Quer dizer, portanto, que antes e depois de minhas longas peregrinações por terras distantes, desde Filipópolis, Sidon, Tiro, Damasco e mais longe ainda, na Síria e na Fenícia, muitas vezes por Cafarnaum principalmente, Betsaida e Corozain, passara e detivera-se em sua passagem o Messias, para dar também por elas testemunho evidente de seu ministério... Não é falar certamente dos milagres, que não existiram; “mas preciso é, irmãos meus, inclinarmo-nos perante os altos desígnios de Deus, que por meios incompreensíveis para o homem rodeia a verdade em cada tempo da forma de prestígio que mais lhe convém, para que sejam cumpridos os propósitos de seu novo ensinamento entre seus filhos”. Não é falar certamente dos milagres, que não existiram, repito-vos, mas o elevado misticismo evidenciado por Jesus desde sua primeira infância, suas celestes visões e a forma sentenciosa e a miúdo profética de suas palavras e até seu próprio retraimento em meio da solidão, procurada para elevação de suas preces ao Senhor, colocavam-no em uma posição de muita superioridade em frente dos demais jovens da povoação e também dos homens que vigiavam as estranhas manifestações dessa superioridade geralmente a miúdo com mal dissimulada inveja ou com manifesto despeito.
Já vos disse que em nenhuma parte foi tão pouco aceita no princípio a atuação de Jesus como em Nazareth... Causa, pois, é esta pela qual distanciado quase sempre andou o Messias do lugar de seu nascimento entre os homens. Mas não foi unicamente Nazareth a terra que demonstrou ingratidão ao Messias, mas também esses mesmos povos em que maior havia sido o esforço de sua palavra, como Cafarnaum, Betsaida e Corozain, principalmente, e que mal corresponderam, durante muito tempo, aos amorosos chamados que em nome do Pai lhes fizera obstinadamente o Celeste Portador da Boa Nova.
Tenho-vos dito já tudo o que em Jerusalém recolhera como aproveitamento dos conhecimentos que me haviam de servir para o exercício de meu ministério, assim como do que na Cabala alcancei para o bem dos desgraçados. Porém, também em aproveitamento do que havia de revelar-se mais tarde na pessoa do Messias, com relação às suas elevadas alianças no reino dos céus, muito tirou daí e esses foram, portanto os meios que, em virtude também de sua superioridade, lhe serviram para livrar muitos homens das obsessões do espírito do mal. ...mediante as elevadas alianças celestes que o acompanhavam e o ajudavam invisivelmente na grande obra da redenção humana.
Recordai, irmãos meus, o que já vos disse sobre como devia ser a fé com relação às cousas que do Pai trouxe o filho. Recordai, do mesmo modo, o que do poder da fé também vos foi dito com palavras como estas: “Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: levanta-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará, quanto disser, tudo será feito”. É, pois, que a fé tanto pode quão grande é e tanto alcança quanto em intensidade aumenta. Seja, portanto vossa intenção posta no bem e firme vossa fé e assim também o que disserdes: seja, assim será e o que disserdes: faça-se, assim mesmo será feito.
Do livro: VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO – Páginas 410 a 416
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