terça-feira, 22 de março de 2011

A IRA DE DEUS


Havia em Jerusalém, assistindo às festividades da Páscoa, um certo Jacó, um rico comerciante judeu de Creta; e ele veio até André e pediu para ver Jesus a sós. André arranjou esse encontro secreto com Jesus, na casa de Flávio, para a noite do dia seguinte. Esse homem não pôde compreender os ensinamentos do Mestre, e tinha vindo porque desejava inquirir mais completamente sobre o Reino de Deus. E Jacó disse a Jesus: “Mas, Rabbi, Moisés e os velhos profetas nos dizem que Yavé é um Deus ciumento, um Deus de muita ira e de forte raiva. Os profetas dizem que ele odeia os malfeitores e se vinga daqueles que não obedecem à sua lei. Tu e os teus discípulos nos ensinais que Deus é um rei, um Pai cheio de compaixão, que ama tanto a todos os homens e que os acolheria no seu Reino do céu, o qual tu proclamas estar perto e à mão”.

Quando Jacó acabou de falar, Jesus respondeu: “Jacó, tu acabaste de expor muito bem os ensinamentos dos velhos profetas, que instruíram aos filhos daquela geração de acordo com a luz da época deles. O nosso Pai no Paraíso é imutável. Mas o conceito da sua natureza ampliou-se e cresceu desde os dias de Moisés até os tempos de Amós e mesmo até a geração do profeta Isaías. E agora eu vim, na carne, revelar o Pai, na nova glória, e mostrar o Seu amor e a sua misericórdia a todos os homens, em todos os mundos. Quando o evangelho deste Reino disseminar-se pelo mundo, com a mensagem de coragem e boa vontade a todos homens, surgirão melhores relações entre as famílias de todas as nações. Com o passar do tempo, os pais e seus filhos amar-se-ão mais uns aos outros; e assim será gerada uma melhor compreensão do amor do Pai no céu pelos Seus filhos na Terra. Lembre-se, Jacó, que um pai bom e verdadeiro não apenas ama a sua família, como um todo – como uma família – mas ama também e verdadeiramente se importa com afeto com cada um dos seus membros individuais”.

Depois de uma discussão considerável sobre o caráter do Pai celeste, Jesus fez uma pausa e disse: “Tu, Jacó, sendo pai de muitos filhos, sabes bem a verdade das minhas palavras”. E Jacó disse: “Mas, Mestre, quem te disse que sou pai de seis filhos? Como soubeste disso a meu respeito?” E o Mestre respondeu: “Bastaria dizer que o Pai e o Filho sabem de todas as coisas, pois de fato eles a tudo vêem. Amando os teus filhos como um pai na Terra, tu deves aceitar como uma realidade o amor do Pai celeste por ti – não só por todos os filhos de Abraão, mas por ti, pela tua alma individual”.

Então Jesus continuou dizendo: “Quando os teus filhos são muito jovens e imaturos e tu tens de castigá-los, eles podem achar que talvez o pai deles esteja com raiva e tomado por uma ira ressentida. A imaturidade deles não os deixa penetrar além da punição, para que possam discernir a afeição previdente e corretiva do pai. Contudo, quando esses mesmos filhos tornam-se mulheres e homens crescidos, não seria uma tolice que eles se ativessem à noção anterior, concebida erradamente, sobre o seu pai? Como homens e mulheres eles deviam agora discernir o amor do seu pai, em todas aquelas ações disciplinares. E não devia a humanidade, com o passar dos séculos, vir a compreender melhor a verdadeira natureza e o caráter amoroso do Pai no céu? Que proveito podes ter das gerações sucessivas de esclarecimento espiritual, se persistires em ver Deus como Moisés e os profetas O viam? Eu te digo, Jacó, sob a luz brilhante desta hora, tu deverias ver o Pai como nenhum daqueles, que vieram antes, jamais O contemplaram. E vendo-O assim, tu deverias rejubilar-te por entrares no Reino onde esse Pai, tão misericordioso, governa, e tu deverias buscar ter a vontade do amor Dele dominando a tua vida, daqui por diante”.
E Jacó respondeu: “Rabbi, eu creio; eu desejo que tu me conduzas ao Reino do Pai”.
(pág. 1598) do livro: URANTIA – Parte IV A VIDA E OS ENSINAMENTOS DE JESUS.
O negrito ficou por nossa conta, por julgarmos mais importante e vir de encontro ao que é pregado na LITÁURICA.

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