quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO - 2ª PARTE - CAPÍTULO XIV - RESUMO

Já vos disse e vos tenho repetido muitas vezes, que minha missão não está terminada e nunca tampouco foi interrompida, pois sem cessar, enquanto vivi no meio de vós, dela me ocupei com o ardor de que somente Jesus era capaz e quando me vi no espaço livre das cadeias da carne e senhor de todas as minhas faculdades, com mais clareza ainda pude avaliar a grandeza de minha obra e a ela continuei consagrando todo o poder da minha alma ardente.
Muitos corações me acolheram desde o princípio, pois minha morte abriu os olhos de muitos, sendo isto o resultado do que me havia proposto ao aceitar a morte que bem podia ter evitado, como já disse por outro conduto para dar testemunho da verdade de meu apostolado.
Muitos deste modo falavam, entre a gente sincera e de bons sentimentos: “Um homem de quem não há recordação de jamais haver feito mal a ninguém e que somente de ensinar o  bem e de praticá-lo se ocupava, perdoando até aos que lhe deram morte horrível e ainda pedindo a seu Deus por eles, não pode ser senão outro Deus, porque homem nenhum da Terra é capaz de tanta grandeza”.
Acreditais acaso que a eterna justiça há de curvar-se diante da sedução dos que se dizem seus campeões pela defesa que proclamam fazer de Deus e de seu culto? – Oh! – Não!  - Não confundais os atributos de Deus com as fraquezas de vosso caráter. Não pretendais levar ao Infinito o que só é filho do reduzido papel que desempenhais na limitadíssima vida terrestre. Não, não; Deus não se curva perante nenhuma classe de lisonja, não tem parcialidade e não faz exceções. Suas leis são eternas e imutáveis, e é tal a sua estrita justiça, que cada obra, cada esforço, toda a intenção tem como consequência o que há de ser seu próprio prêmio ou seu próprio castigo.
Certamente foi dito: “Se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; porque melhor é perder um de teus membros do que todo o teu corpo seja arremessado ao fogo do inferno.” “E se tua mão direita te escandaliza, corta-a e atira-a para longe de ti...”.
Em verdade, oferecia-se-me o porvir com tal clareza diante de meus olhos que não o percebe mais claramente um espírito puro, livre no espaço, porém oferecia-se-me com o mesmo erro na apreciação do tempo (em relação a nossos cálculos) que é próprio dos espíritos em suas relações para com as cousas temporais. Para nós, o tempo não tem medida e só vemos a ordenada sucessão dos fatos. Tudo se vê ligado em perfeito encadeamento, porém sem ideia de tempo. Portanto, os acontecimentos futuros estavam muito próximos para minha vista. Por isso dizia frequentemente a meus discípulos: “Em verdade, em verdade vos digo, que todas estas cousas sucederão dentro desta geração e muitos de vós as vereis”. Mas meus presságios não são tais como aparecem e se bem que minha linguagem era em extremo idealista e poética, cheia de figuras atrevidas, de comparações hiperbólicas e de brilhantes afirmações, caldeadas por um intenso entusiasmo, uma só vez saiu de meus lábios a afirmação de que eu desceria sobre uma nuvem à direita do Pai.
É tal a facilidade e a exatidão de minha manifestação por este meio, que aproveito para declarar categoricamente que a obra intitulada Vida de Jesus, ditada por Ele mesmo à médium X, é realmente obra de Jesus, exata quanto pode ser uma obra medianímica, o que quer dizer que, se bem deve padecer de algum defeito, principalmente de forma, pelo fato de ter que me servir de um cérebro alheio, é em grande parte tão exata como se diretamente eu mesmo a tivesse escrito.
Aconteceu realmente mais de uma vez que enfermos que tocavam minhas roupas sararam de improviso e ainda fatos mais assombrosos aconteceram também, envolvendo o Messias em uma auréola milagrosa que arrastava para ele as multidões entusiasmadas. Porém, tudo isso não foi mais que efeito da fé intensa e da confiança sem limites que a palavra de Jesus inculcava a seus ouvintes. O que o Messias possuía realmente era uma grande penetração que lhe dava a conhecer com exatidão o pensamento e sobretudo as intenções dos que o rodeavam, e possuía também algo do que designais como dupla vista. Isto, unido as aptidões adquiridas para o tratamento das enfermidades, para o que muito uso se fazia então da imposição das mãos, contribuiu para dar fundamento à ridícula e reprovável pretensão de meu discípulo João de fazer prestar ao Filho de Deus o culto que somente a Deus é devido.
Do livro: VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO – Páginas 364 a 374

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