quinta-feira, 28 de abril de 2011

O ABUSO ESPIRITUAL

Na sexta feira santa, em 325, em Antióquia, o imperador Constantino dirigiu-se a uma congregação de bispos e teólogos cristãos, e lhes falou da profecia da “verdade eterna do cristianismo”. Batizou a reunião como: - “Assembléia dos Santos”, e disse: “Meu desejo é derivar, mesmo de fonte externa - um testemunho da natureza divina do Cristo”. Pois diante de tal testemunho devia ser evidente que mesmo aqueles que blasfemavam Seu nome, deviam reconhecer que Ele era Deus, sendo o Filho de Deus. Assim começou a história desta religião derivada de uma elástica interpretação da obra de Virgílio (poeta latino 70-19 a C.), de autoria grega, que muito mais tem a ver com as idéias de Constantino de que com aquelas de Jesus, que aí ficava só como emprestando o Seu nome, desconsiderando-se o Seu ensino.

Tradicionalmente, as profecias eram consideradas infalíveis, quando serviam aos governantes e sempre havia alguma. Logo, era mais fácil mudar as circunstâncias históricas do que alterar as palavras de uma profecia. Constantino não alterou a História, nem as palavras proféticas da Sibila Eritréia, mas foi pô-la no seu caso e omitiu só que isto fazia parte da mitologia pagã:- “mandou traduzir Virgílio para o grego, com licença poética elástica como lhe convinha nos seus propósitos políticos”.

Constantino, autonomeando-se bispo, leu trechos do poema traduzido para sua platéia e tudo o que lhe servia para montar a sua Bíblia estava lá. Nas palavras antigas de Virgílio havia “a Virgem, o esperado Messias, os eleitos, o Espírito Santo, etc.”. Constantino escolheu discretamente esquecer aqueles trechos em que Virgílio mencionava que isso se referia aos deuses pagãos, Apolo, Pã e Saturno.

Personagens antigos, que não podiam ser omitidos, tornaram-se assim metáforas da vinda de Cristo. “Outra Helena outra guerra criará,/ E o grande Aquiles apressa o destino de Tróia”, escrevera Virgílio. Isso, disse Constantino, era o Cristo “fazendo guerra contra Tróia, entendendo por Tróia o próprio mundo”... Esta história está relacionada no livro Litáurico “Os Ponteiros direcionados ao Céu...”, mas já é contada também em outros livros, tais como “Uma História da leitura”, de Alberto Manguel, Companhia das Letras SP. E diz ainda este autor: - “O edito de Milão ofereceu liberdade de fé a todos os cidadãos romanos, o concílio de Nicéia limitou essa liberdade só para aqueles que se reuniam em lugares determinados, que adotassem o credo de Constantino”.

Passados apenas doze anos, gente que ganhava em Milão, em 313, o direito público de ler ou praticar a crença que quisesse e como quisesse, agora, em 325, era informada, em Antióquia e Nicéia, de que somente uma leitura e uma crença era verdadeira, sob pena de punição legal. Estipular uma crença única e um texto religioso era necessário, segundo a concepção de Constantino de um império unânime. Mais original e menos compreensível, é que a noção de uma única leitura ortodoxa para um texto secular como os poemas de Virgílio, viesse a ser a Bíblia, que depois daquele tempo veio a ser conhecida como de São Nilo, feita de figuras, que eram inspiradas por conta dos oráculos falados, que da palavra escrita, da obra de Virgílio, passou a formar esta Bíblia desenhada.

Até o século IV, o prestígio atribuído a oráculos falados fora transferido para a palavra escrita, que se desenvolvia em forma de adivinhações das figuras conhecidas como “cleromancia dos evangelhos”. E, em 382, já havia uma pena de morte para a proteção destas verdades, das sortes virgilianas.

