Desde
tempos imemoriais, o culto divino é uma mistura de superstições, devoções
fanáticas e interessadas mentiras.
Desde
tempos imemoriais, existiram homens que demonstraram em nome de Deus, que a
razão deve submeter-se a todos os erros grosseiros do sentido intelectual, para
a edificação de tal ou qual outro contexto espiritual ou doutrina religiosa.
Desde tempos imemoriais, a força suprime o direito, a noite devora a luz e a
ajuda de Deus é invocada pelos assassinos e pelas trevas, mas Deus, porém é
imutável.
Novas sementes enchem o vácuo, a luz se reproduz no meio das trevas; e a vida é
gerada pela morte, a luz vitoriosa sobre a noite deposita sobre a superfície de
um mundo os vivos do Senhor, os lutadores das eternas verdades. Isto deve
suceder, isto sucede e chama-se progresso.
Toda a humanidade distancia-se do objetivo e se detêm indecisa, por determinado tempo. Porém, então, luzes repentinas lhes iluminam o caminho e o caminho
volta a ser reaprendido e a verdade sempre chega mais perto e se prepara para o
seu reino definitivo, sob os olhares e o apoio de Deus.
Que
os mundos formados para determinadas categorias de espíritos recebam outros
mais desmaterializados que os comporte, na sua generalidade e que as moradas
humanas abriguem, de tempos em tempos, luminosas inteligências, ou que as
provas carnais representem uma cadeia contínua de intermitência entre repousos
e espantosas catástrofes, que importa? Desde o momento que a justiça de Deus é
que resolve e é o Seu amor que dita a Sua justiça?
Que
importa, desde o momento que os Messias expressam o amor a Deus para todas as
inferioridades, que nos sofrimentos humanos “representam atos de reparação para
a justiça de Deus”?
Jesus
já o disse. E isso fustiga os poderes estabelecidos pelo esboroar das
consciências e castiga o abuso da força e encontrava em Si o maior patriotismo
da alma, para abater todos os despotismos, para compadecer-Se destes males que
provocaram as misérias da humanidade.
Mas, os inimigos de Jesus afirmavam que Ele havia atacado o dogma nisso e a unidade
de Deus e quando Jesus tornara indispensável o amor para combater esta
ignorância, sofria pela necessidade que tinham os homens de ampararem-se uns
nos outros. Acaso o amor não protegia os interesses do pobre, assim como
defendia o rico contra os insensatos desejos de igualdades materiais?
Assim,
Jesus definia a esperança como remédio para todos os males, mas dirigia os
olhares ao espírito pela sua felicidade no porvir. Com palavras de misericórdia
e alento, Ele fazia da morte uma luminosa transformação.
A
graça é o benefício da força, dizia. E a força resulta do progresso do
espírito e todos os espíritos se elevam por meio das provas da vida carnal,
quando compreendem estes ensinamentos.
E Jesus, desde a felicidade espiritual para a
qual o conduziram as perseguições humanas, teve de preparar os Seus direitos a
uma glória cada vez mais luminosa, e assim sucederá a todos os que chegarem ao
desenvolvimento das forças por vontade e sede de perfeição.
Do Livro: O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA
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