Não significa que uma pessoa seja particularmente boa, o fato de ela ser telepática, clarividente ou mediúnica. De alguma forma, significa somente que a pessoa pode ser utilizada como “um meio para trocar pensamentos de um plano de existência para outro”.
Da mesma forma, pode-se encontrar uma pessoa com uma magnífica voz, independentemente de ser boa ou má, pois o seu caráter nada terá a ver com a sua voz. Para um cantor chegar a estupendas interpretações, deverá estudar a exata interpretação, a impostação de sua voz, a música, além dos textos.
Assim também o médium deveria estudar para conhecer a sua mediunidade, instruir-se, pois o espírito usa o médium como uma ferramenta, e os conhecimentos da instrução aperfeiçoam este instrumento, aumentando-lhe os recursos das comunicações.
Mas muitos não se satisfazem com a definição de serem sós “um pouco diferentes” e põe-se na mesma posição do feiticeiro selvagem que, sem saber o motivo, e tampouco interessado nas razões, considera isso um “poder” e elege-se a exercê-lo.
Entretanto, se uma pessoa possui uma bela voz, percebe-se facilmente, mas a mediunidade é diferente, e também uma pessoa não pode ser considerada médium apenas por “SUA AFIRMAÇÃO”.
É neste contexto que nasce todo tipo de agitação e confusão, pois é preciso que se entenda que, neste campo, pode-se encontrar pessoas de certa cultura que se adiantaram bastante espiritualmente, de forma que talvez estejam na Terra pela última vez na mesma forma do exatamente o contrário. Onde também existe o médium bom, como exatamente o contrário, e inclusive, ainda, muitos que se acham médium só pelo efeito de suas imaginações doentias.
É conhecimento antigo dos psicólogos que, em qualquer disputa travada entre a vontade e a realidade, é a imaginação que sempre vence; esta última adapta a realidade a sua vontade e, se quisermos sobrepujar a imaginação pela força da vontade bruta, criamos um estado neurótico, na qual a imaginação continua vencedora porque causa um colapso com o autocondicionamento.
Nestas condições, muitos são induzidos por outros neuróticos a acreditarem em suas “intuições” como inspirações de comunicações espíritas, e “se elegem” como orientadores espiritualizados, embora sabendo que as suas comunicações não são autênticas, da mesma forma que sabem que não são clarividentes ou telepáticos, porém não o admitem nem a si próprios.
Assim é que, apesar de serem variadas as causas, a origem do problema é sempre igual quando a evolução espiritual é confundida com o espiritismo.
“O espírito não alcançará adiantamento e a matéria estéril será sem a participação da inteligência. Má interpretação dá, portanto, os que creem nas práticas espíritas sem conhecimento profundo de causa, os que acham que os trabalhos de inteligência não são necessários para a salvação, pois é preciso que se compreenda que a verdade tem de ser procurada e assimilada na sua essência do ensinamento, e não no espiritismo”.
Posto que esta prática seja necessária, terá de ser deixada à responsabilidade de pessoas que conheçam e se sirvam do meio para fins humanitários e científicos, mas separado do ambiente da vida e do que o ensino produz, porque o espiritismo não é religião. (O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)
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