domingo, 23 de outubro de 2011

Fala Maria, a mãe de Jesus

Fala Maria, a mãe de Jesus
A minha palavra não pode acrescentar a menor importância a esta obra, pois ninguém ignora que fui elemento completamente negativo para a missão de meu filho Jesus.
Eu pensava que meu filho estava louco e todos os da família acabaram por pensar do mesmo modo.
...porque na Natureza não se dão saltos, senão que tudo se encadeia logicamente; a luz que se fez assim, então, na minha alma, brilhou no fundo de minha consciência, servindo-me de guia em todas as minhas idas terrestres. O grandioso mito que se fez de Maria entre os Cristãos mais tarde, nada, absolutamente nada tem de real.
Fui sempre mulher, menos em uma ocasião, que me ensaiei no sexo masculino; foi a vez que mais comodamente passei, porém que me resultou de pouco progresso para o meu desenvolvimento espiritual. Eu sentia-me sempre inclinada a ser mulher e distingui-me quase sempre por minhas inclinações religiosas, sendo que também fui monja, chegando a ocupar uma invejável posição nesse meio, havendo eu cultivado um pouco minha inteligência , o quanto então era possível a uma mulher religiosa.
A tradição cristã, muito exagerada quanto ao valor dos homens, converteu os apóstolos, que eram sumamente humildes de posição e compreensão, em personagens de grande valia, isto é e foi a causa de muitos erros. Estes homens eram unicamente extraordinários por sua fé, sinceridade e vontade ardente assim como por seu grande amor ao Mestre, porém se houvessem tido suficiente adiantamento que lhes permitisse recordar o passado, durante suas encarnações, não teria faltado ao Cristianismo a unidade no esforço e na direção única, que só de Jesus podia vir. Pelo contrário, nem bem retornados à vida humana, esqueciam todas as suas promessas e toda a noção sobre o verdadeiro propósito e fins precisos de sua missão, vendo-se geralmente, devido a isto, lutar em campos opostos, como sucedeu durante a reforma, em que ambos os campos conduziam-se mal, e muito antes também com as heresias e os trabalhos de livre pensamento.
Encontrando-me, como disse, ao corrente de todos os esforços de Jesus para restabelecer a verdade e pureza de suas doutrinas, chegando a ser, muito cedo, eu mesma uma de suas colaboradoras, tive constantemente o pesar de ver desbaratados seus planos pela razão cruel do completo esquecimento de todo o propósito tomado na vida espiritual, pelos que voltavam à Terra onde seguiam geralmente rotas opostas às que haviam escolhido. Deste modo, melhor preparados, os Apóstolos sempre sob a direção do Mestre lograram promover, no século XIX, um grande renascimento religioso, principalmente em Norte América, na esperança de poder derivar dele um progresso suficiente da religião para voltar à pureza do primitivo cristianismo. Muito depressa, porém, se aperceberam que as preocupações de raça e de seita dominante naquele ambiente não se prestavam para levar a cabo tal propósito. Dirigiram então suas vistas para a América do Sul.
Todos os apóstolos, menos Pedro e João, tinham voltado à Terra. Os apóstolos não se reconheceram entre si, menos Paulo, que bastante titubeou no princípio de sua missão, chegando até a ridicularizar a Jesus, apesar de ser de temperamento muito religioso, Paulo os foi reconhecendo a todos mais tarde, devido ao grande desenvolvimento que em sua atual vida alcançou pela mediunidade, da qual precisamente se serviu Jesus para ditar a presente obra e com a qual se restabelece a primitiva pureza Cristã, livre de toda a fraude. Esta mesma exposição que faço demonstra que o verdadeiro desenvolvimento do cristianismo é devido o esforço dos apóstolos e seus discípulos sob a direção de Jesus sem nada de milagroso nem de sobrenatural...
Para abreviar, direi: que Pedro e João, do espaço, conseguiram estabelecer em meados do século XIX, um núcleo importante em Buenos Aires. Esse importante núcleo foi quase constantemente presidido por Santo Estêvão, eleito para o lugar por sua fé, constância e laboriosidade inquebrantável, apoiado por uma moralidade sem jaça, secundando-o muito de perto José de Arimatéia, que também nesta ocasião ajudou a Jesus com sua posição social distinta e opulenta, pois que, como já vos disse, nada se alcança por milagre, sendo que entre os homens e para todo o labor humano, necessários são meios humanos e ainda quando feito foi pelos esforços do Messias a aproximação do Céu à Terra, sempre que a esta se deve chegar, por meios terrestres o temos de fazer.
