quarta-feira, 6 de julho de 2011

PELO FRUTO CONHECEREIS A ÁRVORE

Não confundais os atributos de Deus com as fraquezas de vosso caráter. Não pretendais levar ao infinito o que é só filho do reduzido papel que desempenhais na limitadíssima vida terrestre.

Não, Deus não se curva perante nenhuma lisonja, não tem parcialidade e não faz exceções. Suas leis são cósmicas, eternas e imutáveis, e é tal a Sua estrita justiça que cada obra, cada esforço, toda a intenção tem como consequência o que há de ser: - seu próprio prêmio ou seu próprio castigo.

Grande e meritório teria sido o sacrifício dos mártires se esse sacrifício tivesse sido previamente meditado, vivido, e com objetivo benéfico. Como aquele de Jesus que aceitou a morte e o calvário, mas não como perspectiva de um bem maior para si mesmo, o qual naquela hora nem sonhava, porém na completa certeza e plena consciência de que unicamente nela repousava a probabilidade do triunfo de Sua doutrina, naqueles tempos.

Muitos creem, em sua simplicidade, que a martirização devia necessariamente aguardar a felicidade no além, mas é errado acreditar que a lei divina possa sofrer transgressão pela temeridade dos que, por meio de influências do momento, entregam sua cabeça ao verdugo, ou seu corpo aos tormentos ou às feras.

Acreditais, por acaso, que a eterna justiça de Deus há de curvar se à sedução dos que se dizem Seus campeões, pela defesa que proclamam fazer a Seu culto? Oh! Não! Estas leis não premiam o fanatismo, e isto é fanatismo, pois tomara que fosse tão o simples.

Somente tempo, e a volta à vida em outros corpos e outras histórias conseguirão apagar por completo a perniciosa obsessão, fanática, em que o prêmio a esta não é consequente da aceitação de tabus, ou de ideias não perfeitamente compreendidas.

Aquele que aceita as provações da vida, tem de aceitá-las como formas de pagamentos de dívidas cármicas e pelo próprio progresso, mas aquele que as aceita como sofrimento dedicado a Jesus, não entendeu nada do Seu ensino, e isto deriva somente de um inútil fanatismo religioso.

A natural simpatia O coloca ao lado do seguidor da Sua doutrina e ao lado dos fracos e perseguidos, e a Sua dor é intensa ao contemplar o martírio dos que sofrem e morrem em Seu nome, porém essa não é a virtude dos Seus ensinamentos.

Ser verdadeiramente forte, sim, e ser mais forte ainda nas boas obras, mas estas boas obras são as vidas vividas em favor do trabalho consciente, evolutivo, e na formação de uma boa sociedade.

Preferir a morte antes de manchar a consciência com más ações, sim, porém em termos figurados. “Nunca perder a vida, este dom precioso que foi dado a cada um para o seu progresso, pelo descuido ou capricho da palavra”.

Este é um grave erro que faz das vítimas novas vítimas, no espaço onde estas reconhecerão o erro cometido, pois esta é simplesmente uma expressão forte contra uma ação má, ainda assim, é preferível ser morto a matar.

O progresso espiritual é a fé que vem de Deus, e a fé que a Ele vai. O fanatismo é a fé que vem dos homens, e que entre eles fica.

Representando este traço, certamente não se alimenta a ideia de chamar alguma forma de atenção, senão a de proporcionar contextos, de uma reflexão profunda, sobre os ensinos e não tendo mais que um propósito, que é o de converter os homens para um mundo bem melhor. - (do livro O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)

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