domingo, 13 de março de 2011

A GAIOLA

Vimos, até aqui, uma parte da história ligada à continuação do império idealizado por Constantino, em que se passaram séculos e séculos de obscurantismo espiritual, com o intelectualismo, mantido por este imperialismo, cúmplice dos poderes temporais. Examinando os resultados, parece até que a humanidade tenha sido abandonada por Deus. Mas não é assim, pois é suficiente fazer uma pequena reflexão para compreender que a humanidade toda está simplesmente presa numa gaiola, uma gaiola que ela mesma criou para si, sofrendo, porém, as suas consequências, subordinadas às leis físicas e da metafísica, inalteráveis.

Para ter uma ideia disso, é suficiente examinar o ciclo de uma gota de água: - evapora consumida pelo calor, dando início daí, também, ao seu ciclo contínuo da vida. Entrando na umidade do ar, sobe até encontrar as temperaturas mais frias, adensando-se lá em forma de nuvens, para voltar a Terra em forma de chuva. Este processo de regeneração é tão conhecido por todos que, não é preciso que seja mais detalhado. Porém, são poucos que veem nisso a solução do mistério da vida, da morte, da vida espiritual, e do renascimento. Tudo de forma simples, natural, como manda a lei da física, com nada mais de misterioso.

E a física nos ensina ainda que, a partir da sua criação, este planeta pode esconder em suas profundezas, mas nunca perdeu sequer uma gota de água neste processo de regeneração. Isto diz a Ciência e nós, aqui, consideramos somente uma pequena observação:- deve-se descontar, desse volume inicial, a quantidade que, eventualmente, os astronautas ou viajantes do espaço tenham levado nas viagens que fizeram fora da estratosfera, no caso em que a tenham despejado nos lugares visitados.

Este conceito da água aplica-se perfeitamente à vida, quando se vê a molécula da água, porém indivisível não como a água, mas como sendo uma unidade espiritual. E ainda considerando que sem estas duas unidades, que se combina com a massa de protoplasma, que constitui o corpo humano na sua base, este não existiriam e não seria possível este processo biológico, conhecido como vida inteligente. Neste contexto, a água segue o seu processo de regeneração num único padrão, natural e geral; a unidade espiritual é um complexo de células funcionais, mas devem ter uma só personalidade, quando sejam imantadas pelo mesmo espírito. Apesar de ser uma composição, que deve formar o conjunto da sua aura, a sua evolução se exprime na sua unicidade espiritual e na individualidade do corpo etéreo áurico.

Quando todas as células, vibram na mesma frequência se atraindo e operando, evidenciam os traços do mesmo carma, pois todas são portadoras da mesma carta esotérica. Separam-se às vezes, operando de forma diferente quando sofrem ou fazem atuações espirituais externas, pois aí podem atuar, ao mesmo tempo, em várias pessoas, mas ficam submetidas às regras da possessão e às mesmas regras individuais da regeneração, que num contexto geral, são iguais àquelas da água. No decorrer da vida desgasta-se o biológico. No final da vida, a unidade espiritual, que é energia, separa-se da matéria e se liberta do corpo em função da morte e, livre, recompõe-se numa análise do feito, mal feito, não feito, que comportará todas as ações que deverão ser realizadas para corrigir os erros cometidos, onde se formará a sua evolução ou o seu Carma, que funciona de forma igual ao vento, regulando o retorno, numa forma mais ou menos veloz, mas onde subirá para depois recair, onde este vento determinar.

Cairá assim uma vez para cá e outra para lá. E, como uma gota de água, irá poluir-se conforme o ambiente em que cair, e falará a língua do ambiente, e viverá de acordo com ele, e isto acontecerá tantas vezes quantas forem necessárias para sair desta regra que, por isso, vem a determinar-se como elementar. Que seja uma vez um poderoso e outra vez um analfabeto, que fale esta ou aquela língua, isto não fará a mínima diferença, pois não será isso que elevará o seu senso esotérico, mas sim o ambiente e as diferenças das situações a viver, as discriminações, as dificuldades, que forçarão o seu desenvolvimento, que acontecerá e será amadurecido pelo sofrimento e pelas provas superadas. Deverá nisso, porém, encontrar uma evolução espiritual; em outro caso, subirá somente para cumprir cada ciclo, mas, antes ou depois, cairá de novo, e, como a água, neste contexto não será perdida uma só gota. E porque não mais estamos fazendo parte de um planeta de expiações e provas, os sentimentos aqui desenvolvidos servem para o espírito evoluir, e haverá a regressão do espírito de quem não se esforçar para se corrigir, onde voltaremos tantas vezes quantas forem necessárias para a evolução do nosso espírito.

Esta evolução esotérica é fácil de medir, mas é difícil de ser obtida: - é a sensibilidade, a generosidade, o senso do humanismo e o desapego dos valores materiais. E não se pense em termos de nuvens, ou campos de energias, onde iriam acumular-se as experiências e os méritos na formação das elites espirituais, pois, ao contrário, até pode-se considerar que alguém possa ser iluminado por esta Luz que existe há muito tempo e vem do espaço. Mas estes são méritos diferentes, são os produtos de vidas vividas e sofridas, pois na situação real é que se está num mundo de provas, de onde não se sairá senão num contexto de superioridade real. Pois, a esta altura, é necessário não se perder e não se fazer dirigir pelos outros. Não esperar nem anjos e nem harpas, mas querer sair e fazer o que for preciso para isso, pagar as dívidas e sujeitar-se à “Ordem Superior”.

Aí será a exceção que foge à regra e, igual à cápsula dos astronautas, irá pelas Glórias Superiores. Mas até lá, todos aqueles que formam o orbe deste Planeta, estarão presos na mesma gaiola, onde cada erro terá de ser compensado, e a evolução final, “é só pela palavra de Deus e pelo testemunho do Cristo”.

Do livro: O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA

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