A
fé verdadeira jamais se separa da razão, do entendimento e da clareza. A fé
verdadeira é o prêmio de todos os espíritos anciãos, de muitas vidas vividas
com proveito, cujo adiantamento intelectual não se vê oprimido pela decadência moral
do fanatismo.
Efrain,
José, Elizabete, Andréa, Ana, Tiago, eram irmãos de Jesus. Matias, Cleofas,
Eleazar, eram irmãos de Jesus, consanguíneos, só por parte de Seu pai, José;
filhos do primeiro casamento dele. Tiago era irmão de Sua mãe, Maria. Entretanto,
Jesus era o apoio dos fracos, a doçura dos aflitos, o refúgio dos culpados e o
mestre de elevados ensinamentos para todos os homens.
“Os
homens são meus irmãos”, dizia, “e todos os meus irmãos têm direito ao meu
amor”. Mas, sua mãe e todos os seus irmãos diziam que Ele tinha perdido a razão.
Todos viviam preocupados com Ele, pois era sempre mais evidente n’Ele esta
postura que consideravam uma maluquice e ainda tremiam quando ele falava contra
os sacerdotes e suas imoralidades. Mas, a religião pura e simples de Jesus não
existe mais.
Com
faustos delirantes, distorções, mentiras, honras tolas e frias relíquias, essa
religião caiu ao nível das mais absurdas fábulas. As elevadas verdades,
ensinadas por Ele nas Parábolas, foram transvestidas e substituídas por
fantasias. Ele ensinou a oferecer o outro lado para, a qualquer custo, evitar a
lei do carma.
A
perdoar para quebrar a corrente do ódio, que impede ao espírito de progredir,
pois, quem não tem pecado, que atire a primeira pedra. Que a igualdade dos homens
foi ordenada por Deus, e que o mando pertence à virtude, isto é, à capacidade.
Que o espírito está acima da matéria e que este pertence a Deus.
Que
a esposa é igual ao esposo, nos direitos e responsabilidades, pois não existe a
escravidão na família de Deus.
De
expulsar do convívio aquele que se mancha com a infâmia, com o roubo, ou que
ultraja a justiça e a caridade.
De
caminhar entre as flores da harmonia, na elevação do amor e o respeito à
Natureza.
De jamais entrar em confusões de violências, intrigas e guerra.
De
oferecer a Deus, como prova de resgate, as provações da vida, os sacrifícios da
pobreza, porém, quando vividos com dignidade e bravura, e não com ócio, vício
ou aviltantes iniquidades.
De
não profanar o altar do espírito com o assassinato, com os sacrifícios profanos
e as superstições.
De
repartir os bens herdados. De praticar o bem como regra de vida.
De
reconciliar-se com o inimigo antes de recorrer a Deus.
Ensinou
a valorizar a vida, a paz, o amor, no qual o espírito possa encontrar o caminho
que conduza a Deus, mas numa forma clara e não num contexto dogmático ou
irracional, pois em todo o Seu ensino parabólico há um reflexo metafísico da
causa e do efeito. Nisso, ensinou que a fé não se impõe, porque há necessidade
de ser entendida nestes contextos e quem não a apresenta na forma certa, também
não a tem.
Que
a fé necessita de uma base que é a inteligência perfeita do que se deve crer e para crer, é indispensável coerência e linearidade, e o compromisso e a
intolerância também não entram no ensino, e que isso é simplesmente uma
demonstração de incertezas, mas não é fé.
Que
quando as chagas ficam a descoberto, é fácil vestir os caracteres das
revelações e dar aparência às predições rimbombantes, mas que isso faz só
transbordar a Sua indignação.
Que
a lei da perdição, a lei da conservação, os gozos materiais e espirituais, já
disputaram o Seu Espírito, e a temerária ousadia do justo jamais arrastou Jesus
para o ridículo, por isso deixemos que os Seus milagres durmam em paz.
Ele
não exaltava a vergonha, mas com rapidez a encobria e lhe estendia o véu
radiante da purificação.
Do Livro: O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA
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