segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

FIM DOS TEMPOS PRIMORDIAIS

Fim dos tempos primordiais há os mais e menos evoluídos na escola da vida na Terra. Independente de sua cultura e instrução neles, há quem somente considera aquilo que ver e toca e tem valor monetário. E os que a própria sensibilidade já lhes permite perceber os valores esotéricos e racionais e nesses ainda há os preguiçosos, os tolos, os vaidosos, os presunçosos, os orgulhosos, os soberbos e os supersticiosos. E os que acreditam ter nascido no pecado, para viver na vergonha, preocupados com o demônio orando pela salvação e pagando dízimos, para não acabar no inferno, onde até o pensamento é pecado além do ato do “crescei e multiplicai-vos”. Aterrorizados pelo inferno, vivem desesperados pelo paraíso, com o terror do diabo, nas sombras de suas igrejas com sacerdotes, que lhes redimem dos pecados, acreditam na ressurreição da morte no final dos tempos, onde a alma imortal será julgada para juntar-se a Deus, ou ser condenada ao inferno pela danação eterna. Esta superstição desenvolveu-se na Europa até encontrar o seu termo durante a revolução francesa em 1.793, pois a repulsa do povo oprimido por ela foi tão grande contra seus abusos, que na França todas as suas instituições foram abolidas, o dia do repouso semanal, o batismo, a comunhão foram proibidos e a França caiu até na persecução dos religiosos.

Voltaire glorificava o mito da razão, onde a assembléia legislativa por decreto declarou a inexistência de Deus. Mas no início do século XVIII, grandes mudanças ocorreram os homens se compenetraram na necessidade de ser mais realistas e o aperfeiçoamento da imprensa inclusive deram início aos conhecimentos, pelas impressões de livros e nisso surgiu a Terceira Revelação com a publicação do livro medianímico A VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO, em Avinhão na França em 1.835, fundava-se o espiritismo cristão, esta revelação surgiu das explicações das máximas de Cristo nas circunstâncias da Sua vida e Suas predicações, restabelecendo as verdades do cristianismo e denunciando os abusos praticados pelo catolicismo, na instrumentalização desta doutrina. A intolerância da igreja, entretanto, reduziu as cinzas esta primeira edição. Mas começava um movimento de pesquisas de onde Allan Kardec publicava a “Doutrina dos Espíritos” em 1.857, sempre na França e novamente a intolerância dos padres reduziu em cinzas esta edição. Uma nova edição surgiu lá em 1.864 contendo as explicações das máximas de Cristo, em concordância com o Espiritismo em sua aplicação nas diversas circunstâncias da vida e nascia o Evangelho Selon codificado por Allan Kardec. Esta proposta religiosa foi mais tolerante, não exigia exclusividade ideológica e contendo participações de “santos”, pondo o espiritismo como fato conseqüente a vida, passou e só na França atingiu quase um milhão de adeptos entre católicos e protestantes até o final do século XVIII, quando foi barrada pelo ato de fé de Barcelona que condenava o espiritismo com o estigma da igreja daí sumiu.

Foi na sociedade de Buenos Aires, que nasceram as iniciativas para restabelecer os princípios do verdadeiro cristianismo, o livro A VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO, tinha sido reeditado na França em 1.876, doze anos depois do evangelho kardecista e mais uma vez, foi reduzido em cinzas pela obra da igreja, mas um exemplar foi para a Argentina, onde encontrava amparo com pessoas dispostas a trabalharem para que esta semente reproduzisse provindo dela a pureza do primitivo e verdadeiro ensino cristico. E providenciaram para que o livro fosse traduzido, vindo a ser reeditado na França, na Espanha, na Itália e em Portugal.

Mas nisso, o evangelho Selon kardecista foi deitar raízes no espiritismo brasileiro, sozinho, onde recebeu as influências do africanismo e do catolicismo, mas na mediação crística e dos espíritos já glorificados, o livro da revelação começa a ser editado também no Brasil, a partir de 1.948, sendo aceito, porém, só por uma pequena minoria, menos de cinquenta mil pessoas, compraram este livro e a partir disso se considera que menos de cinqüenta mil pessoas, foram compenetrasse na necessidade da unicidade da sua crença e a este esporádico grupo, vem a juntar-se o espiritualismo litáurico, nos meados de 1.996, recentemente por onde já, porém há uma conversão vindo do espiritismo, do catolicismo, do evangelismo, do messiânico e até do budista, conversões livres, dos que procuram simplesmente, resgatar-se dos erros cometidos no passado inglório, de outras vidas e quando foram manobrados por sedentos do poder, que através da instrumentalização da palavra expandiram conceitos errados.

Por: LUIGI SAMPO

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

OS DEZ COMPROMISSOS

De acordo com o livro “COVERSANDO COM DEUS 1”, de Neale Donald Walsh, neste livro o autor diz ter canalizado o Criador. No livro, o Criador conta que quando Moisés lhe pediu para mandar um sinal para que ele e os homens soubessem se estavam no caminho de Deus ou não, no caminho da ascensão ou não, Deus deu-lhe OS DEZ COMPROMISSOS e não OS DEZ MANDAMENTOS, mas que o nome foi mudado depois pela igreja para que os homens seguissem as leis da igreja.

Deus disse:
Você saberá que está seguindo o caminho para Deus e que o encontrou, através desses sinais, dessas indicações e dessas mudanças em você:

OS DEZ COMPROMISSOS

1 – Você amará a Deus com todo seu coração, toda sua mente e toda sua alma. Não haverá outro Deus além de Mim. Não cultuará o amor humano, o sucesso, o dinheiro, o poder ou qualquer dos seus símbolos. Colocará tudo isso de lado como uma criança põe de lado seus brinquedos. Não porque eles não valem nada, mas porque você irá ter superado esses.

Você também saberá que está no caminho de Deus por que:

2 – Você não usará meu nome em vão. Não me fará pedidos inúteis. Meu nome - o poderoso "EU SOU" - nunca é usado em vão.

E eu te darei esses sinais também:

3 - Você se lembrará de guardar um dia para Mim, o sábado, e o considerará santificado. Logo compreenderá que todos os dias e todos os momentos são santificados.


4 - Honrará seu pai e sua mãe, e saberás que é filho de Deus quando honrar seu Pai e sua Mãe em tudo o que disser, fizer ou pensar. Ao honrar seu pai e sua mãe, honrará todas as pessoas.

5 - Saberá que encontrou Deus quando entender que não pode por fim à vida. Seu novo respeito pela vida o fará honrar todas as formas de vida, inclusive plantas, árvores e animais.

6 - Você não maculará a pureza do amor com desonestidade ou traição, porque é adultério. Prometo que quando encontrar Deus não o cometerá.

7 - Não tomará para si um objeto que não lhe pertence, nem fará trapaças ou prejudicará os outros para conseguir o que deseja porque isto é roubo. Prometo que quando encontrar Deus você não furtará.

8 - Não mentirá nem dará falso testemunho contra seu próximo.

9 - Não cobiçará a mulher do próximo. Por que iria desejar a mulher do próximo sabendo que todas as outras podem ser suas?

10 - Não cobiçará os bens do próximo. Por que iria cobiçá-los sabendo que todos os bens podem ser seus, e todos os seus bens pertencem ao mundo?

Saberá que encontrou o caminho para Deus quando perceber esses sinais, suas mudanças de comportamento. Quem procura por Deus sinceramente, não cometerá mais essas coisas.
Essas são as coisas que você tem liberdade para fazer, não são suas restrições. São meus compromissos, não os meus mandamentos. Porque Deus não dá ordens aos que criou.
Deus simplesmente diz as crianças: Assim é que vocês saberão se estão vindo para casa.