No segundo “Concílio de Constantinopla”, definitivamente era declarado herético o conceito da reencarnação, onde vinha a triunfar o “Constantinismo” e seus significados proféticos cristãos, que de Virgílio vieram assumir um papel importante nesta mitologia, pois nasciam as bases latinas da bíblia de São Gerônimo chamada de “Vulgata”. Pois todas as Bíblias posteriores são da idade média. No século V, o prestígio atribuído ao “oráculo falado” vem permitir a Constantino: “guiar Dante, com Virgílio, pelo inferno e purgatório”. E, em decorrência dessas alucinações deste visionário pagão, nasceu uma religião que abriu uma estrada larga, para conduzir muita gente para lá, que até os dias atuais ainda continua abarrotada de gente.

Este é “o abuso espiritual que o homem cometeu na Itália sobre a religião”, que fui chamado a corrigir, e a LITÁURICA nasceu disso, para difundir esta correção pelo mundo afora. Foi uma blasfêmia do poder romano. Uma mistificação que se estendeu e influenciou o mundo todo, e é representada hoje pelas suas conseqüências: - muitos bilhões de espíritos perdidos, que não foram aceitos no céu sendo: - adoradores de imagens e falsas divindades, seguidores de uma religião pagã desautorizada, que, em se opondo diretamente ao primeiro mandamento, já foram barrados na sua evolução e na dissociação da matéria, em forma metafísica, ficaram nos planos sub-astrais, de onde simplesmente o Juízo os tragou para regredi-los na base da escala evolutiva.

Durante muitos séculos, a circulação das escrituras, de qualquer tipo, foi proibida. Ao povo era vetado tê-las em casa, e sacerdotes e prelados sem escrúpulos sempre lhe interpretavam os ensinos, de modo a favorecer as próprias intenções. Depois as escrituras voltaram a aparecer, mas foram reescritas para atender as necessidades da imprensa que veio a nascer no XIV século, de forma que favorecessem as intenções de quem as refez. A reencarnação continuou na crença hebraica até 1800-1850, e foi reformada em troca do abrandamento da perseguição aos judeus junto à “Cúria Romana do Tribunal da Santa Inquisição”.

Todas as bíblias são posteriores à idade média, como: gótica, eslava, armênia, inglesa antiga, saxônica ocidental, anglo-normanda, francesa, frísia, alemã, irlandesa, holandesa, centro-italiana, provençal, espanhola, catalã, polonesa, galesa, tcheca, húngara, e cada uma permitindo leituras diferentes. Os tradutores canibalizaram a bíblia em todas as línguas, todas influenciadas pela ideologia católica, pois muitos são os bispos e abades que realizaram as suas próprias traduções e suas versões dos salmos. Muitos reis quiseram ainda as suas versões. Havia a bíblia dos bispos e dos reis e a questão está em pauta até hoje, pois a bíblia foi traduzida em mais de duas mil línguas e influenciou o nascimento de muitas crenças, tão discutíveis quanto ela.

Relata-se nos antigos textos do Tibete, a passagem de Cristo naqueles mosteiros, onde aprendeu a mitologia védica, metafísica, fazendo lá amigos. Voltou depois ao ocidente, mas o Seu povo era ainda muito primitivo para entendê-Lo. Encontrou lá um outro precursor, com uma doutrina basicamente em forma de parábolas, mas, mais simples e adaptada àquele ambiente, e que foi inspirado a passar a Ele, através do batizado, a Sua representatividade crística, quando começou a fraquejar, retirando-se depois no deserto. (Conforme a Revelação)

Tal se deu com a idéia cristã que de João Batista passou a integrar-se com a “Lei de Amor de Jesus”, que foi também pressentida séculos antes, tendo por precursores principais no mundo ocidental Sócrates e Platão. Assim como sabemos destas coisas por caminhos indiretos, de Sócrates só temos conhecimento pelos escritos de seu discípulo Platão.

Do livro: O EVANGÉLHO SEGUNDO A LITÁURICA

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