quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A SÃ RAZÃO

“Eu acredito em Jesus filho de Deus e tanto me basta”. Eu tenho fé. Ai, pois, daquele que abandona o próprio raciocínio entregando-se ao impulso do fanatismo cego, porque caminha certamente para o desperdício da própria existência.

Este é o raciocínio injusto e enganador dessas velhas religiões em extinção justamente por serem velhas e atrasadas em suas relações com as muitas verdades que já estão ao alcance do homem. Essas religiões que, apesar de serem conhecedoras, persistem em negar as verdades tais como: a igualdade perante Deus de todos os homens, num contexto geral, sem eleitos e sem graças especiais para ninguém; a pluralidade de vidas carnais e de mundos habitados; Deus eternamente igual a Si mesmo, nas Suas leis, e não diferente, em personalidades, ao ponto de assumir uma delas, ou um filho numa específica natureza finita e mortal; que cada espírito é o filho das suas obras e de seu passado, única maneira que permite a existência de responsabilidades e de verdadeira justiça, na distribuição de prêmios ou castigos. Na maior parte das vezes, para não dizer sempre, o fanatismo obscurece a inteligência desses seres, que tão grandes querem ser nas coisas das almas, e é um mistério insondável que espíritos “já de certa luz”, ao revestirem-se de um corpo material, se percam em seus sãos juízos, ao ponto de aceitarem, como verdades inquestionáveis, estes absurdos inadmissíveis diante de qualquer razão.

Do mesmo modo que o chamado dogma da “Imaculada Conceição” tornou-se um fato falso e inatural, que muitos seguem, em uma ordem de coisas em que o mal e o bem não estão simplesmente em questão. Trata-se simplesmente de um fenômeno orgânico, em que se tornou como excepcional caráter de superioridade a errônea crença de que Maria pôde tornar-se mãe sem ser esposa.

Por que isso? Porque se confunde o corpo com a virtude que, nisso, seria somente o esforço do físico. Maria teve outros filhos, todos naturalmente, por isto seria menos mãe? E, por isto, não poderia ser o símbolo de todas as mães? Se considerarmos em termos humanos e materiais as coisas do espírito, a doutrina Messiânica nunca será entendida, pois o espírito é um e a matéria é outra coisa, um e outro se enlaçam sob o império das leis cósmicas universais, da aura e da eternidade definida por nós como um todo em Deus, porém jamais um será a outra coisa.

A matéria nada mais é que um instrumento para o aprimoramento do espírito, em cumprimento da suprema lei do progresso, pela qual o progresso há de ser entendido e aproveitado, nessa lei de amor que, para muitos, em consequência de absurdos dogmas e fanatismos, não passa do círculo dos parentes e amigos e, para outros, se se observasse bem no coração, ter-se-iam dúvidas sobre a capacidade de amarem alguém realmente, além da própria pessoa e interesses, pois aí sejam meios para outros espíritos...

Quando Jesus dizia que todos os homens são irmãos e que deviam por isto afeição uns aos outros, excedia-se um pouco diante de um contexto bem maior e mais complexo, inexplicável para os Seus tempos, pois se é verdade que a Humanidade é uma grande família, é igualmente verdade que esta família é composta de muitas famílias espirituais, nas quais os enlaces são maiores e vão sempre além da família material, em que existem os verdadeiros laços de afeição, o que significa que o nosso próximo é o nosso verdadeiro irmão e que lhe devemos ajuda, também se este está no plano espiritual. (O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA)

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