Vaticano lança obra inédita sobre processo contra Templários

Composta por 799 exemplares numerados, a obra Processo Contra Templários foi lançada oficialmente na manhã desta quinta-feira no Vaticano.
Os documentos, até agora considerados secretos de um dos grandes julgamentos da História, que condenou ao fim os Cavaleiros dos Templários, serão vendidos em edição bilíngüe – italiano e inglês.
O preço equivalente a mais de R$ 15 mil, no entanto, não é nada acessível para a maioria dos interessados no assunto e até mesmo para as bibliotecas especializadas.
O livro integra a série Exemplaria Praetios, a publicação mais valiosa do Arquivo Secreto do Vaticano, e conta com todo o luxo de detalhes nas reproduções: uso de pergaminho, selos dourados e documentos de grande importância histórica.
Pergaminho
Um dos destaques é a reprodução dos originais em pergaminho do ato de Chinon, de 1308, do antigo processo de condenação dos Cavaleiros dos Templários. Ele mostra que o papa Clemente 5º reabilitou inicialmente os Templários acusados de heresia e blasfêmia. No entanto, considerou que eles praticavam imoralidades.
Segundo o historiador medievalista Franco Cardini, o papa planejava reformar o grupo religioso e militar medieval, mas nunca o condenou. De acordo com o estudioso, o pergaminho “testemunha que o pontífice não considerava a ordem herege”.
Cardini, que também está lançando um livro sobre o assunto, La Tradizione Templare (“A Tradição Templária”, em tradução livre), diz que as condenações por heresia na época se fundamentavam nas confissões de alguns templários, que depois acabaram se retratando.
“Por esse motivo, eles foram considerados reincidentes no erro pelo qual tinham sido processados e condenados”, assinalou o historiador, que também participou do lançamento oficial da edição do Vaticano.
Cruzadas
A Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada em Jerusalém, em 1118, por nove cavaleiros franceses, para defender os peregrinos cristãos na Terra Santa durante as Cruzadas.
Posteriormente, eles receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder politico, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente.
Depois do processo condenatório, muitos cavaleiros foram perseguidos, presos, torturados e queimados.
A ordem foi extinta em 1312 devido a pressões do rei da França Filipe o Belo, que impôs a eliminação dos Templários.
Chantagem
Chantageado pela monarquia francesa, o papa Clemente 5º acabou com a ordem sem condenação, nem absolvição, mas isolando-a em uma espécie de hibernação graças a um artifício do direito canônico.
Ao declarar que o processo não tinha comprovado a acusação de heresia, Clemente 5º suspendeu a Ordem dos Templários mediante uma sentença não definitiva, ditada pela necessidade de evitar um grande perigo para a Igreja.
Os Cavaleiros foram proibidos, sob pena de serem excomungados, de continuar usando o nome e os signos distintivos.
Segundo o Monsenhor Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, todos os mistérios que cercam a Ordem dos Templários e sua dissolução após o julgamento da inquisição estão no livro.
Ele diz que a obra conta com rigorosos conteúdos históricos e científicos sobre o processo, que, em outubro, completou 700 anos.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/10/071025_templariosvaticanoml.shtml

Abuso de menor leva arcebispo ao banco dos réus na Espanha

O Arcebispo de Madri – considerado a mais importante autoridade da Igreja Católica na Espanha – um padre e um bispo começaram nesta quarta-feira a ser julgados na capital espanhola em um caso relacionado a um crime sexual.
O padre Rafael Sanz, 73 anos, está sendo acusado de pedofilia. O arcebispo, o bispo e também seu principal auxiliar enfrentam a Justiça acusados de ter responsabilidade no caso.
É o Arcebispo de Madri, Antonio Maria Rouco Varela, quem celebra as missas na catedral, freqüentadas pela família real.
As acusações contra os religiosos foram feitas por uma organização chamada “Igreja sem Abusos”, que diz que Saez e seus superiores tentaram encobrir o crime e impedir a atuação da Justiça.
"Estivemos anos agüentando o silêncio e a passividade. Queremos mudar a forma como a cúpula da Igreja Católica enfrenta os abusos sexuais a menores cometidos por sacerdotes no mundo inteiro", disse Carlos Sánchez Mato, catequista convocado como testemunha de acusação.
Encontros
O crime de Saez, da paróquia de Santo Domingo de Guzmán, em Madri, teria sido cometido entre 1998 e 2001.
A vítima, um ex-coroinha que tinha 12 anos na época, acusa o sacerdote de tocar-lhe os genitais e de tentar estuprá-lo dentro da sacristia várias vezes.
O acusado tinha encontros freqüentes com a vítima, com o consentimento dos pais, para que o padre o ajudasse com os seus deveres de casa, especialmente por ele ter problemas de dislexia.
"É tudo mentira. Perante Deus e perante os homens!", disse o padre no tribunal. Rafael Sanz alegou que nunca tentou abusar do menor e se o levava à sacristia era para usar o computador que estava ali.
"Eu era como um avô para ele. Nunca nem pude ter usado uma palavra que possa ter sido mal interpretada", afirmou.
Prisão
A promotoria pede sete anos de prisão e uma indenização de cerca de R$ 90 mil para a família da vítima. E também punição civil para a cúpula da Igreja Católica espanhola por responsabilidade de encobrimento, conivência e criar obstáculos para a investigação.
Apesar deste pedido, se for considerada culpada, a Igreja só pode ser sancionada com multas e abertura de expediente de investigação judicial, de acordo com a legislação local.
As punições por crimes de abusos sexuais já ocorrem em outros países, mas é a primeira vez que a hierarquia católica é levada ao banco dos réus como responsável civil com ameaça de abertura de investigação, sendo indiciados diretamente os superiores do acusado.
O grupo "Igreja Sem Abusos" tentou chamar a atenção do papa Bento 16 na recente visita à Espanha. Não foi recebida e distribuiu panfletos condenando a atuação da cúpula espanhola em casos de crimes sexuais.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/10/061005_espanhadenunciaigrejaaffn.shtml

