Constantino, o imperador romano do quarto século foi meter-se com a religião e se poderia dizer que foi brincar de Deus. Bem como se poderia dizer que Constantino, como brinquedo de Deus, quando imperador, foi se meter com a religião. Qual é o termo certo? Eu diria que Deus permite que o homem faça coisas erradas que o levem depois a machucar-se profundamente, para resgatar os seus erros depois, para que assim o seu sofrimento consequente o lapide, tornando-o mais sensível e perceba o quanto foi estúpido em querer brincar de Deus. Pois quantos no passado brincaram de Deus? E no presente, não há quem brinque de Deus?
Muitos brincam de Deus conforme a disponibilidade das possibilidades que a posição da convenção dos homens lhes proporciona no momento. Muitos se preocupam mais em deixar lembranças, que mais tarde envergonham os homens por ter havido um sujeito assim entre eles, do que em fazer o contrário. E nisso não vou citar nomes porque não tenho a mínima vocação para brincar de Deus, mas há muitos, e deixo a cada um a liberdade para fazer as suas próprias considerações. Todos querem o seu lugar ao sol e querem brilhar, tentando salientar-se como podem. Conforme as suas possibilidades usam, abusam, violentam, e nem chegam a perceber o mal que muitas vezes fazem. Mas poderão se aperceber da intensidade disso, na volta ou nas voltas de todas as vidas que deverão ter, para entender um dia quanto lhes custou querer brincar de Deus. Poucos são os verdadeiros humanistas que, brilhando ao sol, podemos considerar como benfeitores, pelo seu ensino, pelo seu exemplo, pelas obras que souberam realizar destinadas à elevação dos sentimentos humanos, na percepção do seu contexto diante da criação e do Criador. E para ver quantos foram estes, é suficiente avaliar o homem de hoje, e ver quantos estão com os pés no século 20 com o seu espiritualismo, e quantos estão nos tempos de Moisés, adorando o bezerro de ouro.
Poucos sabem hoje apreciar a vida por aquilo que ela é. Todos querem brilhar de alguma forma e a maioria não acredita na continuação da vida, nas reencarnações, aonde virão à tona os frutos das sementes plantadas antes, e onde o ouro, os bens, e todo aquele brilho de antes lhes será tirado.
“Tratai também da alma não só do corpo”, dizia já João, o Batista, no deserto, há dois mil anos, pois corpos não faltam, mas alma só existe uma, e é através dela que as pessoas choram e sofrem, pois aí residem os sofrimentos de todos os seres encarnados, que são almas, entidades ou espíritos, a quem o dinheiro não compra futuro, não compra o presente e não lhes paga as dívidas do passado.
“Desprezai as vãs honras do mundo”, dizia, para não serem brinquedos do mundo, porque estas são ilusórias e só têm brilho que valem aqui e simplesmente trazem sofrimento. Vamos parar para pensar um pouco nisso. Encontrar um canto onde possamos nos reencontrar. (O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)
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