sábado, 23 de março de 2013

NÃO JULGUE!


Se Deus é perfeito e ama a todos, por que criaria as pestes e a fome, as guerras e doenças, os terremotos, tornados, furacões e todos os desastres naturais, as grandes desilusões pessoais e calamidades mundiais?

Eu não demonstro a Minha bondade criando apenas o que chamam de perfeição ao seu redor.

Como já expliquei: não se pode demonstrar amor enquanto não se demonstra o não-amor. Uma coisa não pode existir sem o seu oposto, exceto na esfera do absoluto.

Portanto, não condene tudo que chamaria de ruim no mundo. Em vez disso, pergunte-se o que considerou ruim e o que deseja fazer para mudá-lo.

Cada alma é um Mestre, embora algumas almas não se lembrem de suas origens ou heranças.

Então não julgue o caminho cármico trilhado por outra pessoa. Não sinta inveja do sucesso e nem pena do fracasso, porque não sabe o que é sucesso ou fracasso na avaliação da alma. Não diga que algo é uma calamidade ou um evento feliz até decidir, ou testemunhar, qual é seu objetivo.

Pois a morte é uma calamidade se salvar as vidas de milhares de pessoas? E a vida é um evento feliz se só causar sofrimento? Contudo, não deve julgar nem mesmo isso. Guarde sempre para si mesmo as suas opiniões, e deixe os outros fazerem o mesmo.

Isso não significa ignorar um pedido de ajuda, ou a ânsia de sua própria alma de trabalhar visando a mudança de alguma situação ou condição. Significa evitar rótulos e julgamentos enquanto faz o que quer que seja. Porque todas as situações são uma dádiva, e cada experiência é um tesouro oculto.

Certa vez, existiu uma alma que sabia que era a luz. Sendo uma alma nova, ansiava por experiência. "Eu sou a luz", dizia repetidamente. Mas todo o seu conhecimento e todas as suas palavras não podiam substituir a experiência de ser a luz. E na esfera onde essa alma surgiu, só havia luz. Todas as almas eram sublimes e magnificentes, e irradiavam o brilho da Minha grande luz. E por isso a pequena alma em questão era como uma vela sob o sol.
No meio da luz maior - da qual era parte - não podia ver a si mesma, experimentar-se como Quem Realmente Era.
Acontece que aquela alma desejava muito conhecer a si mesma. Tão profundo era esse seu desejo que um dia Eu lhe disse:
- Você sabe Pequena Alma, o que deve fazer para satisfazer o seu desejo?
- Ah, o que, Deus? O quê? Eu farei qualquer coisa - disse ela.
- Deve separar-se do restante de nós - disse Eu – e então evocar a escuridão.
- O que é a escuridão, ó Santíssimo? - perguntou a pequena alma.
- O que você não é.
E a alma compreendeu. Afastou-se do todo, chegando a ir até outra esfera. Nela, teve o poder de experimentar todos os tipos de escuridão. E o fez.
Contudo, no meio daquelas trevas, gritou:
- Pai, Pai, por que me abandonastes?

Vocês têm feito isso em seus momentos mais difíceis. Entretanto, eu nunca os abandonei. Estou sempre ao seu lado pronto para lembrar-lhes Quem Realmente São; para chamá-los de volta ao lar.

Por isso, sejam uma luz na escuridão, e não a amaldiçoem. E não se esqueçam de Quem São no momento em que forem rodeados pelo que não são.

Vocês vieram a este mundo sem nada a aprender - só têm de demonstrar o que já sabem.

Não, nem todas as coisas que lhes acontecem e que chamam de ruins são escolha de vocês. Contudo, não há vítimas e nem algozes no mundo.

Um mestre pode acabar com a dor mais intensa. Desse modo, o Mestre cura. O sofrimento resulta de um julgamento que você fez sobre uma coisa. Elimine o julgamento e o sofrimento desaparecerá.

Não há "deveria" ou "não deveria" no mundo de Deus. Faça o que quiser, o que o reflete, o que o representa como uma versão mais grandiosa do seu Eu. Se quiser se sentir mal, sinta-se.

Mas não julgue ou condene. Você não sabe por que e com que objetivo um evento ocorre.

E lembre-se disto: o que você condena o condenará, e o que você julga um dia virá a julgá-lo.

Em vez disso, procure mudar o acontecimento – ou apoiar outras pessoas que os estão mudando – que não mais refletem o seu sentido mais elevado de Quem Você É.

Entretanto, bendiga tudo - porque tudo é criação de Deus, através da vida, que é a Sua mais importante criação.