Arcebispo contesta veracidade de programa da BBC

O arcebispo de Birmingham, reverendo Vincent Nichols, contestou neste domingo o documentário da BBC Sexo, Crimes e o Vaticano e acusou o programa de lançar "um ataque profundamente preconceituoso" contra o papa Bento 16.
O documentário, exibido na televisão aberta britânica neste domingo, afirmou que o papa Bento 16 desempenhou um papel de peso na ocultação sistemática de casos de abusos sexuais contra menores cometidos por padres católicos.
Nichols disse que o programa foi "falso" e "totalmente enganador" porque interpretou de forma errada dois documentos do Vaticano e utilizou imagens antigas e entrevistas sem data.
O cardeal Cormac Murphy-O'Connor escreveu ao diretor-geral da BBC, Mark Thompson, para reclamar do programa.
A BBC reafirmou o seu apoio ao documentário e disse que qualquer reclamação será tratada através dos procedimentos existentes dentro da empresa para isso.
A reportagem do programa examinou um documento secreto interno da Igreja, que instrui bispos sobre como lidar com acusações de abusos sexuais cometidos por padres em suas paróquias.
O trabalho de reportagem foi realizado por Colm O'Gorman - que sofreu abusos por um padre católico aos 14 anos na Irlanda - especialmente para o programa Panorama.
O'Gorman foi a Irlanda, Estados Unidos, Itália e Brasil, onde ouviu vítimas e ex-integrantes da Igreja que confirmaram a política usada pelo Vaticano nesses casos: transferir o padre acusado de abuso de uma paróquia para outra.
Brasil
No Brasil, O'Gorman se encontrou com Elza da Silva, avó de um garoto que sofreu abuso sexual aos 5 anos de idade na cidade de Anápolis, Goiás.
Ela contou que descobriu o abuso depois que o garoto disse que "sabia como fazer amor". Segundo Elza, a família tinha permitido que o padre ensinasse violão ao garoto.
De acordo com a reportagem, o padre Tarcício Tadeu Sprícigo foi transferido de uma cidade para outra quatro vezes. O bispo responsável pelo envio do padre Tarcísio a Anápolis há 6 anos sabia, segundo O'Gorman, que ele havia sido acusado de molestar um garoto de 13 anos em São Paulo em 1991.
Elza diz que foi pressionada pela Igreja e pela comunidade a deixar a história de lado. Depois de 10 anos de abuso, o padre Tarcísio foi condenado a 15 anos de prisão no ano passado.
Em um diário, ele escreveu como escolhia suas vítimas. "Idade, 7, 8, 9, 10 anos. Sexo, masculino. Classe social, pobre. De preferência, um filho que não tenha pai, que viva só com a mãe ou uma irmã".
O padre diz ainda no diário que se aproximava dos garotos ficando amigo da família e oferecendo aulas de violão.
O'Gorman questiona como é possível que o caso brasileiro tenha acontecido em 2002, na mesma época em que alegações vieram à tona nos Estados Unidos e depois que o então cardeal Joseph Ratzinger instruiu todos os bispos a enviar casos do tipo diretamente ao Vaticano.
Colm O'Gorman chorou ao dizer que a Igreja não forneceu ao menino - chamado de "mulherzinha do padre" pelos colegas de escola - nenhum tipo de apoio psicológico.
Documento
O documento Crimen Sollicitationis (latim para Crime da Solicitação) foi escrito em 1962 em latim e dstribuído a bispos do mundo inteiro, com a recomendação de que fosse guardado a sete chaves. Poucas pessoas de fora da Igreja tiveram acesso a este documento.
O texto impõe um juramento, em que a vítima, o acusado e eventuais testemunhas se comprometem a manter sigilo absoluto sobre o caso.
A quebra do juramento levaria à excomunhão.
Durante mais de 20 anos, o homem encarregado de zelar pela obediência aos termos do documento foi o cardeal Joseph Ratzinger - antes de virar papa.
O programa descobriu sete padres acusados de abusos contra menores vivendo no Vaticano ou em seus arredores.
Um deles, o padre Joseph Henn, foi indiciado em um tribunal nos Estados Unidos por 13 acusações de abuso de menores.
Durante as filmagens, O'Gorman descobriu que o padre Henn respondia aos pedidos de extradição do escritório de sua ordem religiosa no Vaticano.
A produção do documentário começou em março de 2002. O Vaticano recusou os vários pedidos feitos pela equipe para que fossem respondidos casos apresentados no filme.
A Igreja Católica tem cerca de 50 milhões de crianças em suas congregações.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/10/061002_panoramaigreja2mp.shtml

Vaticano põe fotos de papas à venda na internet

O Vaticano decidiu colocar na internet, para serem vistas e compradas, cerca de 50 mil fotos de papas, pertencentes aos arquivos do jornal da cidade-Estado, o Osservatore Romano.
O acervo está no site www.photo.va, especialmente criado pelo departamento de fotografia do jornal, atualizado todos os dias com fotos que, em parte, foram publicadas pelo diário.
A maioria das fotografias retrata o papa Bento 16 durante audiências, celebrações e outras atividades públicas, documentadas pelos fotógrafos oficiais do Vaticano.
Além de fotos do atual papa, há principalmente imagens de outros três pontífices, João Paulo 2°, João Paulo 1° e Paulo 6°, e até algumas fotografias do líder italiano Benito Mussolini inaugurando uma universidade em 1935.
João Paulo 2º
A parte dedicada a João Paulo 2° tem cerca de quatro mil fotos. Há imagens de sua infância - numa espécie de álbum de familia -, a primeira aparição em público assim que foi eleito papa, no conclave de 1978, e algumas de suas últimas fotos oficiais.
A viagem de João Paulo 2º ao Brasil em 1980 está registrada com diversas fotografias. Há fotos da visita ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, do encontro com os trabalhadores no Morumbi, em São Paulo, e com índios em Manaus.
O arquivo também conta com um acervo mais antigo, de 1933 a 1975. São cerca de 1,2 mil imagens, com retratos dos papas Pio 9°, Pio 11, Bento 15 e João 23.
Cada foto é acompanhada por um texto curto, que informa a data, o local e o contexto em que a imagem foi feita.
O material pode ser comprado por qualquer pessoa que se interessar e por orgãos de comunicação, segundo informa o próprio site, que apresenta uma série de condições para tutelar os direitos da Santa Sé e evitar reproduções.
Versão online
O Osservatore Romano foi fundado em 1861 e é o orgão oficial da Santa Sé.
Em suas páginas, o jornal descreve as atividades do Vaticano e do papa e fala sobre as principais questões que envolvem a igreja católica.
O jornal é publicado diariamente em italiano. Uma vez por semana tem ediçao especial, impressa em outras quatro línguas, entre elas o português.
Segundo fontes do Osservatore Romano, depois da criaçao do arquivo digital, o próximo passo será o lançamento de uma ediçao online, completa, do próprio jornal.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/09/060901_papas_fotosrg.shtml

Papa liderou 'acobertamento de casos de pedofilia'

O papa Bento 16 desempenhou um papel de peso na ocultação sistemática de casos de abusos sexuais contra menores cometidos por padres católicos, segundo um documentário da BBC, Sexo, Crimes e o Vaticano, a ser exibido na TV aberta britânica na noite deste domingo.
A reportagem do programa examinou um documento secreto interno da igreja, que instrui bispos como lidar com acusações de abusos sexuais cometidos por padres em suas paróquias.
O texto impõe um juramento, em que a vítima, o acusado e eventuais testemunhas se comprometem a manter sigilo absoluto sobre o caso.
A quebra do juramento levaria à excomunhão.
Durante mais de 20 anos, o homem encarregado de zelar pela obediência aos termos do documento foi o cardeal Joseph Ratzinger - antes de virar papa.
O documento Crimen Sollicitationis (latim para Crime da Solicitação) foi escrito em 1962 em latim e dstribuído a bispos do mundo inteiro, com a recomendação de que fosse guardado a sete chaves. Poucas pessoas de fora da igreja tiveram acesso a este documento.
O documentário, realizado especialmente para o programa de reportagens Panorama, apresenta material colhido nos Estados Unidos, Brasil e em Roma.
A reportagem é conduzida por Colm O'Gorman, que foi estruprado por um padre católico aos 14 anos.
O programa descobriu sete padres acusados de abusos contra menores vivendo no Vaticano ou em seus arredores.
Um deles, o padre Joseph Henn, foi indiciado, em um tribunal nos Estados Unidos, por 13 acusações de abuso de menores.
Durante as filmagens, O'Gorman descobriu que o padre Henn respondia aos pedidos de extradição do escritório de sua ordem religiosa no Vaticano.
A produção do documentário começou em março de 2002. O Vaticano recusou os vários pedidos feitos pela equipe para que fossem respondidos casos apresentados no filme.
A igreja católica tem cerca de 50 milhões de crianças em suas congregações.
No ano passado, vários casos de abusos vieram à tona nos Estados Unidos.
Segundo um relatório da igreja americana, ficou comprovado que em todo o país cerca de 4 mil padres foram acusados de abusos sexuais contra 10 mil jovens, na maioria meninos.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/10/061001_panoramaigreja_tp.shtml

