sexta-feira, 14 de outubro de 2011

VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO - 2ª PARTE - CAPÍTULO XXI - RESUMO


A ideia do que vós chamais mitos comporta, em geral, muito mais verdades do que vós exageradamente supondes. Quer dizer que vós vedes na criação de mitos, mitos que dão forma até a personalidades sem existência real e unicamente para dar forma ao mito. Os povos que alcançaram essas concepções, possuíram também homens que as essas alturas chegaram, sendo que os rodearam, como à minha própria pessoa rodearam também, do aparatoso recurso do milagroso e sobrenatural. Quando, pois, encontraram os contemporâneos, na tradição ou história dos homens que existiram, grande quantidade de fatos meritórios e muita grandeza de alma confundidos com fábulas do sobrenatural e milagroso, repeliram tudo como como se tudo fábula fosse e tal repulsão era por não quererem fazer trabalho de investigador para separar o verdadeiro do falso. Assim, pois, muito grande exagero se produz definindo como mitos o acontecido com Homero, com Pirro, com Alexandre, com Sócrates, Arquimedes, Cícero, César e todos os grandes homens que a Humanidade teve. Grande exagero, portanto, é também e mui torpe juízo o dos que à conta de mito também levam a vida e obras de Jesus... Não procureis, pois, dificultar a verdade, ó homens incapazes de senti-la ou concebê-la!

Assim, portanto, Jesus veio ao mundo como todo mundo vem a ele... Não era de melhor juízo, de juízo mais sensato, o estudar as cousas para assinalar a Jesus no justo lugar que lhe era devido, em vez de convertê-lo em uma personalidade impossível, para qualifica-la assim de mito, introduzindo um erro grave na história humana?

Sem dúvida, minha vida e minha obra sofreram uma forte alteração ao passado novamente, depois de minha morte, da Índia a Alexandria, à Grécia e à Roma. Os acontecimentos foram ganhando prestígio, alcançaram novas modalidades, de modo a encontrarem-se em Alexandria pontos de coincidência entre a nova revelação trazida pelo Filho de Deus e as velhas crenças do remotíssimo Oriente, retrotraindo depois o próprio nascimento e atuação do Messias a esses tempos antigos, mudando tudo em uma só cousa, que confundiram, fazendo de tudo carne com a pessoa de Jesus, a qual se converteu em uma cousa estranha para ele mesmo. Assim foi a concepção virginal de Maria; a morte dos inocentes; a segunda pessoa da Divindade, sendo também Deus; os cegos que partiam vendo, os surdos que ouviam; os paralíticos que se levantavam e saiam andavam; os mortos que ressuscitavam... Nada disto, nada, crede-me em nome do vosso Deus e do meu, em nome do vosso Soberano e do meu, em nome do vosso Pai e do meu, nada Jesus fez, e ninguém tampouco, posso assegurar-vô-lo também, ninguém tampouco antes o fez, porquanto as leis eternas e imutáveis de Deus não estão sujeitas a contradições nem sequer só por um momento... Quer dizer isto, que se as leis de Deus chegassem à possibilidade de modificações, prova seria da sua falta de perfeição e que a consequente mutabilidade tiraria toda a fixidade ao plano da Criação... Oh, não!... Não pretendais o absurdo e o impossível!... Muito infantil, deveis já compreendê-lo, é a ideia de um Deus abandonando o Universo para encerrar-se em um invólucro mortal, e diminuir todos os seus atributos até o ponto de igualar-se aos povoadores, tampouco inteligentes, deste pedaço de terra, com o fim de consagrar-lhes, a eles exclusivamente, toda a sua infinita grandeza, chegando até a violar suas próprias leis, antes imutáveis, para que compreendam, creiam e se salvem; e como ainda tudo isso não é suficiente, entrega-se...ele, o único que é realmente... ele, o Infinito, o Absoluto, o que não pode deixar de ser nem um instante, nem sofre mudanças, ele... Deus, feito homem, entrega-se à morte corporal, para que o homem viva vida espiritual! – Não vedes que até blasfêmia contra Deus é o uso de tampouco respeito para com sua excelsa pessoa?

Eis que depois, ao passarem minhas doutrinas da Índia para os povos do Ocidente, quiseram embelezá-las ou dar-lhes maior importância, acrescentando-se o que nas antigas religiões do Oriente se ensinava a respeito da trindade e outros princípios que, como vos disse, eu não havia ensinado. Assim resultava também minha própria pessoa muito adulterada, escrevendo-se também o que chamado foi Evangelhos, com toda essa alteração que vos digo e que não poucas falsidades contêm.

Nas comunicações que Jesus deu, isto dito não está, porquanto, se ainda não atacando os Evangelhos, acreditada não era minha palavra, muito menos o teria sido se em oposição a esses escritos se tivera ela desde o princípio revelado.

Do livro: VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO – Páginas 406 a 410

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