Há aqueles que dizem que Eu lhes dei o livre arbítrio, mas essas mesmas pessoas também dizem que se vocês não me obedecerem, Eu os mandarei para o inferno.

Que tipo de livre-arbítrio é esse? Isso não é duvidar de Deus - e de qualquer tipo de relacionamento verdadeiro entre nós?

É a experiência do pior resultado possível de suas escolhas, decisões e criações. É a consequência natural de qualquer pensamento que negue a Mim, ou Quem Vocês São em relação a Mim.

Mas o inferno não existe como esse lugar que vocês fantasiaram, onde queimam em um fogo eterno, ou existem em um estado de tormento eterno. O que Eu ganharia com isso?

Mesmo se Eu tivesse o pensamento extraordinariamente Não Divino de que vocês não "mereciam" o céu, por que precisaria procurar algum tipo de vingança ou punição por seu fracasso? Não poderia simplesmente dar fim a vocês? Que parte vingativa de Mim exigiria que Eu os condenasse a um sofrimento eterno indescritível?

Eu digo que não há uma experiência após a morte como a que vocês imaginaram em suas teologias baseadas no medo. No entanto, há uma experiência da alma tão infeliz, tão incompleta, tão menos do que o todo, tão separada da maior alegria de Deus, que para essa alma isso seria o inferno. Mas Eu não os mando para lá, e tampouco imponho-lhes essa experiência. Vocês mesmos a criam, sempre que separam o seu Eu do seu próprio pensamento mais elevado em relação a vocês; sempre que o negam e rejeitam Quem e O Que Realmente São. Contudo, nem mesmo essa experiência é eterna. Não pode ser, porque não é o Meu plano que vocês se separem de Mim por toda a eternidade. De fato, isso é impossível porque nesse caso não só vocês teriam de negar Quem São, como Eu também teria de negá-lo. Isso Eu nunca farei. E enquanto um de nós se mantiver fiel à verdade em relação a vocês, ela prevalecerá.

É do medo que você precisa para ser, fazer e ter o que é intrinsecamente certo? Tem de se sentir ameaçado para "ser bom"? E o que é "ser bom"? Quem tem a palavra final sobre isso? Quem dá as diretrizes? Quem cria as regras?

Ninguém mais o julgará, por que e como Deus poderia julgar a sua própria criação e considerá-la ruim? Se Eu quisesse que vocês fossem perfeitos e fizessem tudo certo, teria deixado que ficassem no estado de total perfeição de onde vieram. Todo o objetivo do processo foi fazê-los descobrir a si mesmos, criar os seus Eus, como realmente são e desejam ser.

Então Eu deveria puni-los por fazerem uma escolha que coloquei à sua frente? Se Eu não quisesse que vocês fizessem a segunda escolha, por que criaria outra além da primeira? Essa é uma pergunta que devem fazer a si mesmos antes de Me atribuírem o papel de um Deus condenador. A resposta direta para a sua pergunta é sim, você pode fazer o que quiser sem medo de punição. Contudo, terá de arcar com as consequências. As consequências são os resultados naturais, que não são o mesmo que punições. São simplesmente isso, o que resulta da aplicação natural das leis naturais.

O que lhe parece punição - ou o que chamaria de mal, ou má sorte - é apenas uma lei natural fazendo-se valer.

Esse é o objetivo da sua alma - realizar-se enquanto ainda está no corpo; tornar-se a encarnação de tudo que realmente é.

Mas, pode escolher as pessoas, os lugares e os eventos - as condições e circunstâncias, os desafios e obstáculos, as oportunidades e opções - para criar a sua experiência.

Esse é o objetivo da vida.

Por isso, bendiga todas as pessoas e condições, e agradeça. Desse modo, afirmará que o que Deus criou é perfeito - e mostrará a sua fé Nele. Porque nada acontece por acaso no mundo de Deus. Não existe coincidência. O mundo não é devastado por acaso, ou devido ao que você chama de destino.

Jesus não os curou porque achava que a sua condição era imperfeita. Ele os curou porque viu aquelas almas pedindo a cura como parte de seu processo. Viu a perfeição do processo. Reconheceu e compreendeu a intenção da alma. Se Jesus tivesse achado que todas as doenças, mentais ou físicas, representavam imperfeição, não teria simplesmente curado ao mesmo tempo todas as pessoas no planeta? Duvida de que Ele poderia ter feito isso?

