O fanatismo consiste numa fé ardente, mas privada da razão, e deve ser considerado como uma doença do espírito. É uma doença subordinada, na sua cura, ao tempo para evoluir, pois a fé verdadeira jamais se separa da razão, do entendimento e da clareza.
Seja qual for a causa diretriz do desenvolvimento, esta é sempre o resultado de estudos e lutas esclarecedoras. A verdadeira fé é o prêmio de todos os espíritos anciãos, cujo adiantamento intelectual se desenvolveu nos tempos e não se vê oprimida pela decadência moral de falsos conceitos ou contextos vazios, preenchidos pelo fanatismo.
A Lei Geral é princípio de direito individual, baseado na emancipação deduzida de uma criação inteligente.
A imortalidade é consequência de perfectibilidade. Mas nós exibimos o espírito humano ao desprezo das grandezas universais porque aprovamos e praticamos o homicídio, o suicídio, o estupro, a violência, o roubo, o abuso.
A família humana, nestes particulares, ultrapassa todos os erros da razão quando se afirmam estes direitos. Deus, árbitro soberano dos espíritos, concede ao homem um corpo como instrumento, que se conserva por mais ou menos tempo, segundo a direção que lhe é impressa pelos espíritos e o lugar habitado, e ele interfere nisso.
Vis assassinos. Defensores de causas maléficas. Delinquentes endurecidos. Estes hão de permanecer perturbados, aterrorizados pela perseguição do mundo espiritual, e é só a expiação voluntária que lhes é levada em conta como atenuante. Pobres ignorantes! Hão de penar, vegetar, entre inquietações e indecisões, até que apareça uma luz distante. Quem mandou interferirem? Seria melhor amarrar lhes ao pescoço uma destas mós de asno (de moinho que o asno fazia virar) e jogá-los ao mar? Não! Se os violentos e os assassinos soubessem, oferecer se iam à mó para serem esmigalhados, antes de participarem do crime. Sofreriam muito menos.
Assim é a justiça de Deus. Ela levanta os culpados, ordena as emancipações, mas levando em conta os sofrimentos, o trabalho de regeneração, de vida em vida. Justiça de Deus! A justiça dos homens, que ainda decreta a morte com o sentimento do dever cumprido, se apoia na mentira ao invocar a Deus para matar, pois resulta sempre em assassinatos, consequente aos instintos da natureza bestial do homem, qualquer que seja a natureza da crença religiosa que alardeia.
Em todos os casos de sangue derramado deliberadamente com a fria determinação de uma inteligência humana, a pena de Talião é aplicada inexoravelmente, até alcançar o sentimento de inferioridade e as explosões de vaidade e orgulho, castigando os culpados com terríveis penas. É preciso se lembrar disto, quando se veem os que vivem juntos nas massas sofredoras e os que realizam grandes obras de resgates, renunciando às honras, com minorações, sofrimento, amenizado só pelos sentimentos de altruísmo, pois seguem uma ação de resgate espiritual, longa, terrível, de causa e efeito.
O espírito eleva se rapidamente no estudo das leis eternas, devido a uma morte imposta violentamente, mas quando esta morte não tiver sido termo de uma vida manchada pelo homicídio, pois o direito de morte só pertence a Deus, e não pode ser meio para uso de nenhum ser humano, nem para si próprio. O direito de assassinato não pode existir, e a pena de morte é um insulto ao Criador.
As guerras que inundam de sangue a Terra constituem a negação dos princípios divinos, e o Deus dos exércitos, o Deus ciumento e terrível, é, ao mesmo tempo, uma demonstração asquerosa e satânica de espíritos em total delírio.
O destino e o futuro de cada um apoiam-se no seu passado. A luz que brilha da ciência espiritual é a guardiã das forças humanas para que se persevere nas atividades e no heroísmo do espírito, mas não pode determinar uma violação da lei para quem quer que seja a quem a matéria seja obstáculo. - (do livro O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁTURICA)
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