domingo, 19 de junho de 2011

O PONTO DE VISTA

Dizia um cabalista que: “quando algo é nosso, ninguém tira de nós, mas quando a posse de algo já não é mais nossa, o que é mais perigoso é tentar retê-lo”.

Aprender a usufruir de posse justa é um direito espiritual e justa é aquela que deriva do nosso esforço e trabalho individual, pois esta é aquela que Jesus considerava: “Só de Deus todo o bem havemos de esperar”.

Esta deve, entretanto ser cedida sem discussão e na hora certa, e isto é o que constitui a sabedoria da era verdadeiramente evoluída, não consumista, que irá instalar-se no mundo.

É o estágio em que o “ter” é apenas um instantâneo do “ser”, onde até o próprio corpo do qual temos posse, se inclui em saber entregá-lo na hora certa, nem um minuto antes e nem um minuto depois, é arte sagrada também ensinada já há 2.000 anos por Jesus, quando dizia: “Seja feita a Vossa vontade assim na Terra como no Céu”.

As mudanças que estão ocorrendo e aquelas que ocorrerão no mundo, também no mundo espiritual, deixarão muitos na incerteza. Nesse momento, Jesus olha para a Humanidade presa toda ela, parte no ateísmo e parte na superstição ou fanatismo, e por mais que Ele se sinta maltratado, tanto pelos cépticos quanto pelos relaxados e pelos hipócritas, permanece impassível no poder da ideia e na força da ação, as quais não estão sujeitas às fraquezas da natureza humana, e a ingratidão, o abandono, a calúnia, já encheram a Sua alma de uma altaneira compaixão.

 “Sede meus guardiães e meu consolo”, dizia, “rodeai-me de ternura, pois me vejo entre as garras da má fé dos grandes, e da ingratidão dos pequenos, do ódio dos maus e do abandono dos melhores”. Porém, onde foram as Suas esperanças? Mas é Sua a oportunidade de anunciar a Religião Universal a todos os povos da Terra.

Lê-se no Talmude, um dos livros esotéricos judaicos o seguinte verso, cujo significado era desconhecido dos rabinos: “Apoia a carga de teus ombros sobre o Eterno, e Ele te sustentará”.

Até que um vendedor ambulante lhes explicou: os rabinos, que obtém um salário fixo e mensal, não compreendem muito bem o verdadeiro significado desta confiança em Deus. Mas o mercador, no entanto, para quem o sustento não é algo nesta forma garantida e que depende constantemente da cooperação divina, este aprecia e conhece o verdadeiro sentido de “confiar em Deus”.

Porém, há outros contextos que ainda podemos examinar, pois o homem também faz parte da Natureza e não é o único elemento da Natureza, mas é o único que acha que tem o dom da inteligência. Mas que inteligência é esta que o impede de ver a Providência e a Ordem Divina operando no contexto da Natureza? Talvez pareça para alguém menos atento de viver no caos, mas é que vive o próprio caos, estranhando-se da ordem, da proteção espiritual, das regras e normas de respeito pela Natureza que o circunda.

Certa vez um discípulo perguntou a um rabino: “Se vocês se afastam das coisas mundanas e materiais, como podem aconselhar sobre estes assuntos? Como podem opinar sobre uma questão de dinheiro, se não têm nenhuma experiência nisso, em particular de serem ricos ou pobres?”.

Mas é que a credibilidade dos rabinos em tais assuntos emana do fato de que eles estão obrigados a zelar pelo assentamento e pelo enriquecimento do mundo; infelizmente, não reconhecem a lei do amor do Cristo e zelam, por consequência, pelo mundo da sua religião, mas para isso eles estudam a Cabala e as leis cósmicas, além daquelas que se relacionam ao mercado, de forma que as suas posturas perante o mundo do dinheiro não são neutras e muito menos simplórias. Se um rabino, inclusive, não participa disso, que é considerado parte da sua missão, não pode ser considerado um líder espiritual.

O padre é muitas vezes questionado quanto a sua capacidade de aconselhar ou opinar em questões relativas ao sexo, ao amor, à família, ao planejamento familiar, uma vez que vive no celibato. Responder-se-ia, então: “Muitas vezes um observador de fora enxerga melhor do que quem está por dentro”. Mas é que só se metendo nisso pode garantir a sua continuidade, pois aquilo que ele ensina condiciona e finaliza a sua exclusiva sobrevivência.

E esta é a moral deste ponto de vista... - (do livro O EVANGÉLHO SEGUNDO A LITÁURICA).

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