Tanto o pai quanto o filho deleitaram-se com a discussão sobre a
ciência, que aconteceu no albergue, certa noite, entre Jesus e um filósofo
grego. Depois desse formalista ter falado por quase três horas e de ter
terminado o seu discurso; eis, numa forma moderna, o que Jesus disse:
Os cientistas podem medir, algum dia, a energia ou as
manifestações da força, da gravitação, da luz e da eletricidade; mas esses
mesmos cientistas nunca poderão (cientificamente) dizer-vos o que são
esses fenômenos do universo. A ciência lida com as atividades da
energia-física; a religião lida com os valores eternos. A verdadeira filosofia
surge da sabedoria que faz o seu melhor para correlacionar essas observações
quantitativas e qualitativas. Existe sempre o perigo de que o cientista
puramente físico possa ser afligido pelo orgulho matemático e o egocentrismo
estatístico, sem mencionar a cegueira espiritual.
A lógica é válida no mundo material, e a matemática é confiável
quando limitada às suas aplicações às coisas físicas; mas nem uma nem a outra
devem ser consideradas como totalmente dignas de confiança, nem infalíveis,
quando aplicadas aos problemas da vida. A vida abrange fenômenos que não são
integralmente materiais. A aritmética
diz que, se um homem pode tosquiar uma ovelha em dez minutos, dez homens podem fazê-lo
em um minuto. Isso é o que diz a matemática pura, mas não é a verdade, pois os
dez homens não o poderiam fazer; eles entrariam um na frente do outro tão
confusamente que o trabalho seria retardado em muito.
As
matemáticas afirmam que, se uma pessoa representa uma certa unidade de valor
moral e intelectual, dez pessoas representariam dez vezes esse valor. Mas, ao
lidarmos com a personalidade humana, estaríamos mais próximos da verdade se
disséssemos que uma tal associação de personalidades é uma soma que se iguala
muito mais ao quadrado do número das personalidades, envolvidas na equação, do
que à simples soma aritmética. Um grupo social de seres humanos trabalhando em
harmonia coordenada representa uma força muito maior do que a soma simples das
suas partes. (Texto Extraído do "O LIVRO DE
URÂNTIA", págs. 1477 a 1478)
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