Desejar e não obter aquilo que desejamos é causa de sofrimento, e causa de perda de felicidade e miséria moral. Por desejar e não obter, sofremos e somos infelizes.
Ficamos infelizes com a separação dos objetos e dos hábitos e das pessoas que nós gostamos, e quando nos despedimos de uma pessoa querida, talvez sem saber quando tornaremos vê-la, sentimos dor e sofremos uma frustração e, por isso, somos infelizes.
O sofrimento é ocasionado, também, pela intolerância a coisas ou pessoas que não gostamos e que não aprovamos. Esta contingência, inclusive, nos mantém em estados de irritação, de tensão e de frustração.
Apegar-se à existência e apegar-se ao sofrimento, e isso e o que nos faz infelizes? Será que a morte nos traria a paz? A morte nos liberta ou não do sofrimento?
Para responder a estas perguntas, é preciso fazer uma distinção. É necessário estabelecer uma divisão na dor como mero sofrimento físico, o que, nos traz infortúnio, se é temporário e tem lenitivo.
É preciso considerar que nascer já é sofrimento, por causar dor a mãe e a criança, e a vida é um contexto de "fatalidades" que provocam a dor.
Também quando o homem envelhece, com as células do corpo que não mais se restabelecem, quando a degenerescência começa, os órgãos não funcionam mais corretamente, ocorrem mudanças, e há sofrimento.
Ninguém envelhece sem sofrer. De certa forma, porém, a morte põe fim á doença e à dor a esta ligada, mas, e o sofrimento? Os sofrimentos provocados por distúrbios dos sentimentos, das emoções, constituem o maior sofrimento da desarmonia que a infelicidade pode causar, pois esta se reflete na Mente, e esta nunca morre.
Aqui vale outra máxima: "Se sou infeliz é porque não vivo em harmonia com a minha natureza. Se não vivo harmoniosamente, é porque não aprendi a aceitar o mundo como ele é, e a compreender e tolerar todas as suas falhas perante a minha natureza, e porque não aprendi a separar as causas do sofrimento por ordem de importância, e porque não entendi que somente pode-se atingir a felicidade quando conhecemos as causas que nos fazem infelizes e aprendemos a evitá-las, corrigi-las ou já começando pelo fato de não julgá-las".
Aprendemos a nos controlar, pois a origem dos sofrimentos é a aspiração insaciável quando se faz acompanhar dos deleites sensuais, para buscar satisfações de tudo e para tudo, ora aqui e ora ali, assumindo a forma de ânsia de saciar os sentidos, ou aspirações de prosperidade e de posses mundanas.
Nisso, todos os homens chegam a sentir desejos, anelar por coisas, condicionados por ânsias sensuais que os levam, muitos, a fazer coisas que num estado de espírito mais equilibrado e livre do condicionamento, não fariam, e onde, por consequência, o sofrimento ainda nos acompanha em tudo que fazemos erroneamente.
Mas este é o resultado de atitudes errôneas em relação ao mundo em si, o que não ê mau, mas que algumas pessoas fazem que pareça mal, tentando nos confundir de todas as formas, onde determinadas ações que nada tem de mal são vistas como atitudes erradas de nossa parte, e nos condicionam, fazendo parecer-nos indispensáveis as coisas que não o são.
Porém, a tudo isto se pode reagir, aprendendo a evoluir. Aprendendo a ser felizes com o que podemos ter, e aprendendo a controlar o nosso sofrimento. Aprendendo a aceitar o conteúdo do Pai Nosso e no orai, vigiais e instruí-vos. (O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)
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