Ótimo. Então a mente deseja saber: por que Ele não o fez? Por que Cristo decidiu que alguns deveriam sofrer, e outros serem curados? Por que Deus permite o sofrimento? Esta pergunta já foi feita antes, e a resposta é a mesma. Há perfeição no processo - e toda a vida resulta da escolha. Não se deve interferir na escolha, ou questiona-la. Muito menos se deve condená-la. Deve-se observá-la, e depois fazer o possível para ajudar a alma a fazer uma escolha superior. Portanto, esteja atento às escolhas das outras pessoas, mas não as julgue. Saiba que a sua escolha é perfeita para elas neste momento – mas esteja pronto para ajudá-las se mais tarde quiserem fazer uma escolha nova, diferente, uma escolha superior. Esteja em comunhão com as outras almas, e seus objetivos e suas intenções se tornarão claros para você. Foi isso que Jesus fez com aqueles que curou - e com todos as vidas que tocou. Ele curou todas as pessoas que O procuraram, ou que enviaram outras para implorar por elas. Jesus não curou a esmo. Isso seria infringir uma Lei Sagrada do Universo: Deixe todas as almas seguirem o seu caminho.

Você vê, a resposta está na própria pergunta. Se uma coisa é obviamente certa, faça-a. Mas lembre-se de que é preciso muito rigor no julgamento, no que diz respeito ao que chama de "certo" ou "errado". Uma coisa só é certa ou errada porque você diz que é. Não é certa ou errada intrinsecamente.

O "certo" ou "errado" não é uma condição intrínseca, é um julgamento subjetivo em um sistema pessoal de valores. Através de seus julgamentos subjetivos você cria o seu Eu – através de seus valores pessoais determina e demonstra Quem É. O mundo existe exatamente como é para que você possa fazer esses julgamentos. Se existisse em perfeitas condições, seu processo vital de criação do Eu terminaria. A carreira de um advogado terminaria amanhã se não existissem mais litígios. Ocorreria o mesmo com a carreira de um médico se não existissem mais doenças. A carreira de um filósofo também terminaria se não existissem mais dúvidas.

Todos nós pararíamos de criar se não existisse mais nada para ser criado. Temos muito interesse em continuar o jogo. Apesar do fato de que dizemos que gostaríamos de resolver todos os problemas, não ousamos fazer isso, porque nesse caso não teríamos mais o que fazer. Seu complexo militar-industrial entende isso muito bem. É por esse motivo que se opõe terminantemente a qualquer tentativa de estabelecimento de uma política contrária à guerra, em qualquer lugar. Suas instituições médicas também entendem isso. É por esse motivo que se opõem firmemente – têm de fazê-la, para a sua própria sobrevivência – a novas drogas ou curas maravilhosas, e ainda mais à possibilidade de milagres.

Sua comunidade religiosa também tem essa lucidez. É por esse motivo que sempre se opõe a qualquer definição de Deus que não inclua medo, julgamento e punição, e a qualquer definição do Eu que não inclua a sua própria ideia do único caminho para Deus.

Se eu lhe disser que você é Deus - para onde vai a religião? Se eu lhe disser que está curado, para onde vão a ciência e a medicina? Se eu lhe disser que deve viver em paz, para onde vão os pacificadores? Se eu lhe disser que o mundo é fixo, para onde vai o mundo? E quanto aos edificadores?

Eu quero o que vocês querem. Quando realmente quiserem acabar com a fome, não haverá mais fome.

Eu estou mostrando em termos claros que o mundo se encontra nas condições atuais porque vocês escolheram que fosse assim. Estão destruindo sistematicamente o seu meio ambiente, e depois dizem que os desastres naturais são uma peça cruel que Deus pregou, ou obra de uma Natureza cruel. Vocês é que pregaram a peça em si mesmos, e que são cruéis.

Eu estou mostrando em termos claros que o mundo se encontra nas condições atuais porque vocês escolheram que fosse assim. Estão destruindo sistematicamente o seu meio ambiente, e depois dizem que os desastres naturais são uma peça cruel que Deus pregou, ou obra de uma Natureza cruel. Vocês é que pregaram a peça em si mesmos, e que são cruéis.

Mas, se vocês não conseguem concordar com algo tão basicamente simples como parar de se matarem, como podem implorar ao céu com as mãos erguidas para que as suas vidas sejam colocadas em ordem?
Eu não farei nada por vocês que não farão por si mesmos. Esta é a lei e é o que dizem os profetas. O mundo está nas condições atuais por causa de vocês, e das escolhas que fizeram – ou deixaram de fazer. (Não decidir é decidir.).

