terça-feira, 17 de abril de 2012

A VERDADE E A FÉ

A verdade não pode ser definida com palavras, apenas vivendo-a. Verdade é sempre mais do que conhecimento. O conhecimento é pertinente às coisas observadas, mas, a verdade transcende esses níveis puramente materiais, no sentido em que ela se harmoniza com a sabedoria e abrange coisas imponderáveis tais como a experiência humana e, mesmo, a realidade espiritual e viva. O conhecimento tem origem na ciência; a sabedoria, na verdadeira filosofia; a verdade, na experiência religiosa da vida espiritual. O conhecimento lida com os fatos; a sabedoria, com as relações; a verdade, com os valores da realidade.
O homem tende a cristalizar a ciência, a formular a filosofia e a dogmatizar a verdade, porque ele é mentalmente preguiçoso para ajustar-se às lutas progressivas da vida, e ao mesmo tempo ele tem também um medo terrível do desconhecido. O homem natural é lento para dar início às mudanças dos seus hábitos de pensar e das suas técnicas de viver.
Nunca há conflito entre o verdadeiro conhecimento e a verdade. Pode haver conflito entre o conhecimento e as crenças humanas, crenças matizadas pelo preconceito, distorcidas pelo medo e dominadas pelo pavor de encarar os fatos novos da descoberta material ou do progresso espiritual.


A verdade, contudo, nunca pode tornar-se uma posse do homem sem o exercício da fé. E isso é verdade porque os pensamentos, a sabedoria, a ética e os ideais do homem nunca se elevarão mais alto do que a sua fé, a sua esperança sublime. E toda essa fé verdadeira é baseada na reflexão profunda, na autocrítica sincera e na consciência moral descomprometida. A fé é a inspiração da imaginação criativa impregnada pelo espírito. (Texto Extraído do "O LIVRO DE URÂNTIA", págs. 1460 a 1461)

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