Quem não fica com pena ao deparar-se com uma criança carente na rua? E dessas que pedem esmolas no farol? São os trombadinhas da rua, sempre tensos, sempre prontos a caçar ou serem caçados, como bichinhos. A nossa moral nos ensina a cuidar disso ajudando com uma esmola, ou uma preferência, se fazem ou vendem alguma coisa. Não as vemos como um problema social que implica em responsabilidades e culpas comuns, onde um dia, seremos chamados a responder. Não! Preocupamo-nos pouco com isso.
Há crianças esforçadas, boazinhas, no meio destas, que enxergamos ao máximo com simpatia. Como há com raiva e infelizes pela situação em que vivem, sem entender a razão das diferenças que devem suportar ao comparar-se com muitas outras crianças que vão à escola, têm roupas bonitas, brinquedos, tênis, quando elas estão descalças, são revoltadas, não entendem e nós também não entendemos, achamos que alguns têm falta de sorte na vida.
Há quem, fazendo parte deste meio, consegue até emergir para tornar-se uma pessoa de sucesso na vida, apesar de que a maioria se perca na violência, no embrutecimento, na droga, no álcool, sempre pelo nosso desinteresse, alguns conseguem emergir daí, e nisso há casos que realmente não compreendemos bem porque acontecem estas diferenças.
E há muitos que, deste meio, quando conseguem uma posição na vida não se lembram mais, até esquece os que não foram para frente. Há muitos destes, sempre por culpa dos que existem, um pouco em todas as camadas da sociedade, que lhe dão o exemplo de serem pessoas que só sabem viver para elas mesmas. Dão-lhes um mau exemplo porque parece que vivem um ritual, querem para si tudo o que é de melhor e a qualquer preço. A sociedade e a mídia lhes ensinam isso, porque o que mais se valoriza é a vida, pois ao perdê-la muitos acham que não há mais nada. Assim, a maioria não conhece que há muito mais para se alcançar na vida além do poder, sucesso e o bem estar ilusório, porque assim fazendo estão se preparando simplesmente a uma futura predestinação, porque ao morrerem irão renascer na consequência do que antes fizeram, onde muitos com somente aquilo que valorizaram poderão voltar a viver na rua.
É sem dúvida uma boa moral, não é? Porém, há um consolo nisso, Jesus disse: - “felizes os humildes, os pobres, os que sofrem, porque deles é o reino dos céus”, deixou outra também, que diz: - “que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que, um rico passar pela porta do céu”.
Sempre coisas de dois mil anos atrás, e que ainda não aprendemos porque ainda perseguimos a fortuna na terra, o poder, e ter dinheiro se torna sempre mais importante do que não ser mais atentos para o que nos rodeia. Pensar mais e tentar descobrir porque voltamos a nascer.
Queremos ser poderosos, mandar nos outros, prevalecer, dominar, e não enxergamos a nossa provisoriedade e o nosso futuro, onde num minuto podemos ser chamados a recomeçar tudo novamente, e por poderosos que sejamos, será na proporção de maior altura, maior tombo.
Porque não nos perguntamos à razão de termos a Internet, o computador e o telefone celular pendurado no bolso, se não consideramos que todas as histórias de fantasmas que conhecemos se referem sempre a personagens de sucesso, que não se adaptaram a morte física e as suas novas condições, eles se achavam os donos do mundo, tinham fama, poder, grande fortuna e propriedades, e num instante tudo terminava e descobriam que para renascer só lhes restava a rua e quem sabe, de que ínfimo lugar do mundo.
Quando será que as pessoas começarão a sair deste atraso? Do letargo espiritual onde estão vivendo? Sempre esperam que alguém lhes faça os milagres, porque não tentam crescer? A reencarnação hoje não precisa de maiores provas, o espiritismo é até uma tradição nesta terra, e quem são os fantasmas que o rodeiam? Se não os espíritos de gente que perderam a vida, mas não a raiva de ter na vida errado tudo? Pessoas que não fizeram bom uso da vida e hoje se apegam aos coitados que lhe devem dar passagem mediúnica, porque ainda há outras histórias a considerar! Pois há muitos que não conseguem perdoar e outros que não podem deixar o que perderam neste mundo. E quantos são que se perderam no astral? Faz tempo que a coisa anda assim, mas o que mudou? Nada, apesar de mostrar que estes falecidos, vão a procura de uma saída incomodando os próximos, vão nas igrejas e tudo onde se pratica o espiritismo canônico, fazem até missas servidas por mães e pais de santo, e nisso, até o espiritismo Kardecista, que nasceu como uma esperança de luz, não foi a lugar nenhum.
Nisso há um remoinho de espíritos, antepassados, ancestrais a procura de uma saída, que não encontram, porque em vida correram atrás da felicidade, do sucesso, do dinheiro, do reconhecimento, da propriedade, e agora, as únicas alternativas que tem são as favelas, as áreas da fome, da seca, da rua, pois no passado de cada um desses, há devassidão e quanto maiores foram às fortunas, maiores serão os tombos.
Seis bilhões de pessoas no planeta entre os quais há quem usa, abusa, ganha dinheiro, e muitos passam a vida em alegria sem preocupar-se do próximo ou do social, morrerão certamente um dia e, voltarão um dia a viver aqui? Terão direito só naquilo que foi investido em vida anterior, a favor do próximo e do social como poderão trazer o progresso em que este planeta agora deverá ter? Culpa de um, culpa do outro, desta ou daquela religião, mas é basicamente falta de conhecimentos e consequência de um passado desperdiçado atrás dessas fantasias religiosas do passado e das suas promessas, tudo isso é inglório, é improdutivo, é o que simplesmente se refletirá no contexto da perda de tempo, e naquilo conhecido como das estrelas aos estábulos, só que os estábulos de agora serão verdadeiramente estábulos para muitos. - (do livro CARTILHA LITÁURICA das Legiões Litáuricas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário