Dizei a todos os espíritos que a graça adquire se pelo bom emprego de todas as faculdades, e ponde em execução, para a regeneração da sociedade, a penosa, porém gloriosa atividade dos nobres de sentimentos, dos inteligentes e dos fortes, mandados em auxílio dos ignorantes e dos fracos. “Pedi e dar-se vos á; batei e abrir-se vos á”.
Estabelecei o domínio do espírito até onde alcance o corpo, mas não maculeis os atributos da alma com as torpes materialidades da vida orgânica. O homem conseguiu transformar o vício, pois considera vício o que unicamente encerra os meios da sua renovação corporal por meio da descendência, apesar de que nada há nele que se refira propriamente à natureza superior do espírito.
O dizer da virgindade, falando da “virtude da alma”, choca o espírito. Deixai ao corpo o que é do corpo e não rebaixeis as elevadas concepções da alma, que busca Deus, com as manifestações grosseiras do corpo que se arrasta no meio do cumprimento das leis fisiológicas e como meio do progresso do espírito, mediante as vidas sucessivas e no seio da Natureza organizada, até chegar à conquista do seu caráter definitivo de espírito, que não precisará da condição humana e não voltará, portanto, a um corpo para participar da vida espiritual.
Crede, pois, que rebaixais a vossa natureza com a virgindade ou não virgindade? Com relação ao objetivo, sabido que a intenção tudo enobrece e os sentimentos nobres tudo elevam, principalmente quando se refere ao que menos nobreza apresenta quanto à forma, sempre grosseira é a idéia. Entretanto não mancheis o ideal com o que é somente próprio da materialidade grosseira do organismo humano. Riscai, pois, as palavras “virgem e virgindade” no que se refere ao espiritual e à religião, para não rebaixar os altos contextos destes conceitos.
O que se considera como uma virtude é um esforço que se faz para reprimir uma das tendências naturais do corpo. No fato há a renovação da espécie, nem virtude ou pecado, nada mais que outra exigência biológica que entra numa conseqüência organizada de uma lei da Natureza que deve cumprir-se, e que pode ser dirigida e combinada para suprir os seus efeitos em si mesmos, além de não permitir que domine os sentidos, escravizando-os, porém é uma questão de autodisciplina. Para alguns, o domínio sobre os sentidos da sua própria natureza é impossível, e se fazem cúmplices da sua própria fisiologia. Para outros, isto exige somente um pouco de vontade, resultando o vigor da sua saúde, de suas inteligências e de seus caracteres, e isto a despeito do que a fisiologia afirma. Por isso, a convivência e as regras de fidelidade nos relacionamentos e o divórcio são acordos, e os planejamentos familiares também são questões cívicas, de ambiente e cármicas, em função das suas conseqüências relacionadas com as formas em que se atuam.
O sexo é fisiológico, por isto é absolutamente lamentável que os jovens e as mulheres, já mães, tenham deficiência de educação a respeito, embora isto seja proveniente da educação errada que receberam.
A culpa disto é dos doutrinadores e do sistema implantado por crenças distorcidas, pelas quais até pessoas que se intitulam “ocultistas” têm a respeito idéias totalmente erradas. Pois muitos são doentes, fetichistas imorais atraídos nisso pelo lucro que a coisa lhes proporciona. Outros são simplesmente doentes, que assim agem por causa de atuações mediúnicas, que podem ser entendidas e curadas mediante esforços de abstinência, desopressão, e de tratamentos espirituais, conforme podemos ver nas suas auras.
Do livro: O EVANGÉLHO SEGUNDO A LITÁURICA
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