Para vítima de abuso sexual, Vaticano é 'omisso'

Abusado sexualmente por um padre católico durante seis anos, o ex-seminarista Marco Marchese afirma que o Vaticano é omisso e não faz nada pelas vítimas dos religiosos pedófilos.
“Não existe nem um pedido de desculpas. A única coisa que a Igreja Católica faz por aqueles que sofrem nas mãos dos sacerdotes pedófilos é pagar”, disse à BBC Brasil Marchese, de 25 anos, que criou uma associação para defender vítimas de pedofilia na Itália.
“Mesmo assim, só faz isso quando a Justiça determina a indenização. Se a vítima não recorre aos tribunais, não recebe nada.”
Marchese diz ter sido violentado por Don Bruno Puleo dos 12 aos 18 anos num seminário de Agrigento, no sul do país. Ele conta que o padre dizia que eles tinham uma relação única, que o que faziam não era pecado e que não era necessário confessar.
Denúncia
Quando se deu conta da gravidade do que estava acontecendo, Marchese denunciou o padre ao bispo local, monsenhor Carmelo Ferraro.
“Disse que ele estava doente. Pedi ao bispo para tomar uma atitude para evitar que ele também fizesse mal a outras crianças”, lembra. “Mas ele não fez nada e desisti da vida religiosa.”
A violência sofrida durante a adolescência trouxe graves problemas de saúde, inúmeras horas de análise e uma tentativa de suicídio.
Três anos depois de abandonar o seminário e ao constatar que o padre continuava no mesmo lugar, tendo contato com vários meninos, Marchese criou coragem para denunciá-lo judicialmente.
"Doente"
“O pedófilo que abusa de uma criança é doente e fará isso sempre até que acabe barrado por alguém”, afirmou.
“Os abusos são consumados em silêncio, sem testemunhas. Em muitos casos, as vítimas só encontram forças para falar quando se tornam adultas. Muitos não têm coragem para denunciar por medo de serem desacreditados.”
No processo, Don Puleo foi considerado culpado por ter abusado sexualmente não apenas de Marchese, mas também de outras seis crianças, e condenado a dois anos e seis meses de prisão.
O pior para o jovem foi a resposta do bispo Ferraro, que entrou com um processo contra ele – com pedido de ressarcimento de 200 mil euros – pelos danos que a denúncia de violência sexual teria causado à imagem da Igreja de Agrigento.
Pressão
“Denunciar um religioso pedófilo na Itália é muito mais difícil do que nos Estados Unidos, porque o Vaticano está aqui ao lado e a pressão é muito grande”, diz o jovem formado em Psicologia.
“Cada cidadezinha tem a sua Igreja, e o padre é uma pessoa muito importante na vida local. É muito difícil para uma mãe ou um pai italiano aceitar que um sacerdote faça mal a seu próprio filho. Antes de acreditar, prefere não pensar, não falar no assunto.”
Marchese diz que muitas vítimas chegam à sua associação apenas para falar sobre o assunto. A grande maioria não tem coragem de denunciar, tem vergonha e apenas quer ser ouvida.
O ex-seminarista defende, no entanto, que as crianças quebrem o silêncio e denunciem mesmo que seja anos depois.
“Pedofilia é crime e deve ser tratada como crime”, afirmou. “Os adultos devem ter consciência de que seus filhos podem ser vítimas, precisam conversar mais, e a Igreja Católica precisa assumir sua responsabilidade.”
Condenação
Segundo Marchese, quando a Justiça comprova que o padre é pedófilo, ele é condenado. O problema é o que vem depois.
Ao confessar a culpa, o sacerdote tem a pena reduzida e cumpre apenas poucos meses de prisão. Depois, retoma as atividades normais em meio a crianças e adolescentes.
“Como diz o Vaticano, a pedofilia é sim um problema de toda a sociedade. Mas o mais grave de tudo isso é como a Igreja Católica lida com seus casos de pedófilos”, afirma.
“São raros os casos daqueles condenados a abandonar o ministério. A maioria muda apenas de paróquia. Muitos são reincidentes nos abusos sexuais.”
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070814_padresabusosvitimarw.shtml

Vaticano instala webcam em tumba de João Paulo 2º

O Vaticano inaugurou nesta quinta-feira uma página interativa na internet que permite que internautas de todo o mundo possam conhecer melhor a Santa Sé com seus museus, jardins e monumentos.
Entre as novidades, está uma webcam instalada em frente à tumba do papa João Paulo 2º, morto em abril 2005, que virou uma das atrações mais visitadas pelos turistas dentro da Basílica.
Outras quatro câmeras mostram alguns dos lugares mais importantes da Cidade do Vaticano, como a praça, a cúpula e a parte externa da Basílica de São Pedro.
A iniciativa, de acordo com a Santa Sé, surge para responder "à presença cada vez mais numerosa de peregrinos e turistas e à contínua solicitação de informação que chega aos órgãos vaticanos através dos canais tradicionais".
Portal
Dividido em cinco departamentos – Estado e Governo, Serviços, Outras Instituições, Monumentos e Loja, o novo portal (www.vaticanstate.va) está em cinco idiomas: espanhol, italiano, inglês, francês e alemão. Mas o Vaticano já avisou que em breve sairá uma versão em português.
Informações institucionais sobre o menor estado independente do mundo, com apenas 44 hectares, detalhes sobre a Capela Sistina – onde são realizados os conclaves, que elegem os papas - a farmácia vaticana e a biblioteca podem ser facilmente encontrados.
Entre as atrações do portal, estão ainda diversas galerias de fotos como as do Castel Gandolfo – residência de verão do papa -, dos papamóveis, do interior e exterior da Basílica de São Pedro, além dos famosos jardins, que ocupam quase a metade da Cidade do Vaticano.
É nessa grande área verde, com torres, fontes, estátuas, flores raras e árvores centenárias, que o papa Bento 16 costuma fazer seus passeios.
Visita virtual
Na parte dedicada aos museus, é oferecida uma visita virtual das coleções e das obras mais importantes, com detalhes dos quadros, afrescos e esculturas.
A loja virtual do Vaticano já está no portal, mas acompanhado do aviso de que as compras de selos e moedas – muito disputados por colecionadores -, publicações e reproduções dos museus somente poderão ser feitas a partir do próximo ano.
No portal constam também links para acessar todos os veículos de comunicação do Vaticano, entre eles, o jornal oficial Osservatore Romano e a Rádio Vaticana.
Com o lançamento da nova página virtual – com todos os órgãos do Estado, os principais monumentos com suas respectivas descrições e imagens, os horários dos serviços para o público -, a tradicional www.vatican.va - em que era possível verificar poucas informações, como os discursos do papa, documentos e informações sobre nomeações e renúncias de bispos do mundo inteiro - não será mais a única fonte de informação oficial do Vaticano na internet.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/07/070719_vaticanowebcamvr.shtml

Vaticano define Igreja Católica como 'única de Cristo'