A Terra está como está por causa de vocês, e das escolhas que fizeram - ou deixaram de fazer. Suas próprias vidas estão como estão por causa de vocês, e das escolhas que fizeram – ou deixaram de fazer.

Todos vocês produziram as condições que criam no ladrão o desejo ou a necessidade de roubar. Todos vocês criaram a consciência que torna o estupro possível.

Alimentem os famintos, deem dignidade aos pobres e oportunidades aos menos afortunados. Ponham fim aos preconceitos que fazem as pessoas ficarem confusas e raivosas, com poucas perspectivas de um futuro melhor. Deixem de lado os seus tabus absurdos e as restrições que dizem respeito à energia sexual - em vez disso, ajudem as outras pessoas a compreenderem o seu milagre, e a canalizá-la corretamente. Façam essas coisas e terão dado um grande passo na direção do fim do roubo e do estupro.

Os acidentes acontecem porque acontecem.

Eu lhes digo: Não existe coincidência, e nada acontece "por acaso". Vocês atraem para si todos os eventos, para poderem criar e experimentar Quem Realmente São. Todos os verdadeiros Mestres sabem disso. Este é o motivo pelo qual ficam imperturbáveis diante das piores experiências da vida (como vocês as definiriam).

Os grandes mestres de sua religião cristã entendem isso. Sabem que Jesus não ficou perturbado com a crucificação, mas a esperou.

Ele poderia tê-la evitado, mas não a evitou. Poderia ter interrompido o processo em qualquer ponto. Tinha tal poder. Porém, não fez isso. Permitiu-se ser crucificado para ser a salvação eterna do homem. Vejam, disse Ele, o que posso fazer. Vejam o que é verdade. E saibam que também farão essas coisas e muitas outras. Eu não disse que são deuses? Mas vocês não acreditam. Se não puderem acreditar nisso, acreditem em si mesmos e em Mim.

A compaixão de Jesus era tanta que Ele implorou por um modo - e o criou - de causar tamanho impacto no mundo que todos poderiam ir para o céu (realização pessoal) - se não de outro modo, através Dele. Porque Ele venceu o sofrimento e a morte. E vocês podem fazer o mesmo.

O maior ensinamento de Cristo não foi que vocês terão vida eterna, mas que têm; não que terão fraternidade em Deus, mas que têm; não que terão tudo que pedirem, mas que têm.

Eu disse para vocês quais são todas elas, desde o início dos tempos. Repetidamente. Eu lhes enviei um mestre após o outro. Vocês não ouvem os meus mestres. Vocês os matam.

Porque eles se opõem a todos os seus pensamentos que negariam a Mim. E vocês negam a Mim quando negam a si mesmos.

Jesus fez isso regularmente. Entendeu como manipular energia e matéria, como rearranjá-las, redistribuí-las e controlá-las totalmente. Muitos Mestres sabiam disso. Muitos sabem agora. Você pode saber. Neste exato momento.

Esse é o conhecimento do bem e do mal que Adão e Eva partilharam. Só pôde haver vida como vocês a conhecem depois que eles compreenderam isso.

Adão e Eva - os nomes míticos que vocês deram ao Primeiro Homem e à Primeira Mulher - foram o Pai e a Mãe da experiência humana.

O que tem sido descrito como a queda de Adão, na verdade foi o seu erguimento – o maior evento isolado na história da humanidade. Porque sem ele, o mundo da relatividade nunca existiria. O ato de Adão e Eva não foi o pecado original. Na verdade, foi a primeira bênção. Vocês deveriam agradecer-lhes do fundo de seus corações - porque sendo os primeiros a fazer a escolha" errada", produziram a possibilidade de fazer qualquer escolha.

Em sua mitologia vocês tornaram Eva a "má" – a tentadora que comeu o fruto do conhecimento do bem e do mal - e induziu Adão a fazer o mesmo.

Essa mitologia lhes permitiu tornar desde então a mulher a "ruína" do homem, o que resultou em todos os tipos de deturpação da realidade – sem falar nas visões distorcidas do sexo e nas confusões. (Como é possível sentir-se tão bem com algo tão ruim?).

Em resumo, os Mestres são aqueles que escolheram apenas o amor. Em todas as situações e em todos os momentos. Mesmo quando estavam sendo mortos, amavam seus assassinos. Mesmo quando estavam sendo perseguidos, amavam seus opressores.

Não existem coincidências no universo.

Texto extraído do livro CONVERSANDO COM DEUS I - Neale Donald Walsch

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