A
morte não é como muitos pensam, simplesmente o nascimento para o mundo
espiritual, ela desprende o períspirito, conjunto alma, etérico e duplo
etérico. Mas é errôneo neste ponto já falar de espírito, enquanto este se forma
no decurso das reencarnações, quando passa pelas etapas cármicas do
esclarecimento. O etérico é o campo refletido, visível, do duplo etérico, que
só pode ser fotografado e é este que age na matéria, através das suas células.
O
que predomina é o espírito, quando atinge os graus evolutivos, mas é a alma que
tem o registro da última encarnação. A alma pode até alimentar se dos
princípios religiosos já superados, e assim, até pode influenciar a próxima
existência nos seus problemas cármicos.
O
espírito, desmembrado e associado ao corpo, se atrofia e as causas mórbidas da
morte podem torná-lo pesado e embastado, preso na sua recomposição e, sem ajuda
do socorro espiritual, se atrofia. E a morte resguardará ao espírito as suas
lembranças consoladoras ou funestas, e o remorso toma conta, em formas
diferentes, até a reabilitação.
Tudo
é fundamentado sobre as impressões das recordações da vida vivida, e dos
conhecimentos doutrinais, e o benefício da esperança não existe para os
infelizes que se encontram embargados pela visão do delito e no temor da
represália. A luz do futuro faz se só mais ou menos clara para os que são
preparados na luta da inteligência sobre os instintos da carne, e para aqueles
que são esperados pelos amigos esclarecidos.
Os
desviados no sentido moral, os famintos de alegrias mundanas, e os indignos
possuidores de faculdades intelectuais, os heróis assassinos e todos os ímpios
por ociosidade, todos os incapazes por covardia, encontram se dominados pelo
terror, até a sua primeira correção do orgulho que assinala a primeira correção
da alma, no primeiro esforço para compreender algo mais do que aquilo que os
rodeia.
Este
é o mundo espiritual, que forma o astral ou sub astral, uma dimensão dimensional,
mas logo acima do mundo material. Vai por si, que se cai nesta dimensão
naturalmente, e todos aqueles que se encontram nesta dimensão, sozinhos não
saem e mantêm consigo todos os seus problemas, inclusive as dores da morte, e à
parte a falta de comunicação das duas dimensões, o ambiente de vivência é mais
ou menos o mesmo.
Deste
imenso reservatório, muitos perdem simplesmente a consciência e lembrança, para
alimentar a sequela dos renascimentos e, em processos que parecem, mas não são
de casualidade, e muitos não conseguem libertar-se, e outros por muito tempo,
vivem nas fantasias da mente.
Outros
tantos se encostam aos vivos e de suas auras influenciam as suas vidas até onde
lhes seja permitido pelas leis da causa efeito e da contraposição. Bilhões de
espíritos vagam simplesmente no Astral e nem se lembram de quem foram, as vidas
que viveram, e nem conseguem aceitar que morreram tal é o seu grau de atraso e
perdição.
Todos
formam um imenso estrado de sofredores onde, a começar de algum ponto que possa
ser considerado um mérito, estas almas começarão a ser socorridas e, a partir
desta simples intervenção, nasce a ciência da liberdade do espírito, pois o períspirito
se funde com a alma, e aí o etérico devolve as lembranças, e a fácil
compreensão na sua transformação abrevia o momento da surpresa e, ao mesmo
tempo em que recupera a presteza do raciocínio, já vem compreendendo as razões
e se dispõe com a resignação e a coragem para enfrentar as novas provas em nova
existência.
Estas
recuperações, entretanto se realizam, às vezes, em condições que parecem, mas
não são casuais. E outras, em mansões espirituais, onde são aplicadas curas e
ensinamentos, através dos quais são revisados e revistos os planos de
existência em relação às dívidas retribuidoras das ofensas, etc., mas vista
assim, a morte não é o fim da vida, porém parte dela. Dessa forma, são muitos
os que voltam em várias condições, pois a Terra recebe de volta espíritos ou
almas, entre os velhos e novos, preguiçosos, céticos, orgulhosos, supersticiosos,
fracos, etc. Estes são os estigmas estabelecidos pela justiça cósmica e
repartidos de acordo com a missão regeneradora de cada um, que na vida futura
já são registrados na aura.
Então
a morte não é o fim da vida, mas através dela é que volta muitas vezes a saúde
e novas condições e outras possibilidades. Entretanto, muitos dos que vão e dos
que ficam não sabem aceitá-la. Há jovens e velhos, sãos e doentes, feios e
bonitos, pobres e ricos que morrem, gente que acorda de manhã e à noite já está
sendo velada no contexto das doenças, acidentes, partos, infecções, conflitos,
etc., porque todas as pessoas são espíritos encarnados e todos os espíritos são
subordinados às leis da metafísica, de causa e efeito, de Talião, e da
evolução, enfim do seu Carma.
Porque muitos simplesmente não entendem que
todas as vidas são provisórias e ligadas a histórias maiores. Como consequência
disso, se lhes torna difícil aceitar a perda de alguém próximo e querido, pois
se entregam ao desespero e tornam-se irracionais, porque não sabem que ninguém
morre em definitivo e que, com a sua postura, podem até afetar o espírito
daquele que faleceu. Dizem os espíritas que morrer aqui é nascer no Astral,
onde o espírito é recebido pelos amigos, com festa reservada a quem nasce lá, mas
já vimos que não é assim tão fácil, porque este fato está subordinado ao grau
de evolução em que acontece, e daí a morte pode vir a ser um prêmio, ou então
um castigo ou uma grande penalização.
Do Livro: O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA
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