Santo Estevão também desfrutava de uma posição social distinta e pecuniariamente desafogada, assim como o evangelista São Mateus, porém, realmente opulento unicamente o era José de Arimatéia. São Mateus distinguiu-se principalmente por sua eloquência , com a qual chegou em diversas ocasiões a comover os mais elevados da Sociedade de Buenos Aires. Barnabé desempenhava as funções de tesoureiro e ao mesmo tempo de vigilância da associação; direi seu nome, como o mais modesto e menos conhecido que os dos anteriores; vou dá-lo para que possa servir de base para o conhecimento a que alguém possa chegar, do fato que nos ocupa: chamava-se José Rodriguez e era espanhol.
Paulo, muito jovem ainda e conduzido inconscientemente do espaço por Pedro e João, apresentou-se à Associação que, se bem que fundada em sua origem somente por doze membros, muito numerosa havia chegado a ser naquela ocasião, porém, cousa curiosa, repetiu-se a desconfiança e o temor que houve antes quando os apóstolos não quiseram recebe-lo, renovando três vezes, inutilmente, seu intento até que Barnabé, o mesmo que antes, o apresentou pessoalmente. Paulo depois levou Marcos, não o apóstolo, mas sim o discípulo de Pedro, o mesmo que com Barnabé o acompanhara em sua viagem a Roma aonde ia evangelizar o Ocidente em nome do Senhor.
O apóstolo Marcos permanecia então no espaço; digo espaço, porque se bem que tudo existe dentro do espaço, os homens fazem parte da Terra e não se encontram diretamente no espaço; refiro-me pois, ao dos espíritos. A Paulo, por sua mediunidade, nunca lhe faltaram sinais e até conversações do mundo dos espíritos... e por outra parte Pedro e João invisivelmente o velavam para evitar todas as comunicações até que seu tempo chegasse... Paulo pôde ser desenvolvido por eles com segurança, dando-lhe paulatinamente a recordação do passado para que pudesse ter melhor consciência da obra que lhe estava encomendada... Paulo foi amplamente autorizado a trabalhar fora da sede da Associação, assegurando-se-lhe toda a proteção espiritual possível.
As lutas e dissabores que teve que sofrer Paulo por sua obra são pouco menos que indescritíveis, salvando-o seu poder excepcional, a ajuda e perícia de seus protetores invisíveis que o rodeavam de dia e de noite, com uma dedicação e denodo incomparáveis.
... José, o que foi meu esposo, não permaneceu muito tempo no seio da tal agremiação, devido seu caráter um tanto duro e orgulhoso, ainda não modificado suficientemente desde aqueles tempos.
Tadeu que ainda está entre vós, no ano de 1905, recebeu da Itália, sua terra natal, a Vida de Jesus ditada por Ele mesmo, traduzida do francês para o seu idioma, e a “Sociedade Cientifica de Estudos Psíquicos”, fê-la traduzir para o castelhano...
Salomé fez parte do núcleo durante a maior parte de sua vida, prestando importantíssimos serviços com sua mediunidade.
E seu filho Tiago ajudou Paulo com muito interesse e carinho, com outros dois apóstolos que não vou nomear. Marta evangeliza na cidade de Córdoba, e Madalena trabalha também com afinco dentro e fora do núcleo, nesta capital. Eu também cooperei neste grande movimento, consagrando-lhe a maior parte de minha última existência e mantendo estreitas relações, desde Espanha, com o núcleo de Bueno Aires.
Os discípulos dos discípulos do Senhor, espalhados por todo o mundo, levam a boa nova por todos os âmbitos do Globo, fazendo estremecer os templos idólatras, desde os seus alicerces, para que se compreenda a ideia de Jesus, que se reconheça o universo inteiro como o templo digno do Altíssimo.
Louvores a Jesus a quem tudo isto é devido! Jesus é um irmão nosso, é um dos nossos, disposto sempre a aproximar-se de todo aquele que sinceramente o chame, mas por sua elevação e por alta missão, o chamamos: O Senhor, sem fanatismo, apenas como sinal de amor e gratidão pela obra do seu imenso amor.
Em seu nome despede-se de vós e vos abraça.
MARIA
Do livro: VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO – Páginas 493 a 500

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