O Vaticano publicou nesta terça-feira documento afirmando que a Igreja Católica é, sempre foi e será a única igreja de Cristo.
Com o título Repostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja, o texto da Santa Sé procura esclarecer o que considera como “interpretações desviantes e em descontinuidade com a doutrina católica tradicional sobre a natureza da igreja”, que ocorreram depois da publicação do documento Iumem Gentium ("A luz das nações"), do Concílio Vaticano 2º (1962-1965), dizendo que a única Igreja de Cristo "subsiste" na Igreja Católica.
“Cristo constituiu sobre a terra uma única Igreja e instituiu-a como grupo visível e comunidade espiritual, que desde a sua origem e no curso da história sempre existe e existirá”, diz o texto. “Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele.”
A nova publicação assinada pela Congregação para a Doutrina da Fé, responsável por promover e tutelar a doutrina da fé e a moral no mundo católico, diz que “com a palavra ‘subsistir’ o Concílio queria exprimir a singularidade e não a multiplicabilidade da Igreja de Cristo: a Igreja existe como único sujeito na realidade histórica”.
“Contrariamente a tantas interpretações sem fundamento, não significa que a Igreja Católica abandone a convicção de ser a única verdadeira Igreja de Cristo, mas simplesmente significa uma maior abertura à particular exigência do ecumenismo de reconhecer o caráter e dimensão realmente eclesiais das comunidades cristãs não em plena comunhão com a Igreja Católica”, diz o documento.
Leonardo Boff
O tema já foi desmentido em inúmeras ocasiões pelos papas que comandaram o Vaticano antes de Bento 16. Entre elas, em 1973, com a declaração Mysterium Ecclesiae de Paulo 6º e, em 2000, com a Dominus Iesus, aprovada por João Paulo 2º.
No texto publicado nesta terça-feira pelo Vaticano é lembrada também a notificação de 1985 da Congregação para a Doutrina da Fé sobre os escritos do teólogo Leonardo Boff, segundo o qual a única Igreja de Cristo “pode também subsistir noutras igrejas cristãs”.
Naquela ocasião, a Congregação puniu o brasileiro pelo que considerou um equívoco e disse que o Concílio adotou a palavra subsiste, precisamente para esclarecer que existe uma só “subsistência” da verdadeira Igreja.
Críticas e mal-estar
Outras considerações importantes do documento devem gerar novos protestos das outras igrejas cristãs, como ocorreram anteriormente, principalmente a afirmação de que somente a Igreja Católica dispõe de todos os meios de salvação e de que, fora dela, existem apenas “comunidades eclesiais”.
“Embora estas claras afirmações tenham criado mal-estar nas comunidades interessadas e também no campo católico, não se vê, por outro lado, como se possa atribuir a essas comunidades o título de Igreja, uma vez que não aceitam o conceito teológico de Igreja no sentido católico e faltam-lhes elementos considerados eclesiais pela Igreja Católica”, diz o texto.
Segundo o vaticanista Andrea Tornielli, o objetivo da nova declaração é combater o que o papa Bento 16 considera como ‘relativismo eclesiológico’, segundo o qual todas as igrejas que dizem fazer parte do cristianismo têm o mesmo nível de verdade ou que cada uma delas não têm mais que uma parte desta verdade.
A divulgação do documento ocorre três dias depois de o papa Bento 16 ter assinado decreto que dá mais liberdade para os sacerdotes celebrarem missas em latim, uma concessão aos tradicionalistas.
Em uma carta aos bispos de todo o mundo, no último sábado, o pontífice rejeitou as críticas de que sua atitude poderia dividir os católicos.
No entanto, o documento gerou mal-estar e, segundo especialistas, poderá ameaçar também o diálogo entre cristãos e judeus.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/07/070710_documentovaticanoatualizafp.shtml

Vaticano canonizou quase 500 santos nas últimas três décadas

Ao santificar Frei Galvão nesta sexta-feira, a Igreja Católica não só reconhece o primeiro santo brasileiro como dá prosseguimento ao ritmo frenético de canonizações que levou o departamento do Vaticano responsável por estes processos a ser conhecido como "fábrica de santos".
Frei Galvão será o santo de número 493 dessa "fábrica", iniciada durante o papado de João Paulo 2º, que em seus 26 anos de pontificado reconheceu 483 santos.
Se depender do cardeal português José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o papa Bento 16 deve seguir o exemplo de seu antecessor. Com Frei Galvão, ele terá canonizado dez religiosos.
"O mundo de hoje tem tanta necessidade de santos como uma cidade que sofre com a peste precisa de médicos", afirmou Martins à BBC Brasil. "O santo é o homem que viveu a plenitude da sua humanidade."
Para se ter uma idéia do ritmo acelerado das canonizações de João Paulo 2º e Bento 16, basta saber que dos 800 santos da Igreja Católica, 493 foram canonizados nos últimos 29 anos.
Só João Paulo 2º canonizou em 26 anos mais do que todos os outros papas juntos nos últimos 400 anos.
O número de beatificações do atual papa e do seu sucessor também é impressionante: João Paulo 2º beatificou 1.345 religiosos, enquanto Bento 16, desde 2005, já beatificou outros 49.
O recorde estabelecido pelo pontificado de João Paulo 2º deu o apelido de "fábrica dos santos" à congregação, que decide quem deverá ser beatificado ou canonizado.
Mas Saraiva Martins não gosta da classificação. "É uma expressão muito infeliz dizer que esta congregação é uma fábrica de santos. Não é", disse. "Os santos não se fabricam. É Deus quem os faz. O homem chega a ser santo pela força da graça de Deus."
Segundo o cardeal, estão na fila mais de 2.200 causas de beatificação e canonização. A velocidade dos processos com o papa Bento 16 tem sido a mesma da época de João Paulo 2º.
"Não mudou nada. É tudo igual", disse Martins. "Nestes dois anos do pontificado de Bento 16, foram beatificados 49 e já foram canonizados nove beatos. Com o beato brasileiro Frei Galvão, serão dez". Em junho, serão realizadas outras três canonizações em Roma, na Itália.
Polêmicas na escolha
A polêmica no trabalho da congregação não se limita à quantidade de santos. O escritor e especialista em Vaticano Ettore Masina reclama dos que furam a fila e dos santos escolhidos a dedo em ocasiões especiais.
"Quando o papa vai visitar um país onde nunca esteve, ou que ainda não tem um santo, a congregação agiliza o processo de um nome local", afirmou Masina.
"Desta vez, o papa vai canonizar o primeiro santo nascido no Brasil. O que me escandaliza profundamente é que, com toda a história que o Brasil tem, sobretudo nos últimos anos, se recorra a uma pessoa nascida há mais de 200 anos para falar de santidade no Brasil."
Segundo Masina, que considera João 23 o mais santo de todos os papas, o caso mais escandaloso levado adiante pela congregação foi o da canonização extremamente rápida de Josemaria Escrivá de Balaguer – ele morreu em 1975, foi beatificado em 1991 e canonizado em 2002.
Uma demonstração, de acordo com ele, de como a Opus Dei, fundada por Balaguer, pode não apenas manipular a mídia, mas pressioná-la a ponto de levá-lo imediatamente à santificação.
Outro exemplo polêmico, diz Masina, é o do monsenhor Oscar Romero, morto há 27 anos enquanto celebrava uma missa em El Salvador.
"Romero é venerado na América Latina e considerado um modelo de santidade na Europa", disse. "Mas representa uma linha de pensamento mais progressista dentro da Igreja. Enquanto o conservadorismo continuar imperando, o dossiê dele não irá adiante."
"Uma honra"
O padre Ricardo Dias Neto, editor da versão brasileira do jornal oficial do Vaticano, diz que é uma honra um brasileiro ter chegado à santidade.
"Se ele conseguiu, outros podem conseguir", afirmou. "É importante ser santo. A vocação do cristão é uma vocação à santidade."
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos revela que o custo de um processo de canonização é de cerca de 14 mil euros (quase R$ 38 mil), incluindo honorários de médicos, teólogos e bispos que estudam e julgam as causas.
Saraiva Martins diz que o número de causas com a documentação pronta para ser discutida e examinada são mais de 400.
O cardeal português conta com uma equipe fixa de 30 pessoas (cardeais e bispos), além de 72 consultores contratados, entre teólogos, juristas e historiadores, e de 70 médicos.
Cabe aos cardeais e bispos discutir os relatórios elaborados pelos especialistas. O veredicto sobre uma beatificação ou canonização é dado pelo papa.
O caminho tem três etapas: confirmação das virtudes heróicas do candidato, beatificação e canonização. É necessário a confirmação de um milagre para a beatificação, e outro para a canonização, salvo no caso de mártires.

