quinta-feira, 29 de setembro de 2011

VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO - 2ª PARTE - CAPÍTULO V - RESUMO

Pedi, sobre todas as cousas, estas três: fé, humildade e caridade. Assim vos disse, queridos irmãos meus, e também vos havia dito já que a fé transporta montanhas e é deste poder da fé que pretendo falar-vos agora. Mas deve-se compreender qual de ser a fé, não a que se encerra somente em crer as cousas, que foram ditas em nome do meu Pai e por quem do Pai havia recebido mandato para que as ensinasse e divulgasse, mas a fé que é de Deus e que em nome Dele há de ser recebida, aquela que para Deus eleva em essência os espíritos e não em palavras. Crer na palavra que de Deus vem, muito é já, mas elevar-se até ela, bebendo seus preceitos como a própria essência do próprio ser, muito mais é; e quando por meio dessa fé se veem as cousas de Deus com tanta clareza como por meio dos olhos do corpo as cousas do mundo, e quando nessa fé vive o espírito vida de luz e o invade, nela e por ela, intenso calor de amor e de sentimento puro da verdade e do desejo de justiça, de maneira que essa fé, por si tão intensa que com a própria essência do Pai nos confunde, porque até ele nos eleva, participantes nos faz dos divinos atributos e proporciona-nos tudo o que em Deus existe até onde a intensidade e a pureza de nossa fé alcança.
Em grande erro estão, pois os que ensinam que a fé unicamente se encerra na crença do que não se viu, pois que até a verdade e até o amor, não em crença, mas sim em sentimento, faz-nos levantar a fé, sim, certamente esta fé há de ser a fé. Se tão cousa simples fosse a fé, que bastasse fechar os olhos e dizer sim do que não se viu, para estar nela, que justiça teria no Pai ao premiá-la de vida eterna, se dito foi em seu nome que as portas do céu sofrem violência e somente os violentos entram por elas?
Deve-se entender que a violência há de ser contra as nossas próprias paixões e não materialmente contra as portas do céu que não as tem, porquanto a casa de meu Pai é o que chamado foi o firmamento, e não tem limites; sem portas és, portanto.
Que todas as gentes, ou senão todas, muitas dentre elas procurassem arrimar-se ao Messias porque tinha fé, que saísse dele virtude que os curasse de suas enfermidades, certo foi muitas vezes, e certo também chegou a ser em mais de uma ocasião que fizera sua fé o milagre de que iam em busca junto ao Messias. Portanto, foi dito por ele muitas vezes: tua fé de salvou; quis dizer porventura, a minha fé te salvou? – Assim, quando dito foi “a fé transporta montanhas”, é porque grandes cousas foram e são obtidas da fé, porque nada chega até onde ela chega; quando vós tiverdes fé igual à do Filho de Deus, igual a ele vos vereis; tanto é grande a fé que por ela somente tão alto ascendereis. Mas tende isto por certo, que semelhante fé, que até o Pai alcança, tão somente espíritos do Senhor, os que os anjos foram chamados têm-na conseguido, porque muito viveram, muito caminharam, muito sofreram, muito aprenderam e só no bem pensam e para o bem obram. Tão-somente eles, porém nenhum homem até agora, compreenderam a fé, e a têm como a que aqui se entende e a que pode fazer milagres, ou o que assim chamais, como agora também pode fazê-los, e os faz. Nunca Jesus os fez.
Quando se disse que só pela fé sereis salvos, deste modo entendeu-se que devia ser a fé; mas vós mesmos que recebeis o que estou dizendo não o entendeis, porque se o entendêsseis mais elevados estaríeis, compreendendo o que excede da crença à fé e dessa fé, de que todavia sois capazes, até a fé de que agora vos falo.
Do livro: VIDA DE JESUS DITADA POR ELE MESMO – Páginas 335 a 337

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