sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O PERDÃO

Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Disse Pedro, sete vezes? Jesus lhe respondeu: "nem sete, nem setenta e sete vezes sete, perdoa sempre". Por que Jesus lhe falou isso? Porque quem não perdoa não reencarna. Pela lei de Talião lhe vem facultado cobrar a ofensa, pois é magnético e muita gente não sabe perdoar. Porque todos praticam a religião superficialmente. Porque poucos vivem a essência do ensino da lei do amor e a maioria confia a outros a sua evolução, achando que para isso seja suficiente cumprir as obrigações da, e na igreja. Pagar seu dízimo, ofertar pelas suas obras de caridade, cumprir o roteiro dos cultos, missas, romarias, procissões, participar das orações marianas dos terços, comungar, respeitar as suas festas etc. Só que este é um roteiro a cumprir para o fiel manter-se sobrecarregado, e não ter tempo para pensar na inutilidade de tudo isso. Isso tudo foi revogado pela obra do Messias, já fazia parte dos cultos pagãos anteriores, que foram recolocados no cristianismo apostolar, para neutralizar a própria doutrina do amor. Esta é para ser vivida, onde “é melhor ser morto do que matar”, e ainda em ofertar o outro lado da face, com o que o império romano não cresceria.

Havia necessidade de levar o povo para outros contextos e fizeram isso, pois a lei do amor veio a ser nominal “rezada” e imposta com a espada, para dominar os povos ocupados e manter na ordem o proletariado romano. Para isso montaram o cânone do novo testamento, seus rituais em volta do Deus vingador, que devia ser apaziguado com ofertas e orações constantes. Mas a finalidade da “Reforma Messiânica de Jesus o Nazareno”, era fazer de cada homem um emissário da paz e um sacerdote, e de cada lar um templo. Ela nos diz “Amar a Deus, ou rezar a Deus?”. Era cedo para isso, evidentemente o ser humano ainda não estava preparado, mas não saiu daqui também. Não evoluiu e tem muito carma para descontar. A lei do amor foi instrumentalizada, mas serviu para adiantar o seu momento intelectual e hoje se pode compreender o engano.

O ser dimensional encarna na Terra para progredir espiritualmente e, para conseguir isso, deve demonstrar o seu valor, realizando boas obras e fazendo da vida a sua melhor obra. Deverá então amar a Deus, isto é, aprender a descobrir Deus naquilo que está a sua volta, que é obra de Deus, aprender a valorizar o gênio de Deus na Natureza, no belo, e descobrindo a Sua beleza, integrar-se nela. Para isso deverá rezar? A obra dignifica o homem e uma boa obra é a sua participação no progresso comunitário, pois o pássaro canta, espalha a semente das árvores e controla a praga. Não é um bom exemplo? Não se preocupa e voa feliz porque sente que é útil. Se passasse a vida só cantando, não teria utilidade. Que importância teria só a oração do homem, diante da evolução? E na reencarnação receberia quase que nada em troca, pois cadê a sua utilidade? Muitas grandes personalidades do passado, que na vida só rezaram ou ganharam só dinheiro, não estão expurgando agora em grandes misérias?

Grandes construtores, que construíram só pelo dinheiro, hoje reencarnados, não podem entrar nas suas obras, nem pela entrada de serviço, e muitos ainda, ajudaram até a erguer santuários. E muitos, que realizaram grandes trilogias, que hoje não as entendem mais? Tem sentido isso? Será racional viver vidas de penalizações, para um minuto só de sucesso? É isso que o homem é chamado a ponderar agora, para passar pela Nova Era, e fazer parte de uma nova sociedade, que será composta por um novo ser, consciente de não fazer parte desta ou daquela religião, mas da criação. Mais uma estrutura, feita para progredir sempre, melhorando as condições de todos, por seus méritos e por igual. Onde cada um é chamado novamente para ser o sacerdote do seu lar. A viver os conceitos combinados e juntos, simultâneos, da lei de amor, “amar a Deus acima de tudo”, mas o Deus visto como o Todo da Natureza, do ar, da água, da luz, da terra e do Universo. Senhor das leis da vida, “da causa e efeito”, metafísicas, inquebrantáveis, que supervisionam para que seja cumprida a segunda parte, que diz “fazer aos outros aquilo que gostaríamos que os outros fizessem para nós”.

E onde cada um deve combinar-se a isso, trazendo a verdade, a harmonia, a paz, o esclarecimento onde precisa, o socorro da irmandade, sendo estas responsabilidades intransferíveis, como intransferível é a participação unitária, pela vida de cada um. E assim não adianta pagar dízimos na base da conversão, porque este trabalho deve ser feito por cada um que queira recolher os seus frutos. Nisso, cada um, plantando um pouco do que tem, terá sempre uma colheita para si, e poderá até doar um pouco do excesso que virá. Mas se descontar uma parte, para não cuidar disso diretamente, não terá retorno disso. - (do livro O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)

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