Vaticano recomenda beatificação do papa Pio 12

A Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano concluiu nesta terça-feira que o papa Pio 12, que liderou a Igreja Católica entre 1939 e 1958, deve ser beatificado.
Depois de 40 anos de deliberações, o painel de 15 cardeais e 15 bispos aprovou a beatificação do polêmico papa dos tempos da Segunda Guerra Mundial. A decisão final, no entanto, ainda deverá ser tomada pelo papa Bento 16.
Muitos grupos judeus acusam o papa Pio 12 de ter ignorado o envio de judeus para campos de concentração.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o então líder da Igreja Católica se absteve de assinar a declaração dos Aliados que condenava o extermínio de judeus e manteve uma posição neutra.
Mas o Vaticano sempre afirmou que o papa Pio 12 liderou uma "discreta diplomacia" que salvou as vidas de milhares de judeus.
Durante as últimas décadas, a Congregação para as Causas dos Santos analisou mais de 3 mil páginas de documentos antes de aprovar a beatificação de Pio 12.
A comissão do Vaticano para analisar a beatificação de Pio 12 foi aberta em outubro de 1967, mas só agora concluiu que ele praticou as virtudes de sua fé de maneira tão exemplar que a sua canonização deveria ser analisada.
Além de um decreto assinado pelo papa Bento 16, ainda são necessários dois milagres comprovados para que Pio 12 seja considerado um santo pela Igreja Católica.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/05/070509_papapiox11decisaofn.shtml

Vaticano diz que 69 mil padres abandonaram batina para se casar

Um levantamento do Vaticano mostrou que, de 1964 a 2004, 69 mil padres abandonaram a batina para se casar e, desse total, 16% "se arrependeram da decisão" e requisitaram o retorno ao sacerdócio.
"11 mil ficaram viúvos ou insatisfeitos com a vida conjugal, se arrependeram da escolha e requisitaram o retorno", disse Giampaolo Salvini, diretor da Civilitá Cattolica, revista oficial dos jesuítas que publicou os dados do levantamento.
Em entrevista à BBC Brasil, Salvini disse que, ao divulgar os dados, "o interesse do Vaticano é mostrar que há sacerdotes retornando", em meio à crescente polêmica sobre o celibato.
"A Secretaria de Estado do Vaticano procura demonstrar que não há um abandono em massa de sacerdotes", disse. "As estatísticas contrariam a posição daqueles que defendem o celibato opcional para os padres".
No texto, intitulado Padres que abandonam, padres que regressam, Salvini explica que, na realidade, não existe uma estatística precisa sobre o número atual de padres casados. Mas, pelos dados do levantamento, esse total, descontando aqueles que retornaram, seria de 58 mil.
A estimativa oficial é muito inferior à de associações que defendem o fim do celibato clerical, como a Sacerdotes Casados Já.
Segundo a entidade, 150 mil padres em todo o mundo são "casados" (total inclui os que, mesmo no sacerdócio, têm uma companheira e os que deixaram a batina para se casar, mas não abandonaram a fé católica).
Padres "casados"
Segundo a organização, que também contabiliza os dados desde 1964, as cifras do Vaticano são incompletas.
"O mais preocupante nisso tudo não é o Vaticano dizer que apenas 69 mil padres abandonaram o sacerdócio entre 1964 e 2004", afirmou à BBC Brasil Giuseppe Serrone, um dos fundadores da Sacerdotes Casados Já.
"É escandaloso colocar no centro da discussão o fenômeno do reingresso e ignorar aqueles que ainda estão no ministério e têm uma companheira, este sim um fenômeno amplo. Padres e bispos que vivem com suas companheiras e, com o conhecimento do Vaticano, não entram nas cifras oficiais como padres casados".
"Tenho conhecimento de uma diocese no Brasil em que todos os sacerdotes são casados, ou melhor, têm companheiras", disse sem revelar o nome da cidade.
A Sacerdotes Casados Já é uma organização com representantes em vários países e liderada pelo arcebispo excomungado Emmanuel Milingo.
Brasil
Quando um padre se casa, ele não deixa automaticamente de ser padre. Aos olhos da Igreja, o sacramento da ordem, recebido pelos seminaristas quando eles se tornam padres, é eterno – como é o batismo e o casamento.
Só no Brasil, segundo a Sacerdotes Casados Já, em torno de 18 mil (12% do total no mundo) padres são casados.
O números da Santa Sé sobre os brasileiros que abandonaram a batina de forma oficial para se casar, comunicando a decisão ao Vaticano, são modestos.
Um levantamento feito pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos do Vaticano, apenas com aqueles que pediram oficialmente a dispensa, aponta que, entre janeiro de 2001 e julho de 2005, 148 padres brasileiros receberam respostas positivas a seus pedidos de licenças para se casar, uma média de 30 por ano.
"O que preocupa um pouco são os que deixam o ministério e não pedem a dispensa", diz o monsenhor Roberto Carrara, oficial da Congregação para o Culto Divino, departamento do Vaticano responsável pelas licenças sacerdotais do Brasil até 2005, quando a função passou para a Congregação para o Clero.
Segundo o monsenhor Carrara, até 1960, não era fácil para os sacerdotes terem seus pedidos de licenças aprovados. Ainda hoje, muitos pensam que é assim e, simplesmente, abandonam o sacerdócio sem fazer qualquer comunicação. Atualmente, o processo leva, em geral, de dois a três meses.
"Muitos destes padres não foram devidamente formados. No decorrer do caminho, apresentaram deficiências psicológicas, espirituais, ou afetivas", afirmou. "Para ser padre, não basta não ter defeitos. É necessário ter qualidades, superar as tentações da vida e dificuldades".
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/05/070508_padrescasadosvalss.shtml

