sábado, 11 de junho de 2011

OS COLPINOS

A lei de Deus é amor e progresso, e mal se pode atribuir Lhe, entretanto, a paternidade da lei de Talião, lei de vingança e de retrocesso. Mas, de acordo com esta, tudo se paga, e o sofrimento é consequência do mal que se fez em outras existências.

Mas, se fizemos o mal, podemos compensá-lo fazendo o bem? Entretanto, o que é o bem e o que é o mal?

Nem tudo o que se faz tem uma resposta imediata, certa e contundente; muitas vezes o mal é desencadeado com a intenção de fazer o bem: levantando e favorecendo, por exemplo, um malvado com aparência de bom. Podemos armar um inimigo do bem e talvez, encaminhar um futuro déspota. É claro que ninguém pensa nisso quando é guiado por boas intenções ou um sentimento humanitário ou, simplesmente, por solidariedade, mas será responsabilizado por esta ação. Por outro lado, antes de soltar um bicho e dar-lhe a liberdade, temos de avaliar a sua periculosidade.

O sofrimento é imposto pela ação do “colpino” espírito executor e inferior, que acredita fazer isso em consequência do seu querer, mas que não passa de um simples executor e parasita que vive entre os homens, e a expensas dos mais fracos.

A indicação da palavra vem de culpa, e quer dizer que o colpinado sofre a consequência de uma culpa.

Eles são, pois, os juízes, influenciam a matéria que é inerte e avaliam a culpa, castigando sempre com usura e em benefício da própria maldade ou egocentrismo, evidente nos espíritos inferiores.

Se, pela nossa ação de intrometidos, desviamos um destes parasitas que, por alguma razão que não conhecemos, está prejudicando outra pessoa, não é justo que ele passe a nos prejudicar? Também quando a nossa intenção era só de ajudar o nosso próximo? E se é assim, o nosso sacrifício terá um reconhecimento?

Certamente que não, pois se esse castigo tinha uma finalidade numa outra pessoa, por que nos intrometemos? Para nós servirá simplesmente como uma punição pela nossa intromissão, não casual, mas específica, como consequência de um fato bem motivado, pois este nosso comportamento nos posiciona com os “mais fracos”, nos quais os colpinos agem com bem maior liberdade.

Talvez seja bastante esclarecedor trazer um fato sobre o magnetismo, como exemplo. Todos os espíritas conhecem o passe e sabem que este tem finalidades harmonizantes e curativas. Porém, ao magnetizar, se for um mau magnetizador, pode transmitir um grave perigo, não é menos grave o que ameaça um bom magnetizador quando pretende beneficiar um ser inferiorizado, pois nessas circunstâncias pode realizar uma transferência de um dano para ele mesmo.

O mesmo contexto vale no campo da medicina, pois determinadas doenças precisam ser tratadas com determinados cuidados para não espalhar a infecção e agravar o problema. O mesmo contexto vale para o bem e para esta caridade, por isto é preciso ver como e a quem se quer fazer.

Os espíritos aconselham que se avisem os protetores, antes do encarnado entregar se ao exercício das práticas de espiritismo, pois isto é básico e fundamental, para não dizer indispensável, sendo que, no caso, só eles podem dar a necessária proteção e orientação, mas muitos não têm com estes relações muito estreitas.

Muitos, inclusive, acharão até estranhos estes conceitos, por terem a cabeça cheia de máximas e teorias que estão muito longe desta realidade e que se criou no decorrer de muitos séculos.

Muitos acham que a prática da caridade é a devoção e a abnegação por excelência, mas confundem na simplesmente com os seus sentimentos de culpa que carregam no subconsciente.

Muitos, inclusive, lançam-se a julgar situações, quando deveriam limitar se a ter suas opiniões, pois a vista do homem tem muitas limitações e nunca passa da primeira impressão. - (do livro O EVANGÉLHO SEGUNDO A LITAURICA).

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