domingo, 16 de outubro de 2011

A desgraçada condição humana filha da cegueira de seu espírito


A desgraçada condição humana filha da cegueira de seu espírito, perversa obstinação a travar os caminhos da luz que do alto vem, levantou altares à mentira, enquanto que a verdade, muda, em desconhecimento permanece para seu coração e para seus ouvidos.
É, apesar disso, que deles mesmos, em completo desconhecimento, se ouve o que é a Fé e até onde ela alcança, isto é, até o Pai e dizerem de Jesus o que de seus lábios jamais saiu, mas sim de Roma.

Quando ensinou Jesus que a Fé deve entender-se em crer no que não se viu? A Fé transporta montanhas sim, foi dito e isto deve ser repetido cem vezes, e cem vezes cem, volta o Filho de Deus, a repetir-vô-lo, vindo porém agora para explicação também do que pela Fé deve entender-se, o que não podiam alcançar os entendimentos de quem primeiramente o ouviu.

Não disse Jesus das virgens que deveriam esperar o Esposo, acesas as lâmpadas? Que era essa luz, senão a atividade e a luz do espírito, que em cuidá-las sempre despertas, devem ocupar-se?

Não ensinou à Samaritana que tempo chegaria que nem no Templo de Jerusalém, nem na Samaria, viria para orar ao Pai, mas sim em todas as partes, isto quer dizer, em espírito e em Verdade, como em outras ocasiões acrescentou?

Tais cousas não foram claros ensinamentos do Progresso? Não disse aos hebreus tardios em entendimento que escutaram minha palavra que viria o espírito de verdade, quer dizer, o progresso a dar luz ao que ainda seus entendimentos não puderam alcançar? – O espírito de verdade ou verdade alcançada em cada época, quer dizer o progresso, deve entender-se também pelo “consolador”, pois que no conhecimento da verdade se encontra o Verdadeiro consolo, comporta cada vez mais o progresso e não a da falta de movimento dessa Fé cega de que eles vêm falando, mas não o Messias que em nome do Pai veio endireitar os caminhos tortuosos que a Humanidade tem seguido e endireitou-os para conduzi-los para o progresso, lei fundamental do Universo, inculcando nesses homens atrasados e duros da Judéia o pouco que em seus entendimentos pudesse penetrar, dizendo-lhes portanto: “Muitas moradas tem a casa de meu Pai”, e também: “Necessário vos é nascer, renascer e tornar a nascer”.  “Em verdade te digo, que não verá o reino dos céus aquele que não nascer de novo, como disse ele mesmo.”

“Deus não quer a morte do pecador senão que ele viva e se converta porque finalmente todos serão salvos.” Lei de vida trouxe, pois o Messias e não de morte; lei de progresso, portanto e não as recomendações de uma fé cega e fria, que o fanatismo dos tais pretende falsamente atribuir-lhe, que entretanto, somente nos seus corações puderam abrigar-se pelas trevas da maldade e do erro de que cheio estão.

Hipócrita simulação é a de quererem encontrar no Messias a culpa da falta de compreensão de seus incultos ouvintes e torpe falsidade comportam as palavras daqueles que fazem maliciosa confusão do amor que ele inculcou e perdão das ofensas, com a sanguinária maldade dos que derramaram em torrentes o sangue de seus irmãos na Inquisição. “Não matarás”, repetiu Jesus com as antigas escrituras, acrescentando:  “Ama a Deus sobre todas as cousas e ao teu próximo como a ti mesmo, esta é a lei e os profetas”.

Meus próprios apóstolos não entenderam minhas palavras, esquecendo delas o mais importante: as reencarnações, a pluralidade de mundos habitados e a ideia do progresso; escreveram-no, porém, nos Evangelhos, sem darem por isso. Quer-se maior milagre que este?

Dizia a meus discípulos em ocasiões que me enchiam de perguntas sobre o que é do Pai: Se não compreendeis as cousas da Terra, como quereis que vos fale das do céu? Isto também digo agora aos que, com raciocínios puramente humanos, querem falar das cousas do Pai e pensam que Jesus nesta sua nova manifestação outras grandes cousas deveria ensinar, porém o que seu raciocínio não alcança, não o creem, sendo por isso que, o que o Messias lhes traz, agora ao alcance dos homens deste tempo está, apesar de cheia terem sua cabeça das trevas do orgulho para rechaçar a luz da fé que não alcançam. Todas as grandes cousas somente pela fé têm sido alcançadas e sem fé nada se engrandece e tudo morre, em tudo o que é humano, assim também em todas as cousas nada se faz sem fé, para as cousas superiores, porém superior também deve ser a fé, como já em outra parte vos ensinei também, encontrou-se erro em minhas palavras quando disse que o homem é formado de três partes: o espírito, o períspirito e o corpo, nada dizendo do corpo que eles chamam fantasmático porque, segundo eles, envoltura é do fantasma dos vivos, eis porém, como as cousas são. Três são em verdade; como já vos disse, as partes que formam o homem: espírito, períspirito e o corpo, sendo o períspirito a envoltura permanente do espírito, pois que o períspirito não se relaciona com a matéria sem o auxílio do elemento intermediário do magnetismo humano, pelo qual se une ao corpo. Muita importância tem certamente a tal envoltura porque com ela vive o espírito outra vida fora do corpo durante o sono profundo, não se guardando memória dessa vida de libertação porque o cérebro não teve participação nela, não podendo guardar impressões do que por ele não passou.

Para estabelecer a confusão entre os cristãos, dizem os mal intencionados que os espíritos desprendidos dos vivos são os que vêm dar comunicação com os médiuns, cousa sempre impossível pelo desconhecimento que os tais têm de seu estado...

Do livro: VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO – Páginas 424 a 428

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