Bento 16 faz prosperar finanças do Vaticano

O papa Bento 16 pode até parecer menos carismático do que João Paulo 2º, mas para os tesoureiros do Vaticano ele tem toque de Midas com os fiéis.
Conforme reportagem de capa da revista italiana Espresso, publicada nesta sexta-feira, o pontífice alemão não está lotando apenas a Praça de São Pedro nas tradicionais audiências das quartas-feiras e nas bênçãos do Angelus aos domingos, mas também o caixa do Vaticano.
Apesar dos escândalos dos padres pedófilos nos Estados Unidos, as doações aumentaram durante o seu pontificado.
Com o título "Que Tesouro de Papa", a revista assinala que as doações dos fiéis cresceram 58% em 2006 em relação ao ano anterior, chegando a US$ 101,9 milhões (cerca de R$ 193,6 milhões).
“Não tem escândalo pedófilo. Nenhuma ingerência política que se pague. Nenhuma gafe no relacionamento com outras religiões que se desconte. A realidade é que Bento 16 administra uma igreja que financeiramente explode de saúde”, diz o texto.
Superávit
Segundo o balanço oficial, a Santa Sé fechou 2006 com um superávit de 2,4 milhões de euros (cerca de R$ 6,2 milhões), contra 9,7 milhões de euros de 2005 (R$ 25 milhões).
Mas o cardeal Sergio Sebastiani, responsável pela Prefeitura dos Assuntos Econômicos do Vaticano, diz que esse dado não deve ser considerado isoladamente.
Segundo o cardeal, mais importante é verificar que a Santa Sé melhorou o desempenho de suas finanças em vários setores, aumentando consideravelmente sua renda.
Sebastiani cita como exemplo as contribuições feitas pelas conferências episcopais, dioceses, institutos religiosos e fiéis de todo o mundo, que aumentaram 16,3% em relação ao ano anterior, totalizando 86 milhões de euros.
As conferências episcopais dos Estados Unidos, da Alemanha e da Itália permanecem na liderança entre as que mais contribuem. De acordo com as informações do Vaticano, não foi registrada redução no volume das doações americanas em função dos casos de pedofilia envolvendo padres católicos.
O setor imobiliário também merece destaque. De acordo com o balanço da Santa Sé, o patrimônio imobiliário teve um lucro líquido de 32,3 milhões de euros, com 59,3 milhões de euros de faturamento total.
Segundo a revista italiana, informações extra-oficias apontam que o patrimônio do Vaticano está avaliado em 450 milhões de euros.
Com a renda do patrimônio imobiliário, a Santa Sé consegue cobrir o prejuízo da Rádio Vaticana (23,8 milhões em 2006) e do jornal oficial Osservatore Romano (4,4 milhões de euros).
'Sua Santidade o Bestseller'
A Espresso também destaca, numa outra reportagem, os lucros com as vendas de livros da Livraria Editora Vaticana, considerada um caos na época de João Paulo 2º.
Num texto assinado pelo vaticanista Sandro Magister e com o título "Sua Santidade o Bestseller", é lembrado que um dos primeiros atos de Bento 16 em seu pontificado foi assinar um decreto dando à editora a tutela de todos os direitos de autor e de todos os direitos exclusivos de utilização econômica dos textos e documentos do papa.
Com a nova determinação, nenhum dos textos de Bento 16 pode ser publicado sem um contrato, que, geralmente, estabelece uma taxa de 3% a 5% de direitos autorais sobre o preço de capa para as publicações de homilias e discursos.
No final do pontificado de João Paulo 2º, circulavam com a sua assinatura, entre outros, 370 livros em língua italiana, mais de mil em espanhol e 2.770 em inglês. Todos com milhões de cópias vendidas, sendo que apenas uma pequena parcela dos lucros retornava ao Vaticano sobre a forma de direitos autorais.
Com Bento 16, tudo mudou. Pela publicação de uma antologia de textos escrita pelo papa, a Livraria Editora Vaticana assume que pediu 15% sobre o preço de capa.
Não é revelado, no entanto, que percentual o Vaticano lucrará com as vendas de Jesus de Nazaré, de Bento 16, com difusão prevista em mais de 20 milhões de cópias.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/07/070727_bento16financas_vr_cg.shtml

Bento 16 cancela visita a universidade após protestos

O papa Bento 16 cancelou uma visita que faria na quinta-feira à prestigiosa Universidade La Sapienza, em Roma, depois que estudantes e acadêmicos protestaram contra sua posição em relação à condenação de Galileu Galilei.
De nada adiantaram a garantia de segurança e a quebra de protocolo - um passeio de carro pelo campus ao invés de ir a pé - por parte das autoridades do governo e do reitor Renato Guarini.
O cancelamento foi anunciado pelo Vaticano no final da tarde desta terça-feira. "O Vaticano achou oportuno desistir da visita depois dos conhecidos eventos dos dias passados", afirmou a nota da Santa Sé.
O Sumo Pontífice tinha sido convidado para a inauguração do Ano Acadêmico, uma importante e tradicional cerimônia, e daria uma aula magistral.
Mas uma escalada de protestos culminou, na manhã desta terça-feira, com a ocupação da sede da reitoria por um grupo de manifestantes contrários à visita papal.
Ciência X Religião
Logo depois da confirmação da vinda do Papa Bento 16, dezenas de estudantes penduraram cartazes na entrada dos prédios do campus, principalmente na fachada das faculdades de Física, Ciências Políticas e Filosofia.
"O Papa é contra a universidade", "A ciência é leiga", eram algumas das mensagens destinadas ao bispo de Roma. A manifestação ganhou corpo depois que 67 professores fizeram um abaixo-assinado pedindo o cancelamento da visita.
Eles não concordam com o que consideram uma ingerência da Igreja católica no Parlamento italiano - a lei do aborto pode ser revista por causa das pressões eclesiásticas - e nem com a posição da Igreja sobre a ciência, não apenas de hoje, mas desde os tempos de Galileu Galilei. O papa prega que a fé deve se sobrepor à ciência, e os pesquisadores e cientistas leigos não concordam com esta linha de pensamento.
Para a véspera da visita estava programado um "ensaio geral" dos protestos na Faculdade de Física. "Como físico não gostei da declarações feitas por este papa sobre a ciência, achei um endurecimento em relação ao do seu antecessor João Paulo 2º", disse ao jornal La Repubblica, o professor Giorgio Parisi, um dos assinantes da carta.
Galileu Galilei
Os físicos tomam ainda partido de Galileu Galilei contra o Papa Bento 16. Eles lembram que o então cardeal Joseph Ratzinger, em 1990, durante um discurso, teria justificado o processo da Igreja contra o astrônomo que comprovou a tese de Copérnico de que a Terra girava ao redor do Sol e não o contrário.
Para não arder na fogueira da Inquisição Galileu aceitou as imposições do clero e acabou sendo condenado à prisão domiciliar.
Um filme sobre Galileu - acusado de heresia pela Igreja em 1632-33, durante a Contra Reforma - foi exibido nas dependências da universidade.
Os meios de comunicação foram usados para alimentar a polêmica no começo da semana com uma guerra nos meios de comunicação. De um lado, a Radio Vaticano expressou preocupação com "iniciativas com tons de censura". Ao microfone, o reitor Renato Guarini lembrou que a La Sapienza tem 4,7 mil professores e a grande maioria é favorável à visita do papa.
De outro, a Radio Radical, da coalizão do governo de centro-esquerda - deu voz à ministra de Comércio Exterior e Políticas Européias, Emma Bonino, que afirmou ser "preocupante que o papa seja o único a ter a palavra de manhã à noite, juntamente com os seus seguidores e a moral católica".
Condenação unânime
A decisão do papa Bento 16 de não ir mais a La Sapienza conseguiu o milagre de unir o centro do governo e a oposição italianos. Ambas as forças políticas, através de suas lideranças, condenaram os ataques ao Sumo Pontífice.
"Condeno quem provocou tensões", disse o primeiro-ministro Romano Prodi, pedindo que Bento 16 reveja a decisão de não aceitar o convite. "É inadmissível que o papa não possa falar numa universidade que é a sede do diálogo e da abertura", disse ele durante o principal telejornal da noite, TG-1, da emissora estatal RAI.
"É uma ferida que humilha a universidade e a Itália", declarou o líder da oposição, Silvio Berlusconi.
"Recebo a decisão da Santa Sé, respeito-a, mas estou amargurado", afirmou em nota oficial o reitor da La Sapienza, Renato Guarini, autor do convite ao papa.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/01/080115_papasapienza.shtml

