quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A VONTADE DE DEUS

Entregar-se à justiça e à vontade de Deus não quer dizer entregar-se ao fatalismo, mas a submissão à verdadeira sabedoria. Entretanto estes conceitos sempre foram objeto de confusão entre os homens que, muitas vezes, consideraram que as posições de destaque entre eles tivessem as suas origens não na ausência de impedimentos, mas em específicas disposições divinas. E muitos, considerando ainda que, pelo simples fato de existir, a Natureza deveria curvar-se a eles, providenciando-lhes, graciosamente, tudo aquilo de que precisavam. Muitos, por causa disso, acumularam dívidas cármicas, que precisarão de muitas vidas para resgatar, pois cada um tem o direito ao seu quinhão, e aquele que abusa, também vivendo contextos espirituais, deverá privar-se depois, até equilibrar os seus abusos precedentes.

Quem segue estas minhas considerações sempre leem bastante sobre o carma. Carma é uma palavra que não estava no dicionário português, como ainda não está em muitas outras línguas. Mas o carma implica com todo tipo de pessoa, independentemente de crença, língua, religião, raça, ou sexo. Pois todos os seres inteligentes sempre tiveram autonomia no “livre arbítrio”, por estarem subordinados ao carma. São muitos os que não sabem o que isso é, mas significa que amassaram o pão que agora comem, e podem ter que comer dele por muito tempo ainda e, como todos, vivem e criam o seu próprio carma em todos os momentos de suas vidas.

Para compreendê-lo bem, importa e é necessário ver o seu princípio: - A alma é um princípio imaterial inteligente que nasce em algum lugar, em qualquer tempo, não bem definido, mas é um fator que vem a encarnar na faixa humana, para aprimorar-se e cumprir este seu estágio evolutivo, para deste tornar-se, ao final desta etapa, um espírito. Na sua primeira encarnação, a Natureza providencia que seja perfeita a sua combinação com o seu corpo físico, pois como se pode conferir em muitas provas, aquilo que Deus faz é sempre perfeito. Na sua primeira vida terá as melhores oportunidades, pois ainda não há carma, que virá a criar-se daí em diante, na somatória de todas as ações “abusadas”, que cumprirá na vida, onde, para cada abuso, posto como causa, produzirá seus efeitos compulsórios, que deverão ser corrigidos um a um, para anular-se nas suas exatas consequências.

Todos os seres têm seus quinhões de direitos na vida, mas muitos abusam tendo as melhores oportunidades, e daí já vem a criar-se este carma, que gerará as possibilidades e as oportunidades da próxima vida. Os quinhões individuais são todos aqueles que não interferem com os direitos dos outros. É extremamente fácil individualizá-los, pois a lei do amor já foi estudada para isso há muito tempo: - “fazer aos outros o que gostaríamos que fosse feito para nós e amar a Deus acima de tudo”. Mas vendo este Deus na forma de um contexto de leis e energias, pois tudo é Deus e vem d’Ele ou é obra d’Ele. Cada descumprimento dessas leis gera o seu efeito corretivo e automático e, até que o efeito da consequência não venha a ser compensado na contra ação que venha a anulá-lo, sempre haverá o chamamento da matéria sujeita ao carma crescente ou decrescente, etc. Na compensação e anulação do carma, já vale a compreensão dos seus valores, e na aceitação da submissão à vontade Superior de Deus, como único e indiscutível juiz, dão seu início ao fim. Na excelsa sabedoria do Criador, infinitamente acima de qualquer conceito do ser humano, haverá o fim das reencarnações forçadas, para passarmos a estágios superiores.

Suponha que o estágio de formação referente às encarnações do ser humano na terra corresponda a 100, para a faixa evolutiva total. Para passar ao estágio sucessivo e superior, de cada vida poderá fazer-se no máximo 3% disso. Sem nenhum deslize, sendo assim e fazendo tudo certo, em 33.3 reencarnações sai-se fora disso. Mas não é tão fácil, pois sempre se acaba cometendo algum erro de avaliação, e daí se estaciona e se terá que corrigir todos eles, um atrás do outro, até se poder novamente ir para frente. Já na primeira vida do estágio é normal fazer erros, pois é onde não há impedimentos para se alcançar as posições na vida, e a pessoa pode vir a ter as melhores condições e oportunidades.

E ainda quando venhamos a considerar que este era um planeta de expiações e provas, não era fácil não errar, em se considerando o atraso deste ambiente de vivência. O atraso deste mundo comporta muita gente inferiorizada, que agora pede milagres para recuperar-se, pois quem são os que tiveram as melhores passadas condições? É fácil saber que hoje são os doentes de todos os tipos, os flagelados, os carentes e marginalizados de todas as localidades, os alcoólatras, os drogados, os que sofrem acidentes, os internados em hospitais, nos asilos, nos hospícios e manicômios, os carentes de todos os tipos, os que correm atrás dos transplantes. Enfim, os que foram príncipes ontem e não souberam equilibrar-se em suas posições que, gradualmente, foram sendo rebaixadas pelo carma. Todo o contexto é fácil de entender e vem a explicar-se com um lema de Jesus que diz: “bem aventurados os aflitos, aqueles que sofrem, porque eles verão o reino do Céu.” Pois se não sai pela inteligência, sai pelo ralo e pelo sofrimento..., é só o caminho mais longo...

Ele estudou o carma na Sutra e deixou a Sua grande visão disso, a lei do amor e para não haver erros ensinou: - “Amarás a Deus acima de tudo com toda a força de teu espírito e ao teu próximo como a ti mesmo”, esta é a Lei e os Profetas. “Fazer aos outros, o que gostaríamos que os outros fizessem para nós e amar a Deus acima de tudo”, mas considerando Deus como se deve, um TODO que contempla em si a vida, o ar, a água, a luz, o Sol, a Terra, o Universo todo, enfim, a Natureza toda com a qual temos de conviver para nos alimentar e agasalhar.

A Natureza que também nos castiga, quando descuidamos dela, para que soframos e deste sofrimento, venham a nascerem as nossas virtudes, pelas quais nos tornamos mais sensíveis para perceber a presença de Deus. Naquele ponto teremos cumprido o nosso estágio Terra e nascerá o nosso espírito, que já fará parte de outros planos de vivência, já mais perto de Deus. (O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)

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