Em essência e com frases modernas, Jesus disse a Ganid:
O nível mais elevado até o qual uma criatura finita pode progredir é o reconhecimento do Pai Universal e a consciência do Supremo.
Uma pessoa, de apenas um olho, nunca pode esperar visualizar a profundidade em perspectiva. Nem pode o cientista materialista, de um único olho, nem o místico e o alegorista espirituais, também cegos de um lado, visualizar corretamente e adequadamente compreender a profundidade verdadeira da realidade do universo. Todos os valores verdadeiros da experiência da criatura estão ocultos na profundidade do reconhecimento.
Apenas em questão de grau o homem possui mente acima do nível animal, à parte as ministrações mais elevadas e quase-espirituais de intelecto. Portanto, os animais (não sabendo adorar nem possuindo sabedoria) não podem experimentar a supraconsciência, ou a consciência da consciência. A mente animal somente é consciente do universo objetivo.
O olho da mente material percebe um mundo de conhecimento factual; o olho do intelecto espiritualizado discerne um mundo de valores verdadeiros. Esses dois pontos de vista, sincronizados e harmonizados, revelam o mundo da realidade, no qual a sabedoria interpreta os fenômenos do universo, em termos da experiência pessoal progressiva.
O erro (o mal) é a penalidade da imperfeição. As qualidades da imperfeição, ou os fatos da má-adaptação, revelam-se no nível material, pela observação crítica e pela análise científica; e no nível moral, pela experiência humana. A presença do mal se constitui em prova das imprecisões da mente e da imaturidade do eu em evolução. O mal é, portanto, também uma medida da imperfeição de interpretação do universo. A possibilidade de cometer erros é inerente à aquisição da sabedoria: o esquema de progredir do parcial e do temporal até o total e eterno, do relativo e imperfeito ao final e perfeito. O erro é a sombra do incompleto-relativo, que deve necessariamente cair sobre a senda ascendente do homem no universo, até a perfeição do Paraíso. O erro (o mal) não é uma qualidade real do universo; é simplesmente a observação de uma relatividade, na inter-relação entre a imperfeição do finito incompleto e os níveis ascendentes do Supremo e do Último.
O mal é um conceito de relatividade. Surge da observação das imperfeições que sobressaem na sombra projetada por um universo finito de coisas e seres, à medida que tal cosmo obscurece a luz viva da expressão universal, das realidades eternas do Único Infinito.
Os conceitos estáticos invariavelmente atrasam a ciência, a política, a sociedade e a religião. Os conceitos estáticos podem representar um certo conhecimento, mas são deficientes de sabedoria e desprovidos de verdade.
(Texto extraído do "O LIVRO DE URÂNTIA", pág. 1434 a 1437)
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