Reforma leva igreja a mudar túmulo de Santo Antônio

O túmulo que guarda os restos de Santo Antônio, localizado na capela da basílica de Pádua, no norte da Itália, vai ter que mudar de lugar devido às obras de restauração do templo.
Como as paredes da Capela de Santo Antônio, situada do lado esquerdo do altar da basílica, têm problemas de inflitração, o túmulo será transferido para o lado direito.
A umidade coloca em risco os preciosos baixos-relevos de mármore de 1500, que enfeitam o local onde estão guardados os restos do santo desde 1263.
A mudança será realizada na noite de 12 de abril, com uma procissão a portas fechadas.
Apenas os frades franciscanos, que cuidam da basílica e são da mesma ordem religiosa do santo, vão participar da cerimônia.
Visitas mantidas
O espaço da capela é pequeno, e durante as obras de restauração ela teria de permanecer fechada para os visitantes.
Com a transferência dos restos de Santo Antônio para a outra área da basílica, os 5 milhões de peregrinos que todos os anos visitam o templo vão poder continuar a render homenagem ao santo, conhecido como milagreiro.
“Os visitantes poderão continuar a rezar diante do túmulo de Santo Antônio. Seus restos vão apenas ser transferidos de lugar, dentro da própria basílica, para que os restauradores trabalhem com tranqüilidade”, disse à BBC Brasil o padre Alessandro Ratti, porta-voz da Basílica de Santo Antônio de Pádua.
Segundo o padre, os ossos estão guardados dentro de uma urna de cristal, que por sua vez está dentro de uma caixa de madeira.
Na mudança, a caixa de madeira será colocada dentro de um túmulo de mármore. Durante a operação, ninguém vai ver nem tocar os restos os restos do santo.
Língua
“Não será um reconhecimento”, disse Ratti. O reconhecimento dos restos é feito na presença de autoridades vaticanas, logo depois que o santo é canonizado. No caso de Santo Antônio, o primeiro reconhecimento foi no dia 8 de abril de 1263.
“O corpo tinha virado pó, só restavam os ossos. Mas a língua estava intacta e há testemunhas oculares disso”, disse o padre.
A língua de Santo Antônio não se decompôs, apenas mudou de cor, ficando um pouco marrom, segundo o religioso, mesmo depois de oito séculos. É uma das relíquias mais conhecidas e veneradas da Igreja Católica.
Durante a operação de reconhecimento, a língua foi retirada e colocada em uma urna, e desde então está em uma área especial da Basílica de Pádua, ao lado de outra relíquia, uma parte do queixo do santo. As duas podem ser vistas pelos fiéis.
“A língua, como todas as partes moles do corpo, é uma das primeiras que se decompõem. O fato de ela ter permanecido intacta foi interpretado como um sinal de Deus, que quis preservar essa língua, visto que Santo Antônio era conhecido por ser um grande pregador”, disse Ratti.
Um segundo reconhecimento dos restos foi realizado em 1981, por ordem do papa João Paulo 2°.
Santuários
Santo Antônio é um dos santos mais venerados da Igreja Católica. Há santuários dele em diversos países, não só da Europa.
“Há também nas Américas, inclusive no Brasil, onde o santo ficou conhecido graças aos portugueses, que levaram seu culto para lá e até para a Índia”, disse o religioso.
No Rio de Janeiro, o convento dedicado ao santo, no largo da Carioca, completa 400 anos em junho deste ano.
Santo Antônio nasceu em Portugal e viveu entre Lisboa e Coimbra. Depois de conhecer os franciscanos, decidiu entrar nesta ordem religiosa e viajar a pé pregando o Evangelho e ajudando os pobres.
Em 1221 encontrou São Francisco, em Assis. De lá foi mandado para o norte da Itália, onde morreu, na cidade de Pádua, aos 36 anos de idade.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/04/080403_santoantonio_av_ac.shtml

Vaticano admite que pode haver vida fora da Terra

O diretor do observatório astronômico do Vaticano, padre José Gabriel Funes, afirmou que Deus pode ter criado seres inteligentes em outros planetas do mesmo jeito como criou o universo e os homens.
"Como existem diversas criaturas na Terra, poderiam existir também outros seres inteligentes, criados por Deus", disse o diretor do observatório conhecido como Specola Vaticana.
"Isso não contradiz nossa fé porque não podemos colocar limites à liberdade criadora de Deus", acrescentou Funes, em entrevista ao jornal L'Osservatore Romano, órgão oficial de imprensa da Santa Sé.
Na entrevista ao jornal do papa, o padre Funes, jesuíta argentino de 45 anos de idade, cita São Francisco ao dizer que possíveis habitantes de outros planetas devem ser considerados como nossos irmãos.
"Para citar São Francisco, se consideramos as criaturas terrestres como 'irmão' e 'irmã', por que não poderemos falar tambem de um 'irmão extraterrestre'?", pergunta o padre. "Ele tambem faria parte da criação."
Perspectiva
Na opinião do astrônomo do Vaticano, podem haver seres semelhantes a nós ou até mais evoluídos em outros planetas, ainda que não haja provas da existência deles.
"É possível que existam. O universo é formado por 100 bilhões de galáxias, cada uma composta de 100 bilhões de estrelas, muitas delas ou quase todas poderiam ter planetas", afirmou Funes.
"Como podemos excluir que a vida tenha se desenvolvido também em outro lugar?", acrescentou. "Há um ramo da astronomia, a astrobiologia, que estuda justamente este aspecto e fez muitos progressos nos últimos anos."
Segundo o cientista, estudar o universo não afasta, mas aproxima de Deus porque abre o coração e a mente e ajuda a colocar a vida das pessoas na "perspectiva certa".
Padre Funes diz ainda que teorias como a do Big Bang e a do evolucionismo de Darwin, que explicam o nascimento do universo e da vida na Terra sem fazer relação com a existência de Deus, não se chocam com a visão da Igreja.
"Como astrônomo, eu continuo a acreditar que Deus seja o criador do universo e que nós não somos o produto do acaso, mas filhos de um pai bom", afirma.
"Observando as estrelas, emerge claramente um processo evolutivo, e este é um dado cientifico, mas não vejo nisso uma contradição com a fé em Deus."
Ateísmo
Na visão do religioso, estudar astronomia não leva necessariamente ao ateísmo.
"É uma lenda achar que a astronomia favoreça uma visão atéia do mundo", disse o padre. "Nosso trabalho demonstra que é possível fazer ciência seriamente e acreditar em Deus. A Igreja deixou sua marca na história da astronomia."
Diretor da Specola Vaticana desde 2006, padre Funes lembrou na entrevista que astrônomos do Vaticano fizeram importantes descobertas como o "raio verde", o rebaixamento de Plutão e trabalhos em parceria com a Nasa, por meio do centro astronômico do Vaticano em Tucson, nos Estados Unidos.
A sede do observatório do Vaticano se localiza em Castelgandolfo, cidade próxima de Roma, onde fica situado o palácio de verão do papa, desde 1935.
O interesse dos pontífices pela astronomia surgiu com o papa Gregório 13, que promoveu a reforma do calendário em 1582, dividindo o ano em 365 dias e 12 meses e introduzindo os anos bissextos.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080513_vaticanoetsavdt.shtml