mas estamos de volta a idade média ou a igreja é sempre a mesma?

Vou pegar emprestado um trecho do meu livro "Os Ponteiros Direcionados ao Céu", do capítulo Caridade, para explicar uma situação igual, que já é velha, onde diz: Os espíritos dos homens chegaram a tal ponto dirigidos pela superstição, que a mesma razão perdeu totalmente o seu domínio, enquanto os próprios sacerdotes e bispos eram amantes dos prazeres sensuais e corruptos. O povo que os tinham como guia submergia na miséria, na ignorância e na superstição". Muitos historiadores argumentaram que como o senhor feudal o clero era muito pior que muitos leigos, tão grande era a opressão do cabido do Notre Dame de Paris, no reino de São Luís, que a rainha Blanca (1188-1252), protestou com toda humildade ao que os monges lhe explicaram que eles podiam matar todos os seus servos de fome se isso lhes provesse.

E por quanto podemos ver hoje, mais de 500 anos depois, que tudo continua igual. E por este povo se continuará a segui-los, um dia, que não é tão longe, deverão comer capim mesmo.


Mestre Luigi

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