quinta-feira, 10 de abril de 2014

CULTO EVANGÉLICO DE MATAR

Fiz recentemente uma matéria que está nessa página da LITÁURICA, com o título “Rock´n Rio”. Referia-me a uma notícia que um jornal de Campinas publicou, sobre a denúncia de uma mulher que prestou queixa na delegacia, alegando ter sido espancada quando praticava um culto evangélico daquela cidade. Um jornalista foi encarregado de fazer uma matéria sobre o assunto e foi participar de um culto naquele local também e depois relatou o que viu.
Escreveu que essa igreja foi montada numa sala onde havia um velho cinema no centro de Campinas, onde passaram muitos filmes pornôs e que funcionou até pouco tempo atrás, mas isso não é novidade porque se conhece que essas igrejas se expandem assim, onde há pessoas que até compram franquias e se improvisam pastores para abrirem esses locais. Acontece isso em todas as cidades, e não só no Brasil, onde muitos se improvisam pastores, circundando-se de obreiros para atender aos desprovidos que vão participar desses cultos.
O jornalista foi assistir a função de lá e encontrou 1.350 pessoas e vários pastores participavam, auxiliados por 300 ajudantes bem robustos chamados de obreiros.
Os pastores ativavam as cantorias, falavam aos presentes, falando do diabo e execrando o “Rock´n Rio”, exaltavam e ativavam a histeria, e os obreiros tratavam das pessoas que se influenciavam, aplicando safanões para afastar o “coisa ruim”, num ritual que já é bastante conhecido nessas manifestações, chamadas de fé renovada.
Enfim, no final do culto, todos os 1.350 fiéis presentes receberam dois envelopes vazios, para entregar na saída, um para o dízimo do mês e o outro com R$ 50,00, como taxa de participação obrigatória. Daí vamos fazer umas contas? Numa cidade daquele porte, devem fazer vários cultos por dia, por semana e por mês. Mas vamos considerar um só culto, só aquele, fazendo alguma proporção. 1.350 pessoas vezes R$ 50,00 cada uma dá uma valor total de R$ 67.500,00, líquidos e isentos de impostos. E agora vou fazer uma simples comparação...
Na Mesa da LITÁURICA de Interlagos, realizam-se sessões de tratamento três vezes por semana, mas duas basicamente são aquelas de maior número de pessoas, em que podemos ter uma média de 60 pessoas, pois não se trata de culto, mas tratamentos. As pessoas vão por certo tempo e para livrar-se dos problemas da aura, provocados pelos antigos condicionamentos religiosos. Às vezes se opera até com cem pessoas e com poucos ajudantes. Mas façamos uma média de 60 pessoas, vezes 8 sessões por mês, vezes 7 anos e meio, vezes R$ 50,00 e teríamos R$ 1.987.500,00. Sem contar os dízimos, já seria um bom dinheiro, etc.
Mas, na LITÁURICA, se considera basicamente o conceito Deus e Mamon e o termo igreja já representa o que não pode ser misturado com Deus, e evidentemente na LITÁURICA visam-se outros resultados. Consideram-se os tratamentos e não o faturamento, pois lá nunca se cobrou nada, trataram-se quase 50.000 pessoas e ninguém foi chamado para pagar dízimo nenhum.
Quando comecei, fui tentado, pois podia ganhar muito dinheiro, como escrevia nos meus livros. Fui à Itália fazer pesquisas sobre as fotografias da aura, e lá, bem como no Brasil, já enxergava que em todos os lugares onde seguem o catolicismo, a bíblia ou aquilo que disso foi derivado e copiado, existiam os mesmos problemas básicos, que podem ser ativados com o fanatismo, como os explorados por essas novas igrejas e pelos sacerdotes carismáticos.
Na Itália, para fazer um tratamento desses, que a LITÁURICA realiza aqui gratuitamente, podia cobrar até $ 10.000,00, que é o preço que lá, muitos médiuns, chamados de magos ou videntes, cobram, porém sem grandes resultados, pois podemos ver que recentemente um italiano famoso, filho de um grande industrial se suicidou, por ser portador desses problemas, demonstrando assim, que só o dinheiro, a igreja e a bíblia não resolvem.
E se a gente quisesse fazer dinheiro nisso, explorando o simples fenômeno da incorporação, colocando os médiuns para trabalhar como pastores, eu poderia ter feito isso há muito tempo e com grandes faturamentos, pois se a LITÁURICA fosse um negócio, com aquilo que nela se representa poderia acumular grande fortuna, pois eu fui nomeado pela espiritualidade também para representar a igreja, só que deveria fazer uma grande guerra e colocar irmão contra irmão, pai contra filho, para fazer outra estrutura de poder igual a essa igreja que já temos. E que vantagens haveria nisso? Só material e meu, pois para fazer uma nova igreja, tanto vale deixar aquela que está aí, pois o que está errado é a ideia de igreja como casa de Deus, ou seguir o padre, pois nos dias de hoje é como achar que outro possa respirar por nós.
Pois assim não haveria necessidade de fazer pesquisas e escrever novos livros. A bíblia já tinha um grande marketing em cima dela e todos conhecendo Jesus e Maria, sua mãe, podia encaixar muito bem João, o Batista, como novo mediador diante do deus da compaixão da moda do padre. Era só continuar nessa senda que choveriam milhões. Porém, precisavam me chamar para fazer isso? Já que há tanta gente que já fez e continua fazendo?
Chamaram-me para “corrigir o abuso que o homem tinha cometido sobre a religião na Itália, e fazer com que esta correção fosse se espalhar pelo mundo a fora”, e esse abuso é a igreja, o templo, a mesquita, a sinagoga e a própria bíblia. E se fosse me deixar atrair para só ganhar dinheiro nisso, depois iria esconder a minha picaretagem a onde?
Luigi
15/04/2001
Do livro: RECORTES LITÁURICOS – Legiões Litáuricas

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