É uma perda de tempo discutir as coisas espirituais que resguardam a nossa relação com Deus? Deus existe? Isto é fruto do pensamento, e esta é uma faculdade humana, e apesar de não ter condições de pôr ou tirar nada, no que é e sempre foi, o ser humano contesta e o inteligente não pode aceitar a ideia de vir do nada para ir ao nada, pois isto não é racional e negaria a inteligência da criação.
Entretanto, desde tempos imemoriais, há os mais e os menos evoluídos na escola da vida. Aqueles que somente veem e consideram aquilo que tem valor sólido, visível e contábil, e os que a própria sensibilidade e inteligência lhes permite a percepção dos valores esotéricos e espirituais. Nisso há ainda os condicionados e supersticiosos, pois os católicos, por exemplo, acreditam ter nascido no pecado para viver na vergonha, preocupados com o Demônio, orando pela salvação, todos os dias na igreja e duas vezes aos domingos, para ouvir aquilo que acreditam ser “a Palavra” martelada nos ouvidos. Onde até o pensamento é pecado, além do “crescei e multiplicai-vos”, os católicos, aterrorizados pelo inferno, vivem com o terror do Diabo e desesperados pelo paraíso.
À sombra das suas igrejas, sustentam o clero dos sacerdotes que lhes redimem os pecados em nome do Salvador. Não vivem a lei do amor mas a rezam, cultuam as imagens e lhes fazem cultos, e, pagando os dízimos, participando da caridade da igreja, usam e abusam do próximo e acreditam na ressurreição da matéria, do pó, no final dos tempos, quando a alma imortal se juntará a Deus ou será condenada ao inferno, pela danação eterna depois da morte, se não tiver sido um bom católico. Esta é uma religião feita para governar os homens, nascida do abuso, que um imperador realizou na Itália sobre a religião. Alterou a “Palavra do Cristo” e, na História Universal, isto já levou até um estado à declaração de não haver Deus. Foi por decreto da Assembleia Legislativa, durante a revolução francesa, em 1793. A repulsa do povo foi tão grande contra os abusos desta igreja, que a lei dela veio a ser calcada com os pés, as suas instituições abolidas, e o dia do repouso semanal, o batismo, a comunhão, foram proibidos, e anúncios afixados nos cemitérios declaravam ser a morte um sono eterno.
A França caiu assim na perseguição civil e religiosa: Voltaire glorificava o mito da razão. Onde, já meio século antes, Luís XV dizia: - “Depois de mim, o dilúvio”. Mas enfim, já no século XIX, grandes mudanças ocorreram, os homens compenetraram-se da necessidade de serem mais realistas, pois já havia muitos livros em circulação. Através da “Terceira Revelação”, os homens descobriram os fatos espíritas. Este livro medianímico, “A vida de Jesus”, por Renan diz Kardec, conhecido no original, no Brasil de hoje, com o título “VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO”, foi editado em Avinhão na França em 1835. Veio a ser queimado depois pela intolerância dos padres, mas deu início a uma nova visão do cristianismo.
A reação dos padres reduziu a cinzas a primeira edição do livro, então que desta nova versão, porém, surgia a recolocação das máximas de Jesus, em concordância com o espiritismo, que o Mestre declarava ter praticado em Jerusalém. Criou-se aí um grupo de pesquisadores chamado de Allan Kardec, encabeçado por um pedagogo: Hippolyte Léon Denizard Rivail. E foi em Avinhão que Allan Kardec, em 1857, publicava a doutrina dos espíritos do filósofo grego Sócrates, de cinco séculos a C., e a reação da igreja foi a mesma, reduziu a cinzas esta primeira edição. (O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)
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