domingo, 7 de julho de 2013

A REFORMA CRÍSTICA

No mundo ocidental existem dois grandes contextos espirituais, o “Velho e Novo Testamento”, ou antes, e depois de Jesus, já que Ele, como Messias, trouxe para a humanidade a Reforma Crística. Então tudo aquilo que contempla a Reforma é Cristianismo, e o resto é consulta informativa sobre o passado mítico. O cristianismo de Jesus era reencarnacionista, onde vale a lei da causa/efeito, por onde o perdão das ofensas, oferecer o outro lado da face não revidando as ofensas, fazem parte do jugo leve, as orientações para evitar as consequências reencarnatórias. O cristianismo que se conhece hoje, através das grandes religiões, entretanto, não é reencarnacionista. O que aconteceu? Mudou a natureza da gente? Ou são os homens que mudaram o cristianismo? No paganismo romano, os imperadores eram considerados divindades e Constantino, considerando-se tal, modificou o cristianismo. Mas ele não era Messias, este é um fato.

O primeiro caso registrado e oficialmente conhecido de condenação de um herege à fogueira ocorreu em Orleans, em 1022. Naquela ocasião, a igreja condenou um grupo de cônegos e nobres laicos. Estes acreditavam que uma instrução verdadeira só podia vir pela luz do “Espírito Santo” e não pelas escrituras que a igreja proporcionava na época. Este grupo também procurava leituras independentes e isso era perigoso para a igreja. A igreja começou daí em diante a condenar, com bastante entusiasmo, os movimentos chamados de heréticos que contestavam a atividade deste clero, que muitos consideravam corrupto e abusivo já naquela época. Nisso a igreja se baseava num seu edito antigo, pois até o ano 325 praticamente não havia a chamada igreja como instituição, ainda havia uma doutrina que se chamava cristianismo apostolar porque era uma obra realizada pelos apóstolos de Jesus. E este cristianismo ainda era reencarnacionista, pregando o Deus único, o Criador, diante da multiplicidade das divindades pagãs do Império Romano.

Ainda não havia outras divindades neste cristianismo que não fosse o Deus mosaico. Mas em 325 d.C., o imperador Constantino tinha se autonomeado bispo das coisas externas da nova igreja, pois já tentara fazer do cristianismo de Jesus, que se difundia nos lares, uma congregação que reunisse novamente o povo em lugares específicos para rezar e participar de funções, iguais às que o catolicismo depois veio a considerar de pagãos, mas ela mesma se tornou igual e adversária de todas as instituições organizadas, pois queria ter uma única casta dirigente, na qual o povo podia vir a ser controlado pelo seu condicionamento. Constantino não era bobo e, inclusive, em volta dele, em sua corte imperial, havia, entre os seus partidários, políticos de vastos conhecimentos que o ajudaram. E justamente numa certa oportunidade, naquela época, reuniu em sua volta um grupo destes pagãos, para explicar-lhes “as verdades eternas do Cristo”, pois daquela assembleia que ele próprio denominou como “Assembleia dos Santos”, começou a nascer a teoria católica, contrária, mas parecida com os ensinos do próprio Mestre do cristianismo. Lá o Jesus Messias, elevado a Cristo através do batismo do João, o Batista, passou a ser elevado a Deus por Constantino, ao mesmo tempo em que contra o Deus messiânico e mosaico, vinha a ser entronizada uma trindade divina, e Jesus como o Salvador da Humanidade.

Esta esquisitice não foi aceita passivamente pelos primitivos cristãos, mas é esta a igreja que Constantino queria e precisava, para controlar os espíritos dos povos dominados do vasto Império Romano. Mas não encontrava o apoio popular, ao ponto que, em 382 D.C., era decretado que poderia ser condenada à morte, qualquer pessoa que se manifestasse contrária às suas verdades. Daquele tempo em diante, falar da verdadeira história de Jesus, do significado de seus ensinos, da reforma que ele havia pregado, da prática do amor e tudo mais, tornava-se “heresia”. Qualquer pessoa que se manifestasse assim contrária, podia ser condenada à morte em uma fogueira, e isto ajudou na implantação desta igreja de Constantino, pois Jesus pregava e praticava o amor, e para impor-se encontrou as dificuldades que O levaram à cruz.

A igreja, entretanto tinha bem menos dificuldades, pois pregava o amor sustentado à força, pois o seu amor sempre foi nominal, sua cruz verdadeira aquela da espada, e a chama do seu amor sempre foi bem quente como as fogueiras, onde queimavam os dissidentes que pensavam da mesma forma que Jesus o Nazareno, o Cristo. E quantos, para defender estes ideais, depois ainda foram queimados?

Do Livro: O EVANGELHO SEGUNDO A LITÁURICA 

Nenhum comentário